UNESP 2022 - Estátuas famosas da cidade de São Paulo como a do bandeirante Borba Gato, em Santo Amaro, na Zona Sul, e a de Bartolomeu Bueno da Silva, no Parque Trianon, na Avenida Paulista, ganharam um “adereço macabro” nas últimas semanas.
Com o objetivo de ressignificar a história das figuras que elas representam, um grupo de manifestantes colocou caveiras em frente a essas estátuas e as fotografou. As fotos viralizaram nas redes sociais.
Bandeirantes como Borba Gato desbravaram territórios no interior do país e capturaram e escravizaram indígenas e negros. Isso quando não os matavam em confrontos que acabaram por dizimar etnias, segundo historiadores.
(Bárbara Muniz Vieira. “Crânios são colocados ao lado de monumentos de bandeirantes para ressignificar história de SP”. g1.globo.com, 27.10.2020. Adaptado.)
Do ponto de vista histórico, a proposta de “ressignificar monumentos”, realizada pelo grupo,
(A) é uma transferência para a história e a historiografia da prática de cancelamento de pessoas nas redes sociais.
(B) entende a função da história como celebração dos mitos e heróis do passado.
(C) representa uma análise crítica e um esforço de revisão da memória histórica.
(D) demonstra uma percepção otimista e ufanista da identidade e do passado brasileiros.
(E) mostra clara descrença na história e a valorização do trabalho de artistas consagrados.
RESPOSTA:
Letra C.
As intervenções artísticas feitas sobre as estátuas de bandeirantes na cidade de São Paulo remetem às discussões que ganharam visibilidade no século XXI, ou seja, a inadequação da permanência de homenagens a personagens históricos responsáveis por opressões e violências sobre enormes contingentes populacionais. Ao problematizar a heroicização dos bandeirantes (levando em consideração os massacres que eles engendraram sobre populações indígenas e negras na História do Brasil), as intervenções representam um novo olhar crítico e uma tentativa de revisão das narrativas históricas e das memórias produzidas por elas.
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