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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Como a Bolívia se tornou o país que mais cresce na América do Sul

A Bolívia está há mais de uma década crescendo a uma média anual de 5% – muito superior à dos Estados Unidos e à dos países sul-americanos.


Apesar da crise no preço das commodities, o governo boliviano conseguiu manter o ritmo e foi cuidadoso para não desperdiçar o dinheiro que entrou após a nacionalização do gás e do petróleo em 2006.

O país tem crescido muito graças às exportações de gás natural que vende ao Brasil e à Argentina, o que gera o risco de ancorar seu crescimento a esse recurso. E, embora tenha feito esforços para diversificar a economia (com a venda de diesel, estanho e soja), permanece a pergunta de quanto tempo vai conseguir sustentar seu modelo de desenvolvimento.

Apesar disso, o crescimento ocorrido nos governos do presidente Evo Morales, que está no poder há mais de 10 anos, tem sido chamado de "milagre econômico boliviano".

No ano passado, a Bolívia cresceu 4,3%, sendo seguida por Paraguai (4,1%) e Peru (4%). A lista segue com Colômbia (2%), Chile (1,6%) e Uruguai (1,5%).

O desempenho foi bastante alto se comparado ao dos Estados Unidos, que cresceu apenas 1,5%, e com a América Latina, que teve uma retração de 0,9%. O Brasil teve retração de 3,6% em 2016.

No campo político, a gestão de Evo tem sido elogiada por suas reformas inclusivas, mas duramente criticada por suas supostas tendências autoritárias, casos de corrupção e o nascimento de uma chamada "burguesia aymara" – em referência ao povo indígena do qual Evo faz parte.

Embora haja posições distintas em relação à atuação política do governo Morales, sobre a condução da economia os especialistas nacionais e internacionais convergem.

Segundo eles, estes são os três pilares do sucesso econômico da Bolívia:

1. Gás e petróleo

Em 2006, quando Evo Morales decretou a nacionalização dos hidrocarbonetos (como gás e petróleo), a economia boliviana entrou em uma nova era.

Essa fase incluiu, em alguns casos, a transferência de empresas privadas para as mãos do Estado e, em outros, a renegociação de contratos com empresas estrangeiras que continuaram operando no país.

Uma dezena de multinacionais assinaram novos contratos com a estatal YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), concordando em pagar uma taxa de entre 50% e 85% sobre o valor da produção, entre outras coisas.

"O governo aumentou consideravelmente as receitas do Estado", diz o economista Luis Pablo Cuba, professor convidado da Universidade Mayor de San Simón.

"A nacionalização e o imposto direto cobrado sobre os hidrocarbonetos foram alguns dos principais elementos que explicam o alto crescimento econômico", afirma.

A alta nas receitas foi acompanhada de fortes investimentos públicos e de um modelo de desenvolvimento produtivo baseado na demanda interna.

2. Investimento planejado

"Nos últimos 14 anos, o crescimento econômico foi impulsionado principalmente pelo explosão dos preços das matérias-primas, pelo aumento de impostos, pelos significativos investimentos públicos e pelo alto gasto em políticas sociais", disse um porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI) à BBC Mundo.

"Durante a explosão das commodities, a pobreza diminuiu e o governo sabiamente guardou uma parte dos recursos, construindo uma grande reserva financeira'", afirma.

Ess poupança passou de US$ 700 milhões para US$ 20 bilhões, o que permitiu ao governo absorver o impacto da queda nos preços a partir de 2014.

A liderança da Bolívia no crescimento na América do Sul deve ser mantida neste ano e no próximo, segundo as projeções do FMI.

Uma análise da economista Nicole Laframboise, publicada no blog do órgão, sugere que outro fator importante foi a queda no uso de dólares (que costumava ser usado em vez da moeda local) há cerca de dez anos.

"Isso ajudou a melhorar a efetividade da política monetária, contribuiu para a estabilidade do setor financeiro e permitiu que mais bolivianos tivessem acesso a crédito e a serviços financeiros", disse a economista.

3. Estabilidade

Tanto economistas do FMI quanto analistas locais concordam que a estabilidade social contribuiu para o crescimento econômico.

Entre 2001 e 2005, a Bolívia teve cinco presidentes e um clima de alta polarização e conflito. O início do mandato de Evo também teve momentos complicados, como o processo constituinte e a oposição política se entrincheirando nas regiões ricas do país.

Mas o radicalismo dos primeiros anos foi diminuindo.

A isso se somam indicadores de inclusão social que favorecem a estabilidade. A pobreza diminuiu consideravelmente. Em 2004, 63% da população era pobre. Em 2015, esse índice passou a 39%.

A distribuição de renda também melhorou nesse período, de acordo com dados do FMI. A Bolívia passou de país mais desigual da América do Sul a uma posição média no continente.

Esses sucessos beneficiaram a imagem internacional de um país governado por um partido composto por organizações sindicais e centrais agrárias indígenas e camponesas – e que negociaram com o governo um acordo para evitar uma crise.

Adversários políticos do governo criticam o fato de alguns grupos foram excessivamente favorecidos pela entrada de dinheiro e que o crescimento, apesar de trazer benefícios, trouxe também a corrupção de políticos da situação.

Mesmo assim, a oposição reconhece que Evo tem tido uma política econômica segura e pragmática apesar do seu discurso radical - que inclui, por exemplo, a venda de gás através de contratos de longo prazo com cotação fixa, o controle da inflação e a manutenção das reservas fiscais.

Fonte: BBC / O Globo.

sábado, 28 de outubro de 2017

Milhares manifestam-se em Madri contra a independência da Catalunha

Madrid - Milhares de pessoas manifestaram-se em Madrid, na tarde deste sábado, para defender a permanência da Catalunha na Espanha, no dia seguinte da votação de uma declaração de independência desta região no Parlamento catalão, um desafio sem precedentes ao Estado espanhol.

"É uma vergonha o que aconteceu na Catalunha, e uma vergonha o que aconteceu depois", denunciou Carlos Fernández, engenheiro de 41 anos, referindo-se à decisão do governo central de Mariano Rajoy de convocar eleições na Catalunha, após dissolver, na noite de sexta-feira, o Parlamento autônomo, dominado pelos separatistas, e de destituir o presidente separatista da região, Carles Puigdemont.



Para Fernández, que ficou até meio-dia na Praça de Colón da capital, onde milhares de pessoas se reuniram neste sábado, "não vão mudar nada em dois meses", quando estão previstas as eleições, em 21 de Dezembro.

A adesão ao protesto, organizado pela Fundação para a Defesa da Nação Espanhola, foi menor do que nas últimas manifestações pela unidade da Espanha, por causa, segundo Fernández, "do que o governo disse ontem. Muita gente acha que já está resolvido e pode seguir em frente".

Também participaram da manifestação representantes da direita, como Pablo Casado, um dos líderes do Partido Popular, no poder.

"A Catalunha nunca foi independente e nunca será", disse à imprensa, destacando que "a democracia restaurou-se" com a aplicação da Constituição.

A procuradoria-geral anunciou, nesta sexta-feira, uma queixa-crime contra Puigdemont, de 54 anos, por "rebelião", um crime pelo qual pode ser condenado a até 30 anos de prisão - equivalente à pena por homicídio.

"O que queremos é a proibição dos partidos separatistas. Porque, se voltarem a concorrer nas eleições, vão governar a Catalunha, e voltamos ao começo", declarou Cándida Jiménez, uma aposentada e ex-funcionária da Polícia municipal de Madrid.

Fonte: ANGOP.

Como seria se todo o gelo da Terra derretesse

Se continuarmos queimando combustíveis fósseis, o aquecimento global vai, eventualmente, derreter todo o gelo nos polos e nas montanhas, aumentando o nível do mar em 65 metros. 


Este globo mostra o mundo tal como é atualmente, com uma única diferença: todo o gelo derreteu e escoou para os oceanos, elevando o nível deles em 65 metros. Veja como ficariam os continentes daqui a milhares de anos se o aquecimento global desenfreado acabar por derreter todo o gelo no planeta.

Há 20 bilhões de metros cúbicos de gelo na Terra, e ninguém sabe ao certo quanto tempo levaria para toda essa camada derreter. Talvez 5 mil anos, dizem alguns cientistas. Mas, se queimarmos as reservas de carvão, petróleo e gás, despejando assim 5 trilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera, é grande a chance de acabarmos com o gelo no planeta. Nesse caso, a temperatura média passaria a 26,6 ºC, em vez dos atuais 14,4 ºC. Imensas regiões se tornariam inabitáveis para os seres humanos e haveria ampliação das áreas desérticas.

AMÉRICA DO SUL
As bacias dos rios Amazonas, ao norte, e Paraguai, ao sul, seriam transformadas em braços do Atlântico, submergindo Buenos Aires, a costa uruguaia e parte do Paraguai. Áreas montanhosas resistiriam no litoral do Caribe e na América Central.


AMÉRICA DO NORTE
Toda a costa atlântica iria desaparecer, assim como a Flórida e o litoral do golfo do México. Na Califórnia, as colinas de San Francisco acabariam como um grupo de ilhas. O golfo da Califórnia e estenderia ao norte, além da latitude de San Diego – mas a própria cidade já estaria debaixo d’água.


ÁFRICA
A África perderia menos território caso o mar subisse muito, mas o aumento na temperatura global poderia tornar inabitável grande parte do continente. As neves do Kilimanjaro não vão sobreviver a nosso século.


EUROPA
Londres? Uma lembrança do passado. Veneza? No fundo do mar Adriático. Daqui a milhares de anos, neste cenário catastrófico, os Países Baixos há muito terão sucumbido, e a maior parte da Dinamarca também. No Egito, Alexandria e o Cairo serão inundados pelo Mediterrâneo, cujas águas, cada vez mais altas, também vão ampliar os mares Negro e Cáspio.


ÁSIA
Áreas habitadas por 600 milhões de chineses seriam inundadas, assim como Bangladesh, com 160 milhões de habitantes, e grande parte da costa da Índia. A cheia do delta do rio Mekong deixaria as montanhas Cardamom, no Camboja, ilhadas. 


OCEANIA
A Austrália passaria a ter um novo mar interior, mas perderia a estreita faixa litorânea na qual vivem hoje quatro de cada cinco australianos.


ANTÁRTIDA
Antártida Ocidental – Seu véu é tão extenso – contém quatro quintos de todo o gelo do planeta – que não dá para imaginá-lo derretido. Ele resistiu intacto aos períodos quentes no passado. Hoje, parece mais espesso: a atmosfera aquecida contém mais vapor d’água, que cai como neve no leste da Antártica. Mas mesmo esse manto gigantesco não resistirá a um clima tão quente quanto o do Eoceno.

Antártida Ocidental – A cobertura de gelo deve ter sido bem menor em períodos anteriores de aquecimento global. Apoiada em um leito rochoso situado abaixo do nível do mar, ela é vulnerável. O aumento na temperatura dos oceanos está derretendo suas camadas flutuantes. Desde 1992, o manto antártico perde, em média, 65 bilhões de toneladas de gelo por ano.

A “ciência” da Terra plana

A ideia de que não vivemos em uma esfera está cada vez mais popular. Entenda aqui por que os terraplanistas estão redondamente enganados

O homem nunca pisou na Lua. As imagens produzidas pela Nasa não passam de obras de computação gráfica. A ciência manipula a realidade de acordo com os interesses dos poderosos. Alguma dessas suposições parece familiar? É bem provável que sim.

E, agora, mais do que em muito tempo. Após ganharem um banho de loja, muita divagação teórica e um número ainda maior de vídeos na internet, tais ideias estão de volta sob uma nova bandeira: a dos terraplanistas. Quase 50 anos depois do lançamento da Apollo 11, e 500 após a circunavegação de Fernão de Magalhães, cada vez mais gente acredita que a Terra não é um globo. Em vez disso, ela seria uma pizza gigante – um disco coberto por uma redoma invisível e cercado por um paredão de gelo. Também estaria parada, deitada eternamente em berço esplêndido no centro do Universo.

Data do final do século 19 o primeiro lampejo moderno sobre a eventual platitude da Terra. O marco é o ano de 1881, quando Samuel Rowbotham publicou Astronomia Zetética – A Terra não é um globo, um apanhado de décadas de estudos na área e interpretações literais de passagens da Bíblia. Sob o pseudônimo “Paralaxe”, o inventor inglês tomou para si uma missão ousada: revelar as “mentiras” cultivadas pela ciência, responsável por esconder o real formato de nossa casa.

Rowbotham começa sua obra tentando refutar a evidência prática mais antiga da curvatura terrestre. Segundo ele, experimentos como o do grego Eratóstenes, nascido em 276 a.C., que conseguiu medir a circunferência da Terra, contariam com um erro crasso: considerar o Sol como um astro enorme e distante da Terra. Eratóstenes mediu a circunferência do planeta comparando os ângulos com que a luz do Sol incidia em dois postes instalados em duas cidades distantes. Supondo acertadamente que o Sol é grande (e longínquo) o bastante para que seus raios cheguem à Terra sempre paralelos uns aos outros, ele concluiu que o que causava a diferença entre os ângulos nos postes só poderia ser uma (até então) suposta curvatura da Terra. Com os dados na mão, Eratóstenes calculou que o planeta é uma esfera com 46 mil quilômetros de circunferência. Uma precisão absurda para 2 mil anos atrás: a medida real é de 40 mil quilômetros.

Terra chata

Para os terraplanistas, o Sol e a Lua são bolas do tamanho de cidades, o planeta é cercado por uma muralha de gelo e a gravidade… Bom, a gravidade não existe.



TP: Modelo terraplanista
VR: Vida real

1. ANTÁRTIDA

TP Para quem acredita que a Terra é plana, a Antártida é um paredão de gelo que serve de moldura para a superfície terrestre, segurando a água dos oceanos. Eles dizem que o Tratado da Antártida, de 1959, existe para esconder esse “fato”.
VR Tem quase o dobro da área do Brasil (14 milhões de m²). E o Tratado, assinado por 52 países, estabeleceu-a como território neutro, dedicado à ciência.

2. HORIZONTE

TP Se a Terra é plana, por que a nossa visão não ultrapassa o horizonte? A desculpa aí envolve a neblina e uma suposta limitação da visão humana – o que não faz sentido, já que vemos estrelas a olho nu, e a mais próxima está a 40 trilhões de km (4,3 anos-luz).
VR Alguém com 1,80 m no nível do mar só consegue enxergar a uma distância de 5 km. Dá para comprovar a curvatura da Terra pela sequência de desaparecimento de uma embarcação no horizonte: a parte que some primeiro é a popa, depois a vela.

3. GRAVIDADE

TP Não existe. Só estaríamos presos ao chão por conta de uma força misteriosa que puxa a Terra para cima a uma aceleração constante de 9,8 m/s² – a mesma da gravidade. Seria como se estivéssemos dentro de um elevador gigante, presos ao chão.
VR Existe, claro. E mais: corpos celestes são redondos justamente por causa da gravidade. A massa gera um campo que suga tudo para o centro, moldando-os como esferas.

4. LUA

TP Tem 51, 5 km e descreve sua órbita a 5 mil km do chão.
VR A Lua é só quatro vezes menor que a Terra (com 3.476 km de diâmetro) e está a 384.400 km de distância.
ECLIPSES LUNARES
TP Uma Terra plana não faria sombra. Como explicar os eclipses lunares, então? Uma hipótese diz que o céu tem um “objeto de sombra”. A Lua se esconderia quando esse objeto cortasse seu caminho.
VR São fruto da sombra da Terra projetada na Lua, claro.

5. SOL

TP Tem 51,5 km de diâmetro e fica a 5 mil km de altitude. Funciona como se fosse uma lanterna: ilumina cada porção do planeta em momentos determinados. Ou seja: quando o Sol brilha sobre sua cabeça, é dia. Quando ele está longe, é noite. Simples assim.
VR O Sol tem 1,3 milhão de km de diâmetro (108 vezes mais do que a Terra), e está 149,6 milhões de km distante.

ESTAÇÕES DO ANO

TP Em diferentes momentos do ano, o Sol terraplanista assume órbitas diferentes – se aproximando ou se afastando de cada trópico. E isso estabelece as estações do ano. O raio da trajetória é maior quando o Sol está no “anel norte” e menor quanto está no “anel sul” (veja lá embaixo).
VR Você sabe: por conta do movimento de translação e do eixo de rotação da Terra (inclinado a 23,5 graus), cada hemisfério recebe mais luz solar em determinados períodos do ano. Quando é inverno na parte do sul, é verão no Hemisfério Norte, e vice-versa.

6. MAGNETISMO

TP Alguns terraplanistas defendem que o centro da Terra plana (o Polo Norte) abriga uma montanha magnética que seria a responsável por atrair as agulhas das bússolas. E mais do que isso: para manter o Sol, a Lua e as estrelas em volta do “disco planetário”.
VR Os polos magnéticos estão próximos aos polos geográficos. No centro da Terra, onde as temperaturas podem chegar a 6.000 ºC, existe ferro e níquel em estado líquido. Esse fluido, em constante movimento, gera as correntes elétricas responsáveis pelo campo magnético.

7. ATMOSFERA

TP Os terraplanistas a chamam de atmosplana ou atmocamada – note que “atmosfera” faz referência a um formato esférico, coisa que eles abominam.
VR A camada de gases que envolve nosso planeta fica presa aqui por conta da gravidade, outro conceito que os terraplanistas não curtem.
DOMO
TP É o que nos isola do resto do Universo (seja lá o que exista além da Terra plana).
VR Não existe.

8. MONTANHAS E VULCÕES

TP Abaixo da crosta, haveria uma pressão agindo na Terra plana, resultado da aceleração que ela sofreria para simular a gravidade. Tal movimento teria criado um vasto oceano de magma no manto terrestre, o que justificaria os vulcões.
VR O interior do planeta é instável. Os vulcões e o movimento das massas continentais são os resultados mais notórios desse fato.

A. ATLAS
O mapa-múndi terraplanista usa a projeção azimutal, igual à do símbolo da ONU

B. ESTRELAS
TP Estrelas seriam basicamente lâmpadas de LED: fontes luminosas a poucos milhares de km da Terra.

C. EQUADOR
TP Esta região seria mais quente que a dos polos por estar diretamente abaixo do mini-Sol.

***

Bom, para negar a circunferência da Terra, Rowbotham começou negando Eratóstenes. Criou um modelo teórico em que o Sol não é grande nem está longe – seria uma bola de fogo alguns quilômetros acima das nossas cabeças. Isso permitia, segundo suas contas, que a Terra fosse plana.

Rowbotham não teve tempo de cumprir o legado messiânico que sua última obra criaria, já que morreu três anos depois da publicação de seu livro. Mas a semente estava plantada. Nomes como Wilbur Glenn Voliva, Samuel Shenton e Charles K. Johnson – esses dois últimos, fundadores da Sociedade da Terra Plana (Flat Earth Society) – , deram sequência aos estudos do mestre, espalhando a palavra “ terraplanista” (flat earther) nos Estados Unidos da metade do século 20. Rachas internos deixaram a Sociedade da Terra Plana de molho por umas boas décadas. Em 2009, porém, ela ressurgiu das cinzas e voltou a receber novos membros – e agora faz mais barulho do que nunca.

Parte dessa nova onda terraplanista passa pelo nome de um novo guru, Eric Dubay. Ele é o fundador-presidente da Sociedade Internacional de Pesquisa sobre a Terra Plana e se define como “um americano de 35 anos que vive na Tailândia, onde ensina ioga meio período e divulga a nova ordem mundial em tempo integral”. Entre textões conspiracionistas sobre maçonaria e os Illuminatis, Eric destaca-se pelo trabalho hercúleo de conseguir traduções em 18 idiomas (incluindo árabe, lituano e letoniano) para sua obra seminal 200 Provas de que a Terra não é uma Bola Giratória – transformada, também, em um vídeo de mais de duas horas de duração para seu canal no YouTube.

No Brasil, um dos terraplanistas mais proeminentes é Jota Marthins, dono do Sem Hipocrisia, um canal do YouTube dedicado ao terraplanismo e outras teorias conspiratórias. O objetivo de Marthins é revelar “a farsa da bola molhada giratória”, forma como costuma se referir ao modelo vigente. O paulistano conta com mais de 50 mil inscritos e já obteve mais de 11 milhões de visualizações em seus vídeos – por essas, ganhou o apelido de “Rowbotham brasileiro”.

Sua maior obra, no entanto, é outra: o livro O Universo que não te Apresentaram – Expondo a Maior Mentira da Humanidade, publicação independente comercializada a R$ 70. Caro? Para ele, não: “Em um mundo onde pessoas pagam R$ 350 em obras de ficção científica como as de Carl Sagan, fica difícil calcular o valor para um livro que expõe a verdade”, diz.

As “verdades” reivindicadas pelos terraplanistas se resumem a tentativas de refutar conceitos provados e comprovados por mais de 2 mil anos de ciência. Mas isso não é necessariamente um problema. Para tudo que você quiser questionar, sempre haverá resposta. Por exemplo: a gravitação impede que corpos celestes com uma massa razoável, como a Terra, tenham forma de pizza. Se você pegar uma impressora 3D do tamanho de Júpiter e imprimir uma Terra plana, a gravidade vai puxar as bordas da estrutura para o centro e aglutinar tudo. E em pouco tempo você terá uma Terra redonda, tal qual esta aqui. Se o nosso planeta é plano, então, por que é que ele não colapsa à mercê da gravidade? Fácil. Para os terraplanistas a gravidade não existe. Uma das teorias deles é que a gente só fica preso ao chão porque a Terra acelera espaço adentro, como um elevador gigante, e isso criaria a sensação de gravidade.

Outro enigma da Terra plana é o continente antártico. O Polo Sul do globo, em sua versão amassada, assumiria uma configuração peculiar. Mais do que o controle do nível dos mares, o murão também delimitaria até onde a curiosidade humana tem o direito de se estender. Os segredos que estão fora dessa prisão de segurança máxima ficam a cargo de forças militares internacionais, que estariam resguardando as águas da região, prontos para conter a investida de espertinhos.

Mas o que exatamente impediria alguém com espírito aventureiro de se libertar dessas amarras e matar a maior charada da humanidade por si só? “Esse é um movimento de quem nunca saiu da cadeira, não tirou o pijama”, diz Amyr Klink, velejador brasileiro que viaja para a Antártida todo ano, há pelo menos 30 anos. Segundo o capitão (e toda a ciência já produzida), nada de parede de gelo com altura de prédio de 15 andares ou exércitos garantidores da ordem mundial no continente gelado. “Não sei por que ainda damos ouvidos a um discurso tão equivocado.”

Calma, Amyr. A SUPER também não dá ouvidos. Mas mostrar como os terraplanistas imaginam o planeta serve não só como exercício de fantasia, mas também para ilustrar como funcionam certos conceitos básicos da ciência, a começar pela física newtoniana (a estrela do infográfico desta página, que mostra o quão absurda seria a gravitação de um planeta em forma de pizza).

Mesmo assim, diga-se, há terraplanistas que sonham em usar a ciência a seu favor, e ver se um dia conseguirão provar a quadratura do círculo com métodos consagrados. É o caso de B.o.B., rapper americano e membro honorário da Sociedade da Terra Plana. Ele resolveu se mexer e lançou o projeto de financiamento coletivo “Mostre a curvatura para o B.o.B.”, que estabeleceu a meta ousada de juntar US$ 1 milhão para a compra de satélites e balões atmosféricos, a serem utilizados em estudos terraplanistas. Até o meio de outubro, a campanha havia arrecadado apenas US$ 6 mil. Bom sinal.
Terra ainda mais chata

A vida numa Terra plana, de acordo com a física newtoniana, seria um perrengue.

Este mundo, e todos os outros, são redondos porque a gravidade os fez assim. Mas como seria se a Terra fosse plana e também obedecesse às leis de Isaac Newton? Veja.


1. O formato de disco faria a gravidade atuar de maneira não uniforme. Em uma Terra plana, quanto mais você andasse em direção às bordas, mais a gravidade puxaria você de volta ao centro.

2. Caminhar até as bordas, então, seria como escalar uma montanha que vai ficando mais íngreme.

3. Os prédios teriam de ser cada vez mais inclinados para ir compensando essa influência. Perto da borda, você teria de se segurar para não entrar em queda livre.

4. Ufa. Se você atravessasse a borda, seus problemas acabariam. Na “lateral” da Terra plana, o puxão gravitacional voltaria a ser o de sempre: no sentido do solo.

Fonte: Guilherme Eler / Revista Superinteressante.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Catalunha declara independência da Espanha

O Parlamento catalão proclamou nesta sexta-feira (27), por meio de uma sessão plenária no Parlamento de Barcelona, a independência da região autônoma do resto da Espanha.

Parlamento da Catalunha declara independência.
A resolução unilateral foi apresentada pela maioria independentista, um desafio inédito na história da democracia espanhola.

"Que comece a sessão", declarou a presidente da Câmara, Carme Forcadell. Em seguida, um representante da oposição, Carlos Carrizosa, afirmou que a moção independentista "destrói o mais sagrado: a coexistência".

O Senado espanhol também está reunido em Madri em sessão extraordinária nesta sexta-feira, a pedido do governo de Mariano Rajoy, para suspender o autogoverno catalão, pela primeira vez em quatro décadas.

Dezenas de milhares de manifestantes separatistas saudaram a declaração de independência do lado de fora do Parlamento catalão, com gritos e aplausos.

A última tentativa da Catalunha de declarar sua independência remonta a 1934, quando o então presidente da região, Lluis Companys, proclamou uma "República Catalã" dentro de uma "República Federal da Espanha".

Reação de Madri

O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, pediu calma e prometeu "restaurar a legalidade na Catalunha", alguns minutos após a proclamação da independência da região pelo Parlamento de Barcelona.

"Exorto todos os espanhóis a se acalmarem: o estado de direito irá restaurar a legalidade na Catalunha ", escreveu Rajoy no Twitter.

Fonte: RFI.

Ganharei um bom salário cursando Geografia?

Vale a pena fazer o curso de bacharel em Geografia visando uma grande pretensão salarial?

As chamadas ciências básicas (Física, Biologia, Química, Matemática, Geografia, entre outras) têm papel fundamental para a pesquisa e o desenvolvimento de produtos e serviços.

O Brasil, no entanto, ainda não alcançou o plano em que tais pesquisas recebam o reconhecimento que deveriam. Não recebem do Estado ou da iniciativa privada recursos financeiros que bem remunerem os bacharéis, mestres e doutores que a ela se dediquem. Em países com economia mais desenvolvida, tais profissionais recebem maior reconhecimento, pelos conhecimentos que ampliam o domínio sobre a natureza e a construção de melhores condições para a vida.


A primeira opção de quem se interessa firmemente por tais áreas é de fato a licenciatura, que se não remunera adequadamente todo o empenho, a importância social da atividade docente e a competência adquirida, ao menos garante maiores possibilidades de colocação no mercado como professor, bem como o investimento pessoal no mergulho nesta área de conhecimento.

O geógrafo, ou seja, o bacharel em Geografia, encontra colocações em empresas ligadas à exploração de recursos naturais (mineração, recursos hídricos, petróleo). Outro campo a explorar é o da geografia humana: análise da distribuição da população, seus hábitos, necessidades de consumo, movimentos que fazem em função das condições econômicas.

Organizações Não Governamentais (ONGs) contratam tais profissionais em função de sua natureza – ligadas ao meio-ambiente, ao estudo do deslocamento de populações, etc. Órgãos públicos, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), também abrem concursos que contemplam a necessidade de tais profissionais. Diante do exposto, avalie o que você considera “grande pretensão salarial”.

Segundo o GUIA DO ESTUDANTE, o salário inicial varia de R$ 950,00 a R$ 3.000,00. Segundo o site Salariômetro, entre abr/2017 até set/2017. foram contratados, no país inteiro, 30 profissionais com um salário médio de R$ 3.793,00.

sábado, 21 de outubro de 2017

Designação MG 2018 - RESOLUÇÃO SEE Nº 3.643, DE 20 DE OUTUBRO DE 2017

RESOLUÇÃO SEE Nº 3.643, DE 20 DE OUTUBRO DE 2017. Dispõe sobre critérios e define procedimentos para inscrição e classificação de candidatos à designação para o exercício de função pública na Rede Estadual de Ensino da Secretaria de Estado de Educação, em 2018.

DA INSCRIÇÃO Art. 6º – O candidato deverá efetuar sua inscrição pela Internet, no endereço eletrônico www.designaeducacao.mg.gov.br que terá início às 10h do dia 25 de outubro de 2017 e será encerrada às 23h59m do dia 10 de novembro de 2017.


Quer saber mais?
Confira no site da Imprensa Oficial de Minas Gerais - IOMG a Resolução SEE Nº 3.643, de 20 de Outubro de 2017.

Resolução SEE Nº 3.643, de 20 de Outubro de 2017 - Completa

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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Redação do Enem que desrespeitar direitos humanos pode receber nota zero

Entre as regras a serem seguidas pelos candidatos que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na elaboração da prova de redação está o respeito aos direitos humanos. Quem defender ideias avaliadas como contrárias aos direitos humanos poderá receber nota zero na redação.

De acordo com a Cartilha do Participante – Redação no Enem 2017, divulgada hoje (16) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), algumas ideias e ações serão sempre avaliadas como contrárias aos direitos humanos, como: defesa de tortura, mutilação, execução sumária e qualquer forma de “justiça com as próprias mãos”, isto é, sem a intervenção de instituições sociais devidamente autorizadas.

Também ferem os direitos humanos, a incitação a qualquer tipo de violência motivada por questões de raça, etnia, gênero, credo, condição física, origem geográfica ou socioeconômica e a explicitação de qualquer forma de discurso de ódio voltado contra grupos sociais específicos. Segundo o Inep, apesar de a referência aos direitos humanos ocorrer apenas em uma das cinco competências avaliadas, a menção ou a apologia a tais ideias, em qualquer parte do texto, pode anular a prova.

No ano passado, quando o tema da redação foi “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”, foram anuladas as redações que feriram os direitos humanos porque incitaram ideias de violência ou de perseguição contra seguidores de qualquer religião, filosofia, doutrina, seita, inclusive o ateísmo ou quaisquer outras manifestações religiosas, além de ideias de cerceamento da liberdade de ter ou adotar religião ou crença e que tenham defendido a destruição de vidas, imagens, roupas e objetos ritualísticos.

De acordo com o Inep, a prova de redação do Enem sempre exigiu que o participante respeite os direitos humanos, mas, desde 2013, o edital do exame tornou obrigatório o respeito ao tema, sob pena de a redação receber nota zero.

A prova de redação, que será aplicada no dia 5 de novembro, exige a produção de um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. O candidato deve apresentar uma proposta de solução para o problema proposto, a chamada intervenção, respeitando os direitos humanos Também deve ser apresentada uma referência textual sobre o tema.

7 fatos científicos que provam que a Terra NÃO é plana

Centenas de anos a.C. o formato do nosso planeta já foi provado, mas tem gente que insiste em acreditar no contrário.
Por mais que o ser humano já saiba que a Terra é redonda há centenas de anos, algumas pessoas ainda aparentam mostrar dúvidas sobre a questão. Por isso separamos sete fatos científicos que vão te ajudar a convencer aquele colega que não tem tanta certeza sobre o formato do nosso planeta, de que ele não é — e não pode ser — plano.

Observe um barco
Quando um barco desaparece no horizonte ele não vai ficando menor e menor até não conseguimos vê-lo. Na realidade, o que ocorre é que partes da estrutura vão sumindo antes das outras: primeiro o casco da embarcação e só no fim a ponta da vela.

Isso ocorre justamente porque a Terra é redonda. Para compreender melhor, basta utilizar um binóculo ou telescópio para observar o horizonte na sua próxima ida à praia.

Olhe para as estrelas
Aristóteles descobriu esse fato cerca de 350 anos antes de Cristo e nada mudou desde então. Diferentes constelações são visíveis de diferentes latitudes. Provavelmente, os dois exemplos mais marcantes são o Big Dipper e a Southern Cross. O Big Dipper, um conjunto de sete estrelas que se parece com uma concha, é sempre visível em latitudes de 41 graus Norte ou superior, mas não abaixo de 25 graus sul.

Essas diferentes visões só fazem sentido se você imaginar a Terra como um globo, de modo que olhar "para cima" realmente significa olhar para uma faixa de espaço diferente do hemisfério sul ou norte.

Assista um eclipse
Aristóteles também provou sua teoria com a observação de que, durante os eclipses lunares, a sombra da Terra na face do Sol é curvada. Uma vez que esta forma curva existe durante todos esses fenômenos, apesar do fato de que o planeta está girando, o filósofo intuiu corretamente a partir da penumbra que a Terra é curvilínea por toda parte — em outras palavras, uma esfera.

Escale uma árvore
Se a Terra fosse plana, seria possível enxergar tudo independente de onde você está, mas, ao contrário disso, quanto mais altos estamos mais podemos visualizar. Um bom exemplo são as estrelas: podemos vê-las, mesmo elas estando milhares de quilômetros distantes. Ao olhar para os lados de Salvador, por exemplo, não é possível ver as luzes de Belo Horizonte, que está a uma distância bem menor do que estamos dos astros. A explicação? A Terra é esférica.

Faça uma viagem ao redor do mundo
Se você tiver a sorte de ter uma visão desobstruída do horizonte e um voo comercial suficientemente alto, você pode até mesmo descobrir a curvatura da Terra a olho nu. De acordo com um artigo de 2008 na revista Applied Optics, a curva da Terra torna-se sutilmente visível a uma altitude de cerca de 35,000 pés, desde que o observador tenha pelo menos um campo de visão de 60 graus (o que pode ser difícil a partir de uma janela do avião do passageiro).

A curvatura torna-se mais visível acima de 50.000 pés. Os passageiros de um jato supersônico, por exemplo, tem uma visão do horizonte curvo enquanto voam a 60 mil pés.

Compre um balão meteorológico
Em janeiro de 2017, estudantes da Universidade de Leicester, no Reino Unido, amarraram algumas câmeras em um balão meteorológico e enviaram-no para o céu. O balão subiu 77,429 pés (23,6 quilômetros) acima da superfície, bem mais que o nível necessário para ver as curvas do planeta. O instrumento a bordo do balão enviou imagens deslumbrantes que mostram a curva do horizonte.

Compara sombras
A primeira pessoa a estimar a circunferência da Terra foi um matemático grego chamado Eratóstenes, que nasceu em 276 a. C. Ele fez isso comparando os tamanhos de sombras no dia do solstício de verão onde hoje fica Assuão, no Egito, com uma cidade mais a leste de Alexandria. Ao meio dia, quando o sol estava diretamente sobre a cabeça em Assuão, não havia penumbra, entretanto, uma vara colocada no chão da outra cidade lançou uma sombra.

Em uma Terra plana, não haveria nenhuma diferença entre o comprimento das sombras. A posição do sol seria a mesma, em relação ao solo. Apenas um planeta em forma de globo explica por que a posição do sol deve ser diferente em duas cidades a poucas milhas de distância.

Fonte: Galileu (Com informações de LiveScience.)

domingo, 15 de outubro de 2017

Hidrocídio brasileiro: a matança das águas

São Francisco, Araguari, Paracatu, Tocantins, Javaés. Os rios brasileiros agonizam. “Não sabemos o que será e nem como será, só sabemos que estamos preparando o inferno para as gerações futuras.”

Por Roberto Malvezzi (Gogó)

A cada dia chega a notícia da morte de um rio, ou de que um rio famoso agoniza. Afluentes dos grandes rios brasileiro estão sendo mortos às centenas, aos milhares, num verdadeiro hidrocídio, isto é, a matança das águas.
Leito seco do Rio Paracatu, no município de mesmo nome. Principal afluente do S.Francisco,
o rio tinha quase 500 quilômetros de extensão, e uma bacia hidrográfica de área equivalente à do Estado do Rio.
Esses dias nos chegou a visão do leito seco do Paracatu, um dos maiores afluentes do São Francisco. No ano passado, em Macapá, me contaram que a pororoca do rio Araguari estava extinta. Esse ano, no Acre, me informaram que o prognóstico científico é de que o rio do Acre seque em dez anos.

Em Miracema, quando estive lá no ano passado, quase atravessamos o rio Tocantins a pé, com a água alcançando no máximo a cintura. Ali mesmo nos contaram que o rio Javaés, que faz a Ilha do Bananal, considerada a maior ilha fluvial do mundo, também tinha secado.

O Velho Chico agoniza a olho nu, com pouco mais de 500 m³/s, e na sua foz o mar avança São Francisco adentro, já salinizando as águas antigamente doces das comunidades ribeirinhas.

Nosso ciclo das águas, que se origina na Amazônia e depois se espalha por todo território brasileiro, chegando até Buenos Aires, Assunção e Montevideo, está sendo estrangulado pelas atividades predadoras que precisam destruir a vegetação para se impor. Ao destruir a Amazônia matamos a bomba biótica que injeta água na atmosfera; ao destruir o Cerrado matamos nossos maiores reservatórios naturais, aquíferos como o Bambuí, Urucuia e Guarani. A riqueza derivada da rapinagem não tem fôlego e também entrará em colapso com o colapso de nossas águas.

Não sabemos exatamente o que será e nem como será, só sabemos que estamos preparando o inferno para as gerações futuras.

Mesmo assim não nos conformamos. Como diz uma frase atribuída a Martin Luther King, “se eu soubesse que o mundo acabaria amanhã, mesmo assim hoje eu plantaria uma árvore”.

Fonte: Outras Palavras | Blog da Redação.

Carreira de professor desperta cada vez menos o interesse de jovens

A falta de reconhecimento e de condições de trabalho tem atraído cada vez menos alunos para uma profissão que já esteve entre as mais valorizadas no país: a de professor. O Dia do Professor é hoje, mas há motivo para comemorar?
Valorização do professor deve começar na educação básica, diz o MEC Elza Fiuza/Arquivo/Agência Brasi.
A cada 100 jovens que ingressam nos cursos de pedagogia e licenciatura no país, apenas 51 concluem o curso. Entre os que chegam ao final do curso, só 27 manifestam interesse em seguir carreira no magistério. As informações foram levantadas pelo movimento Todos Pela Educação, com base em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

“Temos um apagão de professores, principalmente pela desvalorização. A gente já atrai pouco e, dos que vão para a formação inicial, poucos permanecem na carreira. E não se consegue ter uma área de atuação que consiga atrair os melhores alunos do ensino médio”, diz a presidente executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.

Na opinião de Priscila, entre as políticas de atratividade necessárias para aumentar o interesse na profissão está a melhoria dos salários. Segundo Priscila, atualmente o professor ganha metade do que os profissionais de outras áreas com ensino superior completo. “Realmente fica difícil atrair os melhores alunos do ensino médio para a carreira se a gente não conseguir fazer com que o salário melhore”, acrescenta.

Priscila destaca que é preciso melhorar também as condições de trabalho do professor. A proximidade dos jovens com a profissão faz com que eles vejam de perto a realidade dos professores, que nem sempre é atrativa. “O fato de o jovem verificar no seu dia a dia que os professores não são valorizados, e muitas vezes são atacados pelos próprios jovens, pelas famílias, pela sociedade, pelo governo, isso faz com que o jovem desista da profissão”, lamenta Priscila.

Desmotivação
Alguns estados pagam o piso salarial tanto para professor do nível médio quanto para o do nível superior”, diz o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno AraújoArquivo/Agência Brasil.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, a falta de políticas que valorizem os profissionais da educação desmotiva os profissionais. Segundo Heleno, existe atualmente um processo de disputa muito grande com outras profissões, que oferecem melhor remuneração.

“Até os profissionais de pedagogia estão fugindo dessa profissão, porque os salários são diferentes, e vão fazer o seu trabalho em outros espaços, que têm uma valorização maior”.

Ele ressalta que, apesar de alguns avanços nos últimos anos no processo de valorização dos profissionais da educação, como a lei do piso nacional do magistério, ainda há dificuldades, como o descumprimento, em alguns estados e municípios, da legislação que define o mínimo a ser pago a profissionais em início de carreira, além do achatamento da carreira de professor. “Há estados que pagam o piso para o professor do nível médio e o mesmo valor para nível superior”, diz Heleno Araújo.

De acordo com a CNTE, em 2004 o salário dos professores no país representava cerca de 60% da média salarial de outras profissões – atualmente é 52% da média. “Este é o movimento inverso do Plano Nacional de Educação, que diz que, até 2020, o salário médio dos professores deve ser equiparado ao salário médio de outras profissões”, afirma.

Plano nacional

O Ministério da Educação (MEC) deve lançar nos próximos dias uma política nacional de formação de professores, já articulada à Base Nacional Comum Curricular, que vai focar na valorização dos profissionais. Segundo o MEC, está em estudo a ampliação das oportunidades das licenciaturas para a nova geração de docentes da educação básica e também para os que já estão em sala de aula.

Para o MEC, a valorização do professor é fundamental para a educação. “Existe a clareza de que o professor tem um papel central no desenvolvimento educacional de nossos estudantes e de que, para exercer essa profissão, ele precisa ser valorizado em todas as suas dimensões”, diz o ministério, em nota.

Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil.
Edição: Nádia Franco.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

domingo, 8 de outubro de 2017

sábado, 7 de outubro de 2017

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Amazônia Independente: movimento propõe a emancipação da região norte

Um dos líderes do movimento propõe a criação do país Amazônia, agregando todos os Estados da Região Norte.



No último domingo (1), a região da Catalunha, na Espanha, realizou referendo para saber se há viabilidade de emancipação e se tornar um novo país. Após a consulta, em que 42% da população foram às urnas, cerca de 90% dos eleitores se declararam favoráveis à divisão.

Embalados pela votação espanhola, o movimento O Sul é Meu País promoverá no próximo sábado (7), um plebiscito informal para saber se os eleitores do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul aprovam também a possibilidade de se tornarem um novo país.

Aqui na Amazônia, há movimentos que se articulam e propõem uma ruptura do Norte com o restante do país, e um deles é o Movimento Amazônia Independente. Um dos líderes do movimento, Axel Julyan, propõe a criação do país Amazônia, agregando todos os Estados da Região Norte.

“Nosso movimento surgiu com a união de um grupo amazonense e um grupo paraense há cerca de um atrás, tínhamos o mesmo ideal emancipacionista. Mas o movimento ainda está em processo de formação e consolidação, ou seja, tem funcionado de forma improvisada”.

Segundo Julyan, o grupo formado, em sua maioria, por pessoas dos Estados do Amazonas e Pará, pretende articular não apenas a ação de emancipação, mas também atividades e outras discussões.

“Pretendemos fazer sua legalização como associação cultural no próximo ano, para desenvolvermos inúmeras atividades, não somente de cunho separatista. Hoje nós temos um grupo com cerca de 50 integrantes, com pessoas de todos os estados da região norte, embora a maioria seja do Pará e Amazonas. Nós estamos buscando a adesão de mais pessoas nos demais estados. De vez em quando aparece nas redes sociais alguma página que promove o separatismo de algum estado, mas nós apenas ignoramos, pois não se tratam de movimentos sérios,” disse.

Ainda questionado sobre a viabilidade do movimento e a projeção caso a separação aconteça, Julyan afirma que é preciso combater mitos sobre a criação do amazônida e da Amazônia.

“ Mitos como os que dizem que a Amazônia é desabitada, que é dependente e incapaz de se sustentar - o que legitima o domínio brasileiro sobre nós. Somente com o que temos hoje, nós seríamos maiores que 70% dos países do mundo em relação à economia e população. Além disso, sem as amarras do estado brasileiro, com uma verdadeira emancipação, nós poderíamos partir para um verdadeiro desenvolvimento econômico com a construção de uma indústria nacional amazônida, e etc. Nós temos um potencial enorme pra nos desenvolver de forma humana e sustentável, mas na situação em que estamos, nós desperdiçamos todas essas oportunidades e aceitamos resignados situações absurdas promovidas tanto pelo Brasil quanto por outros países. Se nações menores podem, por que nós não podemos?” concluiu.

O que diz a Constituição?

Para o cientista político Helso Ribeiro, é inviável a emancipação da Amazônia e a criação de um novo país. Ele explica que qualquer proposta neste sentido é inconstitucional. 

“Existe em nossa constituição uma cláusula pétrea que não pode ser superada, nem mesmo através de consulta popular. Com isso é inconstitucional qualquer divisão do território brasileiro. Ainda que tenham as divergências e as diferenças regionais, o país é uma nação, tem uma língua unificada, é miscigenado, diferente, por exemplo, da Catalunha, que busca consolidar sua divisão, mas é uma região com identidade e idiomas próprios,” disse.

Fonte: William Costa / Portal Amazônia.

Coqueiro - Desenhos para Imprimir e Colorir

Colorir Desenho Coqueiro.

Desenho de Coqueiro para Colorir.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Astronauta - Desenhos para Imprimir e Colorir

Colorir Desenho Astronauta.

Desenho de Menina astronauta para imprimir e colorir.

Pato Donald Astronauta para colorir.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Ônibus Espacial - Desenhos para Imprimir e Colorir

Colorir Desenho Ônibus Espacial.

Desenho de um Ônibus espacial pronto para decolar para colorir.

Desenho para colorir ônibus Espacial.

domingo, 1 de outubro de 2017