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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

EDITAL SEE-MG Nº 01/2016 - Secretaria de Educação de Minas Gerais

EDITAL SEE Nº 01/2016

COMPOSIÇÃO DA REDE DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DOS PLANOS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO – MINAS GERAIS - SELEÇÃO DE AVALIADORES EDUCACIONAIS / MOBILIZADORES LOCAIS

DISPOSIÇÃO GERAL
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) e a União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime) realizarão assistência aos municípios com vistas a apoiá-los na fase de execução do Plano Municipal de Educação (PME), de maneira articulada ao Ministério da Educação (MEC) no monitoramento do Plano Nacional de Educação (PNE). Em Minas Gerais, a Rede de Assistência Técnica se estruturará de forma regionalizada, utilizando a articulação entre as 47 Superintendências Regionais de Ensino (SRE) da SEE-MG, a Unidade Central e a Undime-MG, com a participação técnica de uma instituição de pesquisa e do Fórum Permanente de Apoio à Formação Docente do Estado de Minas Gerais (Forprof-MG).

1. A assistência técnica se realizará em cada SRE e contará com uma equipe de apoio aos seus municípios, composta por:
a)Diretor da Superintendência Regional de Ensino;
b) Vice-Presidente da Undime-MG;
c)Avaliador Educacional (AE) Técnico – Mobilizador Local; e
d)Forprof-MG.

2. O monitoramento regional contará com o apoio de uma estrutura centralizada, responsável pela produção de dados e materiais de apoio, além do acompanhamento e consolidação geral do trabalho das regionais em consonância com a política nacional de monitoramento elaborada pela Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do Ministério de Educação (SASE/MEC). A SEE-MG realizará articulação com o Fórum Permanente de Apoio à Formação Docente do Estado de Minas Gerais (Forprof-MG), para o monitoramento e cumprimento das metas relacionadas com o Ensino Superior, especialmente as metas 12, 13, 14, 15 e 16 do Plano Nacional.

Para tanto, a SEE-MG e a Undime-MG realizarão seleção de Avaliadores Educacionais – Mobilizadores Locais, com vistas a compor equipe de apoio integrando a rede de assistência técnica, com perfil adequado e pertinente à atuação, conforme critérios descritos a seguir definidos pela SASE e pela SEE-MG.

3. A equipe central de apoio às equipes regionais será composta por:
a)Coordenador Estadual Geral – SEE-MG;
b)Coordenador Estadual Adjunto – SEE-MG;
c)Coordenador Estadual Adjunto – Undime-MG;
d)Equipe da SEE-MG; e
e)Instituição de Pesquisa para monitoramento regional.

4. FUNÇÕES DA EQUIPE
4.1 Diretor da SRE e Vice-Presidente da Undime-MG:
a) promover a mobilização local;
b) acompanhar as metas e estratégias propostas para o PME;
c) incentivar a adoção e o uso do sistema de monitoramento dos PME, elaborado pela SEE-MG.

4.2 AE Técnico – Mobilizador Local:
a) assessorar o trabalho do Diretor da SRE e Vice-Presidentes da Undime-MG;
b) dar conhecimento aos Diretores das SREs e Vice-Presidentes da Undime-MG das funções do sistema on-line da Rede de Assistência Técnica e de suas principais evoluções;
c) capacitar os dirigentes municipais de educação, em articulação com a SRE e a Undime;
d) mobilizar a equipe local em torno do acompanhamento das ações propostas para o PME; 
e) auxiliar os dirigentes municipais de educação no processo de produção, interpretação e publicidade dos dados de acompanhamento dos indicadores do PME;
f) reportar-se ao coordenador para tratar de assuntos relativos às ações desenvolvidas nos municípios sob sua responsabilidade;
g) prestar sistematicamente ou quando solicitado informações detalhadas ao coordenador estadual ou SASE/ MEC sobre as ações desenvolvidas em cada etapa de trabalho;
h) elaborar e consolidar relatórios técnicos periódicos e relatório final do trabalho realizado nos municípios; e
i) outras atribuições necessárias ao trabalho serão apresentadas pela coordenação no decorrer do mesmo.

4.3 Coordenadores Estaduais (SEE-MG/Undime-MG):
a) coordenar e planejar as ações do trabalho de assistência técnica para monitoramento e avaliação do Plano Estadual e ou Planos Municipais de Educação desenvolvidos pela Equipe Técnica;
b) acompanhar a Rede de Assistência Técnica, garantindo a produção dos dados necessários para os municípios;
c) consolidar os relatórios produzidos pelos AE Técnicos;
d) servir de interlocutor com o MEC;
e) acompanhar o trabalho junto à instituição de pesquisa, com o objetivo de validar os dados produzidos;
f)monitorar a execução do Plano Estadual de Educação;
g) planejar e realizar reuniões periódicas com os avaliadores educacionais;
h) contribuir com os avaliadores educacionais na busca de solução para possíveis problemas no andamento do trabalho; e
 i) inserir e manter atualizadas as informações sobre o estagio de monitoramento e avaliação de cada plano municipal e do plano estadual no Sistema Integrado de monitoramento, execução e controle do MEC.

4.4 Equipe SEE-MG – Unidade Central:
a) auxiliar os AE Técnicos na produção de dados e no suporte de uso do sistema de monitoramento dos PMEs;
b) auxiliar os AE Técnicos – mobilizadores locais - na produção de manuais de apoio;
c) fortalecer a equipe de monitoramento local com subsídios pedagógicos à elaboração dos relatórios previstos no sistema (dois ao ano);
d) responsabilizar-se pela democratização das informações relacionadas ao PNE internamente na SEE-MG com apoio da Comunicação Social da SEE-MG;
e) fortalecer a atuação da instituição de pesquisa por meio de participação em reuniões, colaboração e atuação conjunta;
f) manter o contato com a SASE/MEC, com participação de reuniões e cooperação;
g) manter o sistema de monitoramento da SEE-MG atualizado; e
h) participar do monitoramento do Plano Estadual de Educação e do Plano Nacional de Educação.

4.5 Instituição de pesquisa:
a) leitura e interpretação dos dados por território de desenvolvimento;
b) fornecimento dos dados para a Rede Técnica de Assistência; e
c) validação dos relatórios dos Secretários Municipais de Educação no Sistema online (SEE-MG).

4.6 Processo de seleção de Avaliadores Educacionais (AE) - Mobilizadores Locais:
O processo de seleção será feito mediante os seguintes procedimentos:
a)inscrição de candidaturas, por meio da entrega dos seguintes documentos:
a.1) 01 (uma) carta de 02 (duas) laudas em que o/a candidato/a apresenta-se e fundamenta seu interesse em participar, bem como manifesta a sua disponibilidade para a atuação;
a.2) currículo documentado em atendimento aos critérios explicitados no perfil exigido;
a.3) dados pessoais (nome completo, endereço, data de nascimento, e-mail e telefone de contato) e vaga a que se candidata;
b)Fase 01: verificação da adequação do currículo ao perfil desejável; análise da carta de interesse; e
c)Fase 02: Entrevista (SEE-MG) e Reunião Técnica (Undime-MG).

4.7 Perfil do Avaliador Educacional (AE) – Mobilizador Local:
a) possuir formação em nível superior na área de educação ou ciências humanas;
b) possuir, preferencialmente:
b.1) título de mestre;
b.2) experiência mínima de 2 (dois) anos em educação;
b.3) conhecimento da legislação brasileira, especialmente a relativa à educação, prioritariamente a Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei do Plano Nacional de Educação - Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), Plano de Ações Articuladas (PAR) e demais políticas educacionais;
b.4) experiência ou participação em projetos de monitoramento e/ou avaliação de políticas públicas e na utilização de bases de dados;
c) possuir conhecimento sobre instrumentos de gestão (Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Lei Orçamentária Anual (LOA), Plano de trabalho Anual (PTA), entre outros);
d) ter disponibilidade para eventuais viagens durante a semana;
e) possuir conhecimento em informática (Word, Excel, Power Point, Mozilla, Skype, entre outros);
f) ter habilidade para coordenar e realizar trabalho em equipe;
g) apresentar facilidade de comunicação e expressão oral e escrita;
h) ter iniciativa para resoluções e mediação de possíveis problemas no processo de monitoramento e avaliação dos Planos de Educação e junto aos agentes envolvidos;
i) ter participado de Conferência Municipal de Educação; e
j) ser gestor ou ex-gestor da Educação (para candidatos às vagas da Undime-MG) ou ser servidor efetivo da Rede Estadual de Minas Gerais (para candidatos às vagas da SEE-MG).

5. No ato da inscrição, o/a candidato(a) deverá manifestar a qual vaga se candidata.

6. Vagas da SEE-MG:

6.1 No site a seguir, consulte o endereço de cada Superintendência Regional de Ensino (SRE):

7. Vagas UNDIME–MG:

8. CRONOGRAMA E ENTREGA DA DOCUMENTAÇÃO
a) Data limite para apresentação de candidaturas: 11 de fevereiro de 2016.
b) Locais de entrega da documentação (presencialmente ou Sedex):
b.1) vagas da SEE-MG: - correspondência em atenção a Clélia Márcia, na Rod. Pref. Américo Gianetti, 4143 – Cidade Administrativa, Edifício Minas, 11º andar, bairro Serra Verde, Belo Horizonte – MG, CEP 31630-900.
b.2) vagas da Undime-MG: - correspondência em atenção a Maria Virgínia Morais Garcia e Suely Rodarte - Rua Alagoas, 730, Sala 18, bairro Funcionários, Belo Horizonte – MG, CEP 30.130-160.
c) Somente serão aceitas inscrições pelo correio (via Sedex) ou presencialmente, até o limite da data prevista.
d) Realização das Fases 1 e 2: até 01 de março de 2016.
e) Divulgação dos Resultados: a partir de 07 de março de 2016.
f) Todos os inscritos ficarão cientes dos prazos de realização da Fase 2 por e-mail, com confirmação de recebimento.
g) A entrevista ocorrerá em cada Superintendência Regional de Ensino (vagas da SEE-MG) e na Undime-MG, em local a ser definido pela Undime-MG (vagas da Undime-MG).

9. Disposições Finais:
a) O não comparecimento do/a candidato(a) na data da entrevista acarretará a sua exclusão do processo seletivo.
b) Será aprovado o candidato com maior pontuação cumulativamente nas duas fases. Em caso de empate será considerado o critério de postura e atitude apresentada durante a entrevista.
c) Se não houver, no mínimo, 03 (três) candidatos inscritos na seleção ou se nenhum candidato obtiver no mínimo 50 (cinquenta) pontos no total das duas fases, a área demandante optará pela livre seleção e convocação.
d) O aprovado iniciará imediatamente após a sua seleção, com exercício definido pelo Ministério da Educação (MEC), podendo ser substituído por não assiduidade ou não atendimento às demandas próprias à atuação pretendida durante o trabalho.
e) A aprovação implicará na participação na Rede de Assistência Técnica de monitoramento dos Planos Municipais de Educação de Minas Gerais percebendo auxílio educacional, sem vínculo empregatício, concedido diretamente pelo Ministério da Educação, na forma da lei, em conformidade com o cronograma de desembolso elaborado pelo Ministério da Educação, e de sua disponibilidade orçamentária no ano de 2016, prevendo-se a elaboração de 06 (seis) relatórios técnicos consolidados ao ano, que equivale ao valor de R$50,00 (cinquenta reais) por município sob acompanhamento, num total de até 30 (trinta) municípios sob acompanhamento, por cada avaliador educacional.A SEE MG esclarece que o desembolso do auxílio educacional é de estrita responsabilidade do Ministério da Educação, com cronograma a ser divulgado oportunamente pelo MEC.
f) As despesas de passagens para os Avaliadores Educacionais selecionados nesse processo e cadastrados no Sistema de Avaliações Educacionais (SAE/MEC) serão calculadas de forma proporcional ao trabalho e ao número de municípios atendidos.
g) A Secretaria de Estado da Educação esclarece que caberá ao Ministério da Educação manter os Avaliadores Educacionais informados quanto aos seus direitos e deveres para com a Rede de Assistência Técnica, em especial quanto aos prazos, formas e condições de recebimento do auxílio educacional, bem como critérios para a permanência no processo de assistência técnica a cada ano de monitoramento do Plano Nacional de Educação (PNE).

Belo Horizonte, 28 de janeiro de 2016.
(a) Macaé Maria Evaristo dos Santos
Secretária de Estado de Educação de Minas Gerais

Fonte: Diário Oficial de Minas Gerais - Caderno 1- Diário do Executivo- Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2016 – Página 77. http://jornal.iof.mg.gov.br/xmlui/handle/123456789/158561

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Resolução SEE Nº 2.843, de 13 de janeiro de 2016

Resolução SEE Nº 2.843, de 13 de janeiro de 2016. Dispõe sobre a Organização e o Funcionamento da Educação de Jovens e Adultos/EJA – cursos presenciais, nas escolas da rede pública estadual de Minas Gerais. 

A SECRETÁRIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS, no uso de sua competência, tendo em vista o disposto na Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, na Resolução CNE/CEB nº 1, de 05 de julho de 2000, na Resolução CNE/CEB nº 03, de 15 de junho de 2010, no Parecer CNE/CEB nº 11, de 10 de maio de 2000, no Parecer CNE/CEB nº 6, de 07 de abril de 2010, e na Resolução SEE nº 2.197, de 26 de outubro de 2012, e considerando: 
- O diálogo promovido com a comunidade escolar durante a Virada Educação; - o diálogo promovido com os estudantes e profissionais da educação durante as Rodas de Conversas realizadas nos Territórios de Desenvolvimento; 
- as reflexões promovidas pelo Grupo de Trabalho constituído para analisar e discutir o Ensino Médio; e 
- as sugestões advindas dos encontros de formação do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. 

RESOLVE: 
Art. 1º A Educação de Jovens e Adultos/EJA – cursos presenciais, modalidade da Educação Básica ofertada nas escolas da rede pública estadual de Minas Gerais, destina-se àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade de direito. 

Art.2º A idade mínima para matrícula em cursos de Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos/EJA é de 15 anos e no Ensino Médio é de 18 anos. 

Art. 3º Os cursos presenciais de Educação de Jovens e Adultos/EJA terão a seguinte organização: 
§1º - Curso Presencial de anos iniciais do Ensino Fundamental, com duração de 02 (dois) anos letivos, organizado em 04 (quatro) períodos semestrais, com carga horária total mínima de 1.600 horas. 
§2º - Curso Presencial de anos finais do Ensino Fundamental, com duração de 02 (dois) anos letivos, organizado em 04 (quatro) períodos semestrais, com carga horária total mínima de 1.600 horas. 
§3º - Curso presencial do Ensino Médio, com duração de 01 (um) ano e meio, organizado em 03 (três) períodos semestrais, com carga horária total mínima de 1.200 horas. 

Art. 4º A proposta curricular da Educação de Jovens e Adultos/EJA deverá observar o número de módulos-aula e a carga horária definidos nos Anexos I,II e III. 
§1º - A carga horária diária da Educação de Jovens e Adultos noturno será de 4 (quatro) módulos de 45 ( quarenta e cinco) minutos. 

Art. 5º As aulas da Educação de Jovens e Adultos realizadas no noturno terão início às 19 (dezenove) horas e deverão encerrar-se às 22 (vinte e duas) horas e 15 (quinze) minutos. As Superintendências Regionais de Ensino (SREs) e as escolas poderão alterar o horário de entrada e saída do turno noturno para melhor gerenciamento do transporte escolar e em função de situações de especificidades locais, resguardando o interesse e a presença dos alunos após justificativas fundamentadas e aprovadas pelo Diretor da SRE. 

Art. 6º Esta Resolução entra em vigor a partir da sua publicação. 

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO, em Belo Horizonte, aos 13 de janeiro de 2016. 
(a) MACAÉ MARIA EVARISTO DOS SANTOS 
Secretária de Estado de Educação

Fonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais - IOMG.  Página 33.
Para conferir a resolução completa e os anexos que estão no site do jornal siga este endereço:

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Você pode obter um passaporte da Antártida

Você dever jurar lealdade ao continente austral e aos ideais de paz, igualdade e sustentabilidade

Você é cidadão da Antártida? A resposta é obvia: "não" - a Antártica não é um país, é um continente . Mas isso não é nenhum empecilho, afirmam os artistas Lucy Orta e George Orta. Eles estão concedendo passaportes para a Antártica, de qualquer jeito, diz  Allison Meier para  o site Hyperallergic.
Você é um cidadão global? Então você pode precisar de um desses. (Studio Orta)
Até agora, 53 países assinaram o Tratado da Antártida, que em 1959 estipulou que o continente austral "continue para sempre a ser utilizado exclusivamente para fins pacíficos e não se converta em cenário ou objeto de discórdias internacionais." Mas Lucy e George Orta não enxergam isso como uma barreira que possa impedir a emissão de passaportes para o continente gelado. Em vez disso, sua arte é inspirada e centrada em torno das possibilidades pacíficas de um continente dedicado à investigação científica e fraternidade humana.

Allison Meier relata que o casal desenvolveu um site chamado  Passaporte para o mundo Antártico  e todas as  pessoas que são adeptas aos princípios de sustentabilidade, paz e igualdade podem solicitar um passaporte virtual online.

O casal foi contratado para criar o programa de passaporte e mostrar o resultado dessa arte na  Bienal do Fim do Mundo de  2007, que trouxe artistas de todo o mundo para pensar no fim do mundo (Ushuaia, na Argentina é considerada pelos argentinos como a cidade do “fim do mundo”). 
O projeto da bandeira da Antártica de Lucy Orta e George Orta. (Studio Orta)
Mais tarde, ainda naquele ano, os artistas viajaram para a Antártida para levar a sua "Bandeira da Antártica" - a bandeira caleidoscópica combinando as bandeiras de todas as nações que representa a coexistência de todas as identidades do mundo. 
A efêmera aldeia antártica de Lucy e George Orta foi parcialmente construída com bandeiras e roupas. (Studio Orta)
A viagem para a Antártida também incluiu a construção de 50 habitações artesanais costuradas com bandeiras nacionais, roupas e outros objetos que simbolizam as possibilidades de um continente sem fronteiras.

Enquanto um passaporte oficial para a Antártica ainda seja impossível, este passaporte que os artistas chamam de um "passaporte universal para um continente sem fronteiras e o bem comum da humanidade" - parece ser uma boa alternativa. Até agora, mais de 12.000 pessoas já receberam o passaporte. 

Texto escrito por Erin Blakemore * Tradução livre, por Gabriel, com informações da Smithsonian Magazine. Data da publicação: 26/01/2016.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Esta cabana de madeira poderia ser o menor Palácio do Mundo

Existe uma coisa que não falta na cidade russa de São Petersburgo: palácios. Construções como o Palácio de Inverno, o Palácio Mikhailovsky, e o Palácio Stroganov, todos estes remontam à opulência, ao luxo e grandeza da Rússia czarista. Mas, no coração da cidade, sobre o rio Neva, uma pequena cabana de madeira poderia muito bem ser o menor palácio do mundo.

Tecnicamente, uma construção não precisa ter torres enormes e decorações luxuosas para ser considerado um palácio. De acordo com o dicionário Merriam-Webster, a definição  de um palácio é simplesmente "a residência oficial de um chefe de estado (como um monarca ou um presidente). Como tal, o Gabinete de Pedro o Grande, certamente está qualificado.

Apenas algumas semanas após o czar Pedro, o Grande, ter capturado uma fortaleza sueca sobre o Rio Neva, em 1703, ele decidiu construir ali a futura capital do império. Ele a chamou de São Petersburgo, que apesar de se tornar a joia da coroa da Rússia czarista, no início era pouco mais que terreno pantanoso. Mesmo assim, como czar, Pedro precisava de sua própria residência pessoal. Em apenas três dias, os trabalhadores construíram para ele, a cabana que ainda hoje está de pé, como Nikki Lohr diz em Untapped Cities.

A Cabana de Pedro é pequena - do tamanho de um apartamento confortável em Nova York. Embora possa parecer apenas mais uma cabana de madeira, o edifício é, na verdade, uma estranha mistura de arquitetura russa tradicional e arquitetura holandesa, que Pedro muito admirava, como está escrito no site Saint-Petersburg.com. 

Por mais que ele amasse a  arquitetura holandesa, quando Pedro definiu fincar as primeiras raízes no assentamento que ele um dia faria sua capital, ele não podia dar-se ao luxo de construir sua casa de pedra ou construção de alvenaria, como os edifícios de Amsterdã que ele tanto admirava. Em vez disso, seus trabalhadores pintaram a cabana como se a construção fosse feita de tijolos, com linhas horizontais de branco, separadas por tiras finas de tinta vermelha. Apesar de Pedro, o Grande só ter morado na cabana por alguns anos antes de mudar para palácio melhor e maior, em 1723, pavilhões foram gradualmente anexados ao conjunto para protegê-lo contra o mau tempo, de acordo com o  Museu Russo.

O Gabinete de Pedro, o Grande tem visto muita mudança no decorrer dos séculos e tem resistido bravamente: ele sobreviveu a tudo, desde o levante da Revolução Russa ao cerco de Leningrado (como a cidade foi chamado durante o período em que a Rússia era parte da  União Soviética) e ainda permanece até hoje. Agora, a cabana é um museu em homenagem ao fundador da cidade e contém muitos de seus pertences. A cabana pode até ser o menor palácio do mundo, mas ainda é grande na sua própria maneira de existir.

Texto escrito por Danny Lewis * Tradução livre, por Gabriel, com informações da Smithsonian Magazine. Data da publicação: 26/01/2016.

O interior da cabana é preservado com muito dos pertences de Pedro, o Grande. (deror_avi, via Wikimedia Commons)
A cabana de pedro - construção original. (deror_avi, via Wikimedia Commons)
Imagem de 1853, do Gabinete de Pedro, o Grande. (The British Library via Wikimedia Commons).
O Gabinete de Pedro está protegido por um pavilhão ornamentado  de pedra. (Perfektangelll, via Wikimedia Commons)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Contos de fadas podem ser mais velhos do que você pode imaginar

Há centenas de anos atrás, coletores e escritores de conto de fadas como os irmãos Grimm, Hans Christian Andersen e Charles Perrault editaram contos mágicos de princesas, ogros malignos, florestas escuras, magias estranhas e amores frustrados. E essas histórias foram contadas para crianças de todos os lugares, em diversas épocas . Mas há quantos anos esses contos foram criados? Um novo estudo sugere que as suas origens podem nos levar a percorrer todo o caminho de volta à pré-história.
Nova pesquisa mostra que contos mágicos têm uma história mais longa do que se suspeitava anteriormente.
Fonte da ilustração: (Blue Lantern Studio/Corbis)
Em um novo estudo publicado na revista da Royal Society Open Science, uma folclorista (Sara Graça da Silva) e um antropólogo (Jamshid J. Tehrani) afirmam que histórias como as de Rumpelstichen (o antagonista de um conto de fadas de origem alemã, O Anão Saltador) e João e o Pé de Feijão são muito mais velhos do que se pensava inicialmente. Em vez de datarem dos anos de 1500, os pesquisadores dizem que algumas essas histórias clássicas possuem 4.000 e 5.000 anos de idade, respectivamente. Isto contradiz a especulação anterior de que os coletores de histórias, como os irmãos Grimm transcreveram contos que tinham apenas algumas centenas de anos de idade.

Acontece que é muito difícil de descobrir a idade dos velhos contos de fadas usando dados históricos simples. Uma vez que os contos foram transmitidos oralmente, pode ser quase impossível fazer a datação desse contos utilizando apenas os métodos de um historiador ou a tradicional caixa de ferramentas do antropólogo. 

Assim, a equipe pegou emprestado da biologia uma técnica chamada análise filogenética. Normalmente, a análise filogenética é utilizada para mostrar como os organismos evoluíram. Neste caso, os pesquisadores utilizaram estratégias criadas por biólogos evolucionistas para traçar as raízes de 275 contos de fadas, através de árvores complexas de língua, população e cultura.

Usando o Aarne-Thompson-Uther ou sistema ATU de contos populares, a equipe localizou a presença dos contos em 50 populações de línguas indo-europeias. Eles foram capazes de encontrar as ascendências de 76 contos, rastreá-los de volta no tempo usando árvores de linguagem.

Com os contos rastreados, eles encontraram evidências de que parte deles, na verdade, foram baseados em outras histórias. Mais de um quarto das histórias acabou por ter raízes antigas - João e o Pé de Feijão foi rastreado até mais de 5.000 anos atrás.

Os resultados puderam confirmar uma teoria quase esquecida de conto de fadas do escritor Wilhelm Grimm, que afirmava que todas as culturas indo-europeias compartilhavam contos comuns. Mas o estudo ainda não prova que todos os contos de fadas são tão velhos assim. 

Então já é hora de usar registros históricos e pistas escritas para aprender mais sobre a história oral dos povos antigos? De jeito nenhum, diz a equipe de investigação. "Claro, isso não diminui o valor de buscar o registro literário para verificar as evidências sobre as origens e o desenvolvimento dos contos orais", escrevem eles. Tradução: Os pesquisadores ainda vão continuar procurando as origens dos contos de fadas em livros também. Entretanto, talvez seja hora de você pegar aquele livro de contos e imaginar uma nova versão das histórias contadas há milhares de anos atrás.

Texto escrito por Erin Blakemore * Tradução livre, por Gabriel, com informações da Smithsonian Magazine. Data da publicação: 25/01/2016.

domingo, 24 de janeiro de 2016

O segundo maior lago da Bolívia secou por causa do aquecimento global

Nem mesmo os moradores locais parecem acreditar que O Lago Poopó, segundo maior lago da Bolívia (o maior é o Lago Titicaca) desapareceu. O lago era muito raso ele estava em uma região de clima árido, portanto, seu nível variava muito com o tempo. 

O Lago Poopó já encolheu significativamente inúmeras vezes no passado, mas dessa vez ele sumiu. Em dezembro de 2015, o Lago Poopó foi oficialmente declarado "seco" por causa do aquecimento global.
Imagens de satélite mostram o quanto as águas ao do Lago Poopó
recuaram em apenas três anos (Abril de 2013, janeiro 2016) NASA
E esse pode ser um retrato do futuro de mudanças climáticas. Os cientistas acreditam que a seca foi provocada por anos seguidos de atuação do El Nino, eleito o grande vilão desse desastre natural. Mas essa não é toda a história, eles também apontam que os desvios de rios e a má gestão dos recursos hídricos foram fatores contribuintes. 

Com exceção de alguns algumas finalidades agrícolas, afluentes do Poopó ou riachos de água doce que alimentam o lago são utilizados principalmente para a mineração.

O fenômeno climático tem atormentado a nação por milênios. O delicado ecossistema boliviano também tem sofrido um estresse ambiental extraordinário ao longo dos últimos 30 anos. O país experimentou um aumento de temperatura de cerca de um grau Celsius.

Os moradores locais estão abandonando o local. Dezenas de famílias venderam suas lhamas, alpacas e ovelhas. Nos últimos três anos, os moradores evacuaram a vila à beira do lago, deixando apenas metade da sua população, principalmente os idosos.

Os biólogos afirmam que cerca de 75 espécies de aves desapareceram do lago.

O Poopó pode não estar sozinho. Muitos outros lagos ao redor do mundo são igualmente ameaçados por grandes programas de desenvolvimento ou má gestão.

Diamantes verdes "revelam" segredos do passado da Terra

Diamantes verdes, desenterrados de antigas formações rochosas próximas de Joanesburgo (África do Sul), entre 1890 e 1930, revelam segredos do planeta Terra de 3,5 bilhões de anos atrás.

Os diamantes que foram objeto de pesquisa possuem mais de 3 bilhões de anos e pertencem ao Supergrupo Witwatersrand, a formação rochosa onde se localiza as famosas minas de ouro de Joanesburgo. Os diamantes foram generosamente cedidos pelo Museu África, localizado em Joanesburgo, sob a supervisão de Katherine James.

O que esses diamantes verdes tem a ver com as placas tectônicas? 
Os diamantes Witwatersrand, fazem parte da coleção do Museu África, Joanesburgo, África do Sul.

Esses diamantes foram investigados pelos seguintes pesquisadores: Dr. Katie Smart, Prof. Susan Webb e Prof. Lewis Ashwal da Universidade de Witwatersrand (Joanesburgo, África do Sul), Prof Sebastian Tappe da Universidade de Joanesburgo (Joanesburgo, África do Sul) e Dr. Richard Stern da Universidade de Alberta (Edmonton, Canadá). 

"Os diamantes estão entre os materiais mais robustos e resistentes da Terra, então eles são pequenas cápsulas do tempo e têm a capacidade de nos mostrar que alguns processos estavam ocorrendo muito mais cedo do que se pensava na história da Terra," diz Dr. Katie, professora do Instituto de Geociências (da Universidade de Witwatersrand) e pesquisadora principal do artigo, "Early Archaean tectonics and mantle redox recorded in Witwatersrand diamonds", que foi publicado recentemente na revista Nature Geoscience.

História Antiga
A Terra possui aproximadamente 4,5 bilhões de anos e a descoberta das mais antigas rochas expostas na superfície da Terra levou a um acalorado debate entre os geocientistas. A grande questão é saber quando as placas tectônicas começaram a operar na Terra. 

Muitos pesquisadores acreditam que as placas tectônicas surgiram no Arqueano (o Éon, que compreende o período entre 4 a 2,5 bilhões de anos atrás), embora o tempo exato seja altamente contestado.

Esses diamantes foram formados em grandes profundidades, no manto da Terra. Além disso, com base nas características do azoto presente nos diamantes, tudo indica que eles se formaram muito cedo, a cerca de 3,5 bilhões de anos. O transporte dos diamantes à superfície da Terra através de atividades vulcânicas, e a sua posterior chegada até a bacia de Witwatersrand, ocorreu entre 3,5 e 3 bilhões de anos atrás.

Analisando as "cápsulas do tempo"
Os pesquisadores descobriram que as placas tectônicas já estavam em operação na Terra há 3,5 bilhões de anos atrás. "Nós podemos usar as composições isotópicas de carbono e nitrogênio dos diamantes para nos dizer de onde veio esses materiais evolvidos na formação dos diamantes de Witwatersrand. A datação isotópica indica que esses diamantes são de 3 bilhões de anos atrás", diz Smart.

"A composição isotópica do nitrogênio dos diamantes de Witwatersrand indicou uma fonte sedimentar (nitrogênio proveniente da superfície da Terra) e isso nos diz que o azoto incorporado nos diamantes de Witwatersrand não vieram do manto da Terra, mas que foram transportados da superfície da Terra para o manto superior através de placas tectônicas. 

Isto é importante porque o nitrogênio aprisionado nos diamantes de Witwatersrand indica que as placas tectônicas, como nós reconhecemos hoje, estavam atuando no Arqueano, bem como materiais na superfície da Terra eram transportados para o manto. "

A Terra é um planeta onde ocorre um processo dinâmico de placas tectônicas que constantemente transportam material da superfície para o manto da Terra, que se estende entre 7 km a mais de 2.800 quilômetros abaixo da superfície da Terra. 

Construindo o planeta Terra
As placas tectônicas moldam a Terra, e a suas atuações podem ser percebidas em terremotos e erupções vulcânicas,

"Vários pesquisadores tentaram determinar quando exatamente as placas tectônicas surgiram na Terra, mas enquanto há muitas investigações de antigas rochas da superfície da Terra, nós estamos olhando para o problema a partir de um ponto de vista diferente - investigando minerais derivados do manto da Terra ", diz Smart.

"Nós não somos o primeiro grupo de pesquisa que estuda os diamantes, a fim de dizer quando as placas tectônicas começaram, mas o nosso estudo tem resultados confirmados que indicam que as placas tectônicas estavam em operação há pelo menos 3,5 bilhões de anos."

*Gabriel, do Blog de Geografia.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Jacaré - Desenhos para Imprimir e Colorir

Desenho de jacaré para colorir e imprimir.
Jacaré para colorir.
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Antropoceno: nós somos a força geológica dominante

Os seres humanos estão vivendo em uma nova era geológica. 

Em um novo estudo, publicado na revista Science no dia 7 de Janeiro de 2016, uma equipe internacional de cientistas concluíram que o impacto da atividade humana sobre a Terra é tão generalizada e persistente que merece o reconhecimento formal, com a criação de uma nova unidade de tempo geológico, chamada Antropoceno.

"Estamos dizendo que os seres humanos são um processo geológico", diz o co-autor do estudo Colin Waters, um geólogo do Serviço Geológico Britânico (BGS) "Nós somos a força geológica dominante moldando o planeta. Não são os rios, não são os ventos...São os seres humanos. "
Uma nuvem de cogumelo sobe no céu durante um teste de armas atômicas na década de 1950. (Roger Ressmeyer / Corbis . Cientistas concluíram que a idade dos seres humanos começou oficialmente no início da era nuclear.
O termo "Antropoceno" - de antropo, "homem"- foi popularizado pelo ganhador do prêmio Nobel de Química, Paul Crutzen.

Nos últimos anos, no entanto, tem havido um movimento crescente entre os cientistas para adotar formalmente o termo como parte da nomenclatura oficial da Geologia. Aqueles que defendem essa ação argumentam que a época atual dominado pela humanidade é muito diferente do Holoceno dos últimos 12.000 anos, o tempo durante o qual as sociedades humanas desenvolveram e floresceram.

O novo estudo não é o primeiro a propor a criação formal do Antropoceno - Simon Lewis e Mark Maslin, da University College London fizeram uma recomendação semelhante no ano passado - mas é um dos mais abrangente até o momento. Nela, Waters e seus colegas procuraram responder se as ações humanas deixaram sinais mensuráveis ​​nas camadas geológicas, e se esses sinais são marcadamente diferentes das do Holoceno. A resposta a ambas as perguntas, dizem os cientistas, é: sim:

Os pesquisadores realizaram uma revisão da literatura científica publicada e encontraram evidências de inúmeras maneiras que os seres humanos mudaram a Terra para produzir sinais em camadas de gelo e rocha que ainda serão detectáveis nos próximos milhões de anos. Entre eles: a preponderância de produtos humanos únicos, tais como concreto, alumínio e plásticos; níveis atmosféricos elevados de gases de efeito estufa; níveis mais elevados de nitrogênio e fósforo no solo, de fertilizantes e pesticidas; e os testes de armas nucleares acima do solo no século 20.

Os seres humanos tem uma atitude peculiar dentro do reino biológico, levando alguns animais domesticados e plantas cultivadas a se disseminarem enquanto empurra outras espécies à extinção.

"Eu acredito que essas mudanças são registros fósseis", diz Scott Wing, o curador do Museu Nacional de História Natural, dos EUA.

"Se encontrarmos uma planta que é agradável, dentro de alguns anos levamos essa planta para o mundo todo", diz Waters. "Normalmente, você tem que esperar a colisão de dois continentes para obter esse tipo de transferência de espécies, mas estamos fazendo isso em um período muito curto de tempo. "

O Antropoceno é um jovem: Waters e sua equipe afirmam que ele só começou por volta da metade do século XX, no início da era nuclear e da aceleração do crescimento da população, da industrialização e da utilização em grande escala dos combustíveis fósseis. 

Wing diz que os seres humanos mudaram a Terra o suficiente para criar um sinais estratigráficos e geoquímicos distintos. "Eu não acho que haja qualquer dúvida sobre isso", diz ele. "Não é apenas um sinal distinto e visível, ele irá persistir por um longo período geológico de tempo, por isso vai poder ser reconhecido nos próximos milhares ou milhões de anos no futuro.Curiosamente, ao contrário da noção de mudança climática para a qual foi estabelecida um consenso científico muito antes de aceitação pública tornar-se generalizada, os membros do público em geral parecem estar mais dispostos a aceitar a ideia que estamos vivemos em uma nova era (Antropoceno) do que alguns cientistas.

"Os geólogos e estratígrafos" - cientistas que estudam as camadas da Terra, "estudam e observam as rochas que são de milhões de anos atrás, muitos deles têm dificuldade em aceitar que um pequeno intervalo de tempo pode ser uma época geológica ", diz Waters.

Waters e Wing dizer que além de ser cientificamente importante, reconhecendo formalmente a era antropocêntrica poderia ter um forte impacto sobre a percepção pública de como a humanidade está mudando o planeta.

"Não há dúvida de que, quando mais de 7 bilhões de pessoas colocam suas mentes para fazer alguma coisa, eles podem ter um grande impacto. Nós estamos vendo isso agora ", diz Waters. "Mas isso também significa que podemos reverter alguns desses impactos negativos se quisermos, se estamos conscientes do que estamos fazendo. Nós podemos modificar o nosso progresso ".

Wing concorda. "Acho que o Antropoceno é um mecanismo muito importante para levar as pessoas de todos os cantos do planeta a pensar sobre o seu legado", diz ele. "Nós, seres humanos estamos em um jogo que afeta todo o mundo e o futuro também. Deveríamos estar pensando em nosso legado de longo prazo, e o Antropoceno coloca um nome nesse legado ".

Texto escrito por Ker Than * Tradução livre, por Gabriel, com informações da Smithsonian Magazine. Data da publicação: 23/01/2016.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Estamos vivendo na Idade do Plástico?

Durante séculos, historiadores e arqueólogos definiram os períodos da história humana a partir de tecnologias ou materiais que tiveram o maior impacto na sociedade da época, como a Idade da Pedra, Idade do Bronze e a Idade do Ferro. 

Mas de que Idade nós somos agora? De acordo com Cara Giaimo, do site Atlas Obscura, essa pergunta pode ser respondida com uma palavra: plásticos. A ideia de dar nome às idades não deve ser confundida com subdivisões geológicas do tempo, como o Holoceno ou a proposta do Antropoceno - um período resultante do impacto humano em massa no planeta. 

Esta época geológica mais recente ainda não é oficial, mas já é muito aceita e utilizada. Um estudo recente diz que o Antropoceno começou durante meados do século 20 com a detonação das primeiras bombas nucleares, disse Ker Than para o site Smithsonian.com.
Plástico: os cientistas argumentam que este é o material
que melhor pode definir nosso período atual dentro do Antropoceno.
O Holoceno, foi assim denominado para abranger a Idade do Bronze e do Ferro. Mas nós ainda não temos uma ferramenta ou material para definir nossa época atual. Os cientistas apontam para algumas mudanças específicas: a energia nuclear, a rápida disseminação de materiais como alumínio, concreto, e silício como provas principais da influência da humanidade na Terra. 

Mas de acordo com o arqueólogo John Marston, o plástico "redefiniu a nossa cultura material" e "serão encontrados em camadas estratificadas em nossos depósitos de lixo".

Não há lugar na Terra em que os plásticos são naturalmente feitos e a grande variedade de polímeros sintéticos não existiria se não fosse pela ação humana. Desde a invenção dos primeiros polímeros, cerca de seis bilhões de toneladas de plásticos foram feitas e se espalharam pelo planeta. Junto com as primeiras detonações nucleares em 1945, os plásticos são uma das mudanças mais significativas que os seres humanos fizeram na história recente da Terra, relata Andrew C. Revkin para o New York Times

Para aumentar o problema, a maioria dos plásticos não são facilmente degradáveis, e a reciclagem não é uma solução para tudo. Nem todos os tipos de plástico são facilmente recicláveis, e há apenas algumas usinas de reciclagem (nos Estados Unidos) que podem processar todas as variedades de plástico.

Isso significa que grande parte dos materiais jogados em lixeiras de reciclagem pode circular pelo planeta várias vezes antes de serem processados ​​para produzir tapetes, blusas, ou outras garrafas, diz Debra Winter para o site The Atlantic. Embora milhões de toneladas de plástico sejam reciclados a cada ano, milhões acabam em aterros sanitários ou o nos oceanos. O problema atingiu o ponto em que é possível que em apenas algumas décadas poderia haver mais plástico nos oceanos do mundo do que peixes.

"O plástico pode demorar mais de 500 anos para se decompor na natureza, então é seguro dizer que cada garrafa de plástico que você usou ainda está em algum lugar deste planeta, de alguma forma ou de outra," afirma Winter. 

Mesmo que as pessoas em todo o mundo mudem suas maneiras de utilizar o plástico, o dano já está feito. A Idade do Plástico em breve poderá tomar o seu lugar ao lado da Idade do Bronze e da Idade do Ferro na história da civilização humana.

Texto escrito por Danny Lewis * Tradução livre, por Gabriel, com informações da Smithsonian Magazine. Data da publicação: 22/01/2016.

O buraco da camada de ozônio já assustou o mundo; mas o que aconteceu com ele?

Ele mudou a percepção pública sobre o meio ambiente para sempre, e mobilizou uma geração de cientistas no combate a essa ameaça para a nossa atmosfera. Mas 30 anos depois de sua descoberta, o buraco de ozônio simplesmente não tem as faces do terror que ele foi um dia. Como está a situação do buraco de ozônio hoje?

Para entender, você tem voltar no tempo, cerca de 250 anos. Os cientistas vêm tentando estudar o invisível desde o início da ciência, mas a primeira verdadeira compreensão da atmosfera da Terra veio durante os anos de 1700. Em 1776, Antoine Lavoisier mostrou que o oxigênio era um elemento químico, e na tabela periódica seu número atômico era o oito. A revolução científica estimulou descobertas novas. A partir de experiências com eletricidade,descobriu-se que passando eletricidade através de oxigênio produzia-se um odor estranho, ligeiramente picante.
Quando o buraco na camada de ozônio foi descoberto, ele se tornou uma sensação mundial.
Trinta anos depois, o que aconteceu com ele?
Na década de 1830, quando fazia experiência com faíscas elétricas, Christian Friedrich Schönbein descobriu que esse odor era o ozônio, uma molécula composta por três átomos de oxigênio. A partir de novos estudos os cientistas começaram a especular que o ozônio era um componente essencial da atmosfera e até mesmo que era capaz de absorver os raios do sol.

Uma dupla cientistas franceses, Charles Fabry e Henri Buisson utilizaram um interferômetro para fazer as medições mais precisas da presença de ozônio na atmosfera em 1913. Eles descobriram que o ozônio se acumula em uma camada na estratosfera,  e concentra-se na região entre 20 e 35 km de altitude.

O ozônio filtra a radiação ultravioleta que chega até o planeta Terra. Se não houvesse ozônio na atmosfera, diz a NASA ", raios UV intensos do Sol iria esterilizar a superfície da Terra." Ao longo dos anos, os cientistas descobriram que a camada é extremamente fina, e que varia ao longo do dia e das estações do ano e que ele tem diferentes concentrações nas diferentes áreas.

Os pesquisadores começaram a estudar os níveis de ozônio ao longo do tempo, e começaram a pensar se o ozônio era capaz de ser esgotado. Na década de 1970, eles estavam estudando como emissões provenientes de coisas como aeronaves supersônicas e de ônibus espacial, que emitia gases diretamente na estratosfera, poderia afetar essa camada da Terra.

Então, descobriu-se que esses rastros não eram o pior inimigo real da camada de ozônio. O perigo maior estavam nas substâncias químicas halogenadas contendo átomos de cloro (Cl), flúor (F) ou bromo (Br) presentes em coisas como garrafas de spray de cabelo e de creme de barbear. Em 1974, um estudo mostrou que os clorofluorocarbonetos (CFC) usados ​​em garrafas de spray destroem o ozônio atmosférico. A descoberta de Paul Crutzen, Mario Molina e F. Sherwood Rowland ganhou um Prêmio Nobel, e todos os olhos se voltaram para a camada invisível que rodeia a Terra.

O que eles encontraram chocou até mesmo os cientistas que já estavam convencidos de que os CFCs destroem o ozônio. Richard Farman, um cientista atmosférico que vinha recolhendo dados na Antártida anualmente, durante décadas, pensou que seus instrumentos estavam quebrados quando eles começaram a mostrar grandes buracos na camada de ozônio sobre o continente. Seus instrumentos não estavam quebrdos: A camada de ozônio havia sido danificada mais do que os cientistas poderiam ter imaginado.

Como a história sobre o buraco de ozônio vazou através dos meios de comunicação social, o assunto alcançou repercussão mundial. Os cientistas se esforçaram para compreender os processos químicos por trás do buraco.

"É como se a AIDS estivesse no céu", disse uma ambientalista aterrorizada para a equipe da Newsweek. Alimentada em parte por temores de agravamento do buraco de ozônio, 24 nações assinaram o Protocolo de Montreal limitando o uso de CFCs em 1987.

Nos dias de hoje, os cientistas sabem muito mais sobre o buraco de ozônio. Eles sabem que é um fenômeno sazonal que se forma durante a primavera na Antártida, quando o tempo começa a aquecer. Durante o inverno da Antártida, o buraco recua gradualmente até o ano seguinte. E o buraco de ozônio da Antártida não está sozinho. "Mini-buracos" foram descobertos sobre o Tibete em 2003, e em 2005 os cientistas confirmaram uma degradação sobre o Ártico tão drástica que poderia ser considerado um buraco.

Cientistas de todo o mundo acompanham a camada de ozônio acima da Antártica usando balões, satélites e modelos de computador. Eles descobriram que o buraco de ozônio está realmente ficando cada vez menor: Os cientistas estimam que, se o Protocolo de Montreal nunca havia sido implementado, o buraco teria crescido 40 por cento em 2013. Em vez disso, o buraco deverá "sumir" completamente até 2050.

Sabendo que o tamanho desse buraco está sujeito a variações anuais, padrões de fluxo de ar e outras dinâmicas atmosféricas, tem-se a difícil missão de manter a consciência pública em alerta.

Bryan Johnson é um químico de pesquisa da NOAA , que ajuda a monitorar o buraco de ozônio, ano após ano. "Já tivemos três fases de preocupações ambientais", diz ele. "Primeiro houve a chuva ácida. Em seguida, ele foi o buraco de ozônio. Agora são os gases de efeito estufa como o dióxido de carbono. "

Faz sentido que com os CFCs quase fora da atmosfera, processo que ainda pode levar de 50 a 100 anos, as preocupações sobre seus impactos ambientais diminuem também. Mas essa história de sucesso de combate ao buraco da camada de ozônio poderia tornar o público mais consciente com outras preocupações ambientais, como as mudanças climáticas.

O medo da destruição da camada de ozônio mobilizou uma das maiores vitórias de proteção ambiental na memória recente.

"O buraco de ozônio está melhorando, e ele vai cicatrizar", diz Johnson. Não é todo dia que uma história de horror científico tem um final feliz.

Texto escrito por Erin Blakemore. * Tradução livre, por Gabriel, com informações da Smithsonian Magazine. Data da publicação: 22/01/2016.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

IBGE publica edital com 1.409 vagas temporárias para o Censo Agropecuário

O IBGE divulgou no Diário Oficial da União (DOU) de hoje (21/01/2016) o edital do Processo Seletivo Simplificado (Edital nº 01/2016) com 1.409 vagas temporárias para a realização do Censo Agropecuário 2016. O contrato será regido pela Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993. A Fundação Cesgranrio será a organizadora do processo seletivo e as inscrições estarão abertas de 26/01/2016 a 22/02/2016, pelo site http://www.cesgranrio.org.br/concursos/evento.aspx?id=ibge0116.

O edital também pode ser consultado no portal do IBGE, em

Das 1.409 vagas, 223 são para Analista Censitário, distribuídas nas capitais dos 26 estados e no Distrito Federal; 700 para Agente Censitário Administrativo, distribuídas nas capitais dos 26 estados e no Distrito Federal; e 486 vagas para Agente Censitário Regional, em 459 municípios de 24 estados. Para todas as funções, há vagas reservadas a pessoas com deficiência e pessoas negras ou pardas. Para consultar o quadro de vagas completo, veja o anexo V disponível no edital.

O valor da inscrição é de R$ 120,00 para a função de Analista Censitário; R$ 35,00 para a função de Agente Censitário Administrativo e R$ 50,00 para a função de Agente Censitário Regional.

As vagas de Analista Censitário requerem nível superior em diversas áreas, com retribuição de R$ 7.166,00. Já os cargos de Agente Censitário Administrativo e Agente Censitário Regional são de nível médio, com retribuições de R$ 1.560,00 e R$ 3.000,00, respectivamente. Os contratados farão jus, ainda, a auxílio-alimentação e auxílio-transporte.

A previsão de duração do contrato é de até 31 meses para o Analista Censitário; 22 meses para o Agente Censitário Administrativo; e 16 meses para o Agente Censitário Regional.

A realização das provas está prevista para o dia 22/05/2016 e a divulgação do resultado final para o dia 14/07/2016.Fonte: IBGE

http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3086

Tubarões comem pessoas?

Apesar da "aparência" assustadora, em geral, os tubarões não comem seres humanos.
Apenas cerca de uma dúzia das mais de 300 espécies de tubarões estão envolvidos em ataques a seres humanos. Os tubarões evoluíram milhões de anos antes dos seres humanos existirem, portanto, os seres humanos não fazem parte de suas dietas normais. Os tubarões alimentam-se principalmente de peixes menores, mas algumas espécies comem focas, leões marinhos e outros mamíferos marinhos.

Os tubarões atacam seres humanos quando eles estão confusos ou curiosos. Se um tubarão vê um espirro humano na água, pode tentar investigar, levando a um ataque acidental. Ainda assim, os tubarões têm mais a temer dos seres humanos do que nós deles. Seres humanos caçam tubarões para retirar a  carne, órgãos internos, e a pele, a fim de fazer produtos como a sopa de barbatana de tubarão, lubrificantes, e couro.

Os tubarões são uma parte valiosa dos ecossistemas marinhos, mas pesca predatória ameaça algumas populações de tubarões.

* Tradução livre, por Gabriel, com informações da NOAA.

O que é o Triângulo das Bermudas?

O Triângulo das Bermudas é uma região na parte ocidental, do norte do Oceano Atlântico em que navios, aviões e pessoas, supostamente desaparecem misteriosamente.
Mapa: localização do famoso Triângulo das Bermudas. Fonte: NOAA.
Durante décadas, o lendário Triângulo das Bermudas do Oceano Atlântico tem fascinado a imaginação humana com seus desaparecimentos inexplicáveis ​​de navios, aviões e pessoas.

Alguns especulam que forças desconhecidas e misteriosas são responsáveis pelos desaparecimentos inexplicáveis, como extraterrestres que capturam seres humanos para estudá-los; o elo perdido do continente de Atlântida; vórtices que sugam objetos para outras dimensões; e outras idéias fantásticas (lunáticas). Algumas explicações são mais fundamentada na ciência: estas incluem (gás metano em erupção) flatulência oceânica e interrupções no fluxo de linhas geomagnéticas.

As considerações ambientais poderiam explicar muitos, se não a maioria, dos desaparecimentos. A maioria das tempestades tropicais e furacões do Atlântico passam pelo Triângulo das Bermudas, e nos dias anteriores à melhoria da previsão do tempo, essas tempestades perigosas ameaçam muitos navios. Além disso, a Corrente do Golfo pode causar rápidas, por vezes violentas, mudanças no clima. Além disso, o grande número de ilhas no Mar do Caribe cria muitas áreas de águas rasas que podem ser traiçoeiras para os navegantes. E há alguns indícios que sugerem que o Triângulo das Bermudas é um lugar onde uma bússola "magnética", por vezes, aponta para o norte "verdadeiro", ao contrário do norte "magnético". 

A Marinha e a Guarda Costeira dos EUA afirmam que não há explicações sobrenaturais para essas catástrofes marítimas. Por experiência, essa entidades sugerem que as forças combinadas da natureza e da falibilidade humana superam até mesmo a ficção científica dos mais céticos. Eles acrescentam que não existem mapas oficiais dos limites do Triângulo das Bermudas. O Conselho de Nomes Geográficos dos EUA não reconhecem o Triângulo das Bermudas como um nome oficial e não mantém um arquivo oficial sobre a área.

O oceano tem sido sempre um lugar misterioso para os seres humanos, e quando o mau tempo ou navegação em condições precárias estão envolvidas, pode ser um lugar muito mortal. Isto é verdade em todo o mundo. Não há evidências científicas de que os desaparecimentos misteriosos ocorrem com qualquer freqüência maior no Triângulo das Bermudas do que em qualquer outra área grande dos oceanos da Terra.

* Tradução livre, por Gabriel, com informações da NOAA.

O Espaço Urbano: Novos Escritos sobre a Cidade - Ana Fani Alessandri Carlos

CARLOS, Ana Fani Alessandri. O Espaço Urbano: Novos Escritos sobre a Cidade. São Paulo: FFLCH, 2007, 123p.

Baixar o livro completo em PDF:
http://gesp.fflch.usp.br/sites/gesp.fflch.usp.br/files/Espaco_urbano.pdf

O objetivo desta obra é reunir um conjunto de idéias que foram sendo construídas ao longo dos últimos anos, tendo como centro o debate em torno da necessidade de construção de um “modo possível de pensar a cidade” nos dias de hoje – através da Geografia – em um momento em que a sociedade urbana se constitui a partir da generalização do processo de urbanização no mundo. Esse processo que tem como conteúdo a realização do mundial – espaço mundial e sociedade urbana – coloca-nos diante de uma nova relação espaço tempo, que, a meu ver, caracteriza o momento histórico atual. Na realidade, o caminho que seguimos toma uma direção inversa às análises que consideram o tempo elemento definidor deste período, propondo, inclusive, a negação do espaço como elemento explicativo do mundo moderno. Para muitos autores, o momento atual, qualificado como pós-moderno, teria por centro definidor as mudanças no tempo, o que conduziria a um processo de “desterritorialização”.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Charlie Hebdo - É pra rir ou pra chocar?

Roberto D’arte

Mais de um ano após o atentado terrorista no escritório da revista satírica francesa "Charlie Hebdo", que deixou doze mortos e onze feridos, a publicação trouxe recentemente uma charge de extremo mau gosto. Nela, aparece uma referência sarcástica a Aylan Kurdi, menino sírio de 3 anos que morreu afogado em setembro do ano passado em uma praia turca, durante uma das centenas de travessias desesperadas de refugiados rumo à Europa. 

Vale ressaltar que o irmão de Aylan e a sua mãe também morreram na tragédia, da qual escapou apenas Abdullah Kurdi, seu pai. A foto do menino morto na areia da praia chocou o mundo e virou uma espécie de símbolo da crise humanitária dos refugiados sírios.

Na charge da mais recente edição do Charlie Hebdo aparece um homem correndo atrás de uma mulher e o seguinte título: "migrantes: no que teria se transformado o pequeno Aylan se tivesse crescido?". Outra legenda traz a resposta: "apalpador de bundas na Alemanha", numa referência às agressões sexuais registradas naquele país na noite de Ano Novo, atribuídas a refugiados.

A história das charges e a sua popularização através de jornais e revistas de grande circulação revela o poder de crítica que passaram a ter os chargistas. A referida revista francesa, que ficou mundialmente conhecida após o trágico atentado de 7 de janeiro de 2015, é um grande exemplo da dimensão e alcance de uma charge. Pessoas morreram em decorrência de uma imagem satírica envolvendo o profeta Maomé – figura sagrada e intocável para os seguidores do Islamismo.

Muitas charges provocam riso, ao mesmo tempo em que tecem críticas políticas, sociais ou mesmo religiosas. Este é o seu principal objetivo. No entanto, a que menciona a criança síria e o possível futuro que teria se não tivesse morrido de forma trágica só pode ter sido para chocar. Não dá para acreditar que alguém, em sã consciência, possa ter achado a mínima graça nela ou mesmo feito alguma reflexão positiva sobre o tema.

Há os que defendem charges como essa com o argumento da liberdade de expressão. E, nesta linha de raciocínio, colocam tal liberdade como se fosse o maior bem conquistado pela humanidade, acima da compaixão, do respeito, da solidariedade. A imprensa do mundo todo publicou matérias ressaltando a dor e a indignação de Abdullah Kurdi ao ver a memória do seu filho ser zombada numa charge. Será que algum pai, de qualquer nacionalidade, sentiria algo diferente?

A mencionada charge do Charlie Hebdo tem o mesmo poder das piadas racistas e sexistas, que, em nome da liberdade de expressão, fizeram o riso moldar e perpetuar valores abomináveis. Com relação ao seu teor, mesmo que se comprove que foram alguns refugiados os culpados das agressões sexuais contra mulheres na Alemanha, sugerir que todos os refugiados são ou se tornarão agressores é, no mínimo, leviano. Que graça pode haver nisso?

(texto publicado no Jornal Tribuna Livre, Viçosa-MG, na edição do dia 20-01-2016)

O Relevo Brasileiro nas Macroestruturas Antigas - Jurandyr Ross

ROSS, J. L. S. . O Relevo Brasileiro nas Macroestruturas Antigas. Revista Continentes (UFRRJ), v. 2, 2013.

Baixar o artigo O Relevo Brasileiro nas Macroestruturas Antigas, de  Jurandyr Luciano Sanches Ross, completo em PDF:

Resumo: as formas do relevo no território brasileiro não podem ser entendidas sem a compreensão do que ocorre com o relevo do continente sul-americano. Os processos estruturais e esculturais que se desenvolvem no relevo brasileiro estão diretamente relacionados com a abertura do Atlântico e com a formação da Cadeia Orogenética dos Andes. A epirogênese meso-cenozóica foi o fator que desencadeou os processos denudacionais que estabelecem a marca definitiva na compartimentação do relevo brasileiro. As grandes formas associam-se às macroestruturas dos Crátons, Cinturões Orogenéticos e Bacias Sedimentares. Essas macromorfologias são produzidas pelas diversas fases erosivas pré e pós-cretácea e a tectônica antiga e Cenozóica. Posições altimétricas elevadas coincidentes com litologias de massas ígneas e de rochas de alto metamorfismo e relevos mais rebaixados esculpidos sobre rochas de baixo metamorfismo sugerem importantes efeitos do desgaste erosivo químico atuando na gênese das formas do relevo brasileiro. 

Palavras-chave: relevo; processos; macromorfologias.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Milton Santos: Para que a Geografia mude sem ficar a mesma coisa

SANTOS, M. A. . Para que a geografia mude sem ficar a mesma coisa. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n.59, p. 5-22, 1984.

Baixar o artigo completo em PDF: 

No âmbito internacional, a Geografia está hoje, novamente, marcada por uma oposição de tendências. De um lado, os que não desejam que a História se faça em favor dos povos dependentes e das classes oprimidas. Do outro, os que pugnam por uma nova ordem socialmente mais justa. Entre os primeiros, surgem novas formas de apresentação de velhas posições, tanto mais perigosas quanto mais bem revestidas, mas há, também, uma busca de parecer outra coisa, um mimetismo cuja identificação nem sempre é fácil. A reencadernação da Geografia Cultural, o neodarwinismo redivivo sob a capa de sociobiologia e um humanismo de fachada, onde se incluem postulações fenomenológicas “sui-generis”.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O Ciclo da Água para Crianças

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (em inglês, U.S. Geological Survey, conhecido pela sigla USGS) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (em inglês, Food and Agriculture Organization, instituição conhecida pela sigla FAO) uniram-se para criar um diagrama didático e divertido sobre o ciclo da água, voltado para crianças do ensino básico.

Baixe o diagrama em tamanho maior - PDF:

O Ciclo d'água para Crianças
O Ciclo da Água.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Região, Diversidade Territorial e Globalização - Rogério Haesbaert

HAESBAERT, Rogério. Região, Diversidade Territorial e Globalização. Geografia, Ano 1, Nº 1. Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense, 1999, p. 15-39.

Baixar o artigo completo em PDF: 
http://www.uff.br/geographia/ojs/index.php/geographia/article/viewFile/4/3

Resumo: A região e a questão regional seguem sendo relevantes e são revigoradas, pois mesmo na era da globalização a diversidade territorial se manifesta tanto através de profundas desigualdades (econômicas) - que o marxismo ajuda a explicar, quanto de diferenças (culturais), sobrevalorizadas pelo chamado pós-estruturalismo. Neste jogo de múltiplos desenhos territoriais, a relação local-global adquire destaque e a região se torna muito mais complexa, manifestando-se tanto na forma tradicional dos territórios-zona quanto na forma de territórios-rede ou “redes regionais” . Palavras-chave: Região, Regionalização, Global-Local.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

História de Campo Limpo Paulista, São Paulo – SP

Histórico do Município: Campo Limpo Paulista, São Paulo – SP
Gentílico: campo-limpense

A cidade surgiu com a construção do leito da Estrada de Ferro São Paulo Raiway (atual Santos-Jundiaí) para o transporte de café dos fazendeiros da zona bragantina. Em 1880 o sítio integrava o bairro de Ivoturucaia, que, de acordo com o livro histórico de Manoel Tavares da Silva, possuía posto de telégrafo, de propriedade de João Antônio da Silva e de sua mulher, ambos pioneiros de Campo Limpo.
O povoamento teve início na rua Joaquim Pereira Pinto, onde foram construídas casas de sapé para os funcionários da Estrada.
Através de plebiscito foi garantido a emancipação, efetivada em 1964.

Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Campo Limpo, pela lei estadual nº 2456, de 30-12- 1953, subordinado ao município de Jundiaí.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o distrito de Campo Limpo figura no município de Jundiaí
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 01-VII-1960. 
Elevado à categoria de município com a denominação de Campo Limpo, pela lei estadual nº 8092, de 28-02-1964, desmembrado do município de Jundiaí. Sede no antigo distrito de Campo Limpo. Constituído do distrito sede. Instalado em 21-03- 1965. 
Pelo decreto nº 22, de 23-08-1969, o município de Campo Limpo passou a denominar-se Campo Limpo Paulista.
Pela lei estadual nº 4954, de 27-12-1985, é criado o distrito de Botujuru e anexado ao município de Campo Limpo Paulista.
Em divisão territorial datada de 18-VIII-1988, o município é constituído de 2 distritos: Campo Limpo Paulista e Botujuru.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.

Alteração toponímica municipal
Campo Limpo para Campo Limpo Paulista, alterado por força do decreto nº de 23-08-1969.

Fonte: Biblioteca do IBGE.

Lista completa de servidores que foram desligados em MG pela Lei 100

Cumprindo a determinação do Supremo Tribunal Federal, o Governo do Estado de Minas Gerais publicou em edição extra do “Diário Oficial do Estado de Minas Gerais”, de 31 de dezembro de 2015, a lista dos desligamentos relativos aos servidores que foram efetivados pela Lei Complementar Nº 100/2007. Foi publicado o desligamento de 67.221 cargos, o que corresponde a 59.412 servidores. 

A lista completa está disponível em: 

ou nos links abaixo: 
O número de cargos não corresponde exatamente ao número de servidores, uma vez que há carreiras que podem acumular mais de uma admissão.

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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A natureza social do discurso geográfico - Alexandrina Luz Conceição

A natureza social do discurso geográfico - Alexandrina Luz Conceição. Terra Livre São Paulo/SP Ano 28, V.2, n.39 p.19-35 Jul-Dez 2012

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Resumo: Este texto objetiva refletir sobre as fronteiras e delimitações do pensar geográfico nos diferentes discursos das ciências sociais. Pensar o pensamento geográfico a partir de estruturas construídas no contexto histórico em que prescrevem as ideologias, na configuração das concepções teóricas dos sujeitos que discursam. A análise proposta tem como fundamentos a teoria e o método do marxismo e da filosofia da linguagem, sustentados na análise do discurso de Michael Bakhtin. Objetiva-se, assim, aferir que todo discurso tem uma estrutura polifônica, estando simultaneamente na dimensão diacrônica/sincrônica, inscrito em diversos tempos históricos, já que a natureza do enunciado é social, e não individual, e esta não existe fora de um contexto social. Todo discurso tem, no seu enunciado, a posição de uma classe social. Ao posicionar-se o discurso (desde que nele não haja neutralidade), este é feito em nome de uma classe social, portanto, todo discurso assume a tensão de um objeto que deve ser exposto por um sujeito em múltiplos sujeitos que o representam. 
Palavras-chaves: pensamento geográfico, natureza social do discurso, signo dialético, polifonia do discurso, método.