RESUMO: Este trabalho focaliza a importância e as diversas vertentes metodológicas em torno da pesquisa de campo em Geografia, concebida, de forma ampla, como um instrumento de análise que permite o reconhecimento do objeto e que, fazendo parte de um método de investigação, permite a inserção do pesquisador no movimento da sociedade como um todo. Palavras-chave: Pesquisa de Campo; método de investigação.
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http://www.uff.br/geographia/ojs/index.php/geographia/article/viewFile/78/76
A pesquisa de campo é um tema muito importante na Geografia, porém, com pequena discussão. Na intenção de contribuir com o debate, trazemo-lo a público de maneira mais ampla. É importante, em particular, para aqueles que se iniciam na pesquisa, pensar suas formas de realização. Cabe dizer, de início, que embora a discussão sobre trabalho de campo seja pequena, significativos textos de geógrafos experientes estão disponíveis para leitura. Não arrolarei todos, porém é importante lembrar os textos de Lacoste (1985), Kayser (1985), Tricart (1980) e Oliveira (1985), entre outros que tratam do tema. E importante dizer que estes textos, escritos nas décadas de 70 e 80, trazem à discussão o sentido do trabalho de campo para o geógrafo, o compromisso com as comunidades envolvidas e a divulgação dos resultados. Ao iniciar, fazemos a seguinte referência: ao ler a súmula/ementa proposta para discussão, encontramos entre os diferentes termos que podem expressar a pesquisa de campo, a palavra “campear”. Campear é uma palavra utilizada pelo homem do campo (peão) e de maneira ampla pela população da Campanha no Rio Grande do Sul e significa procurar. Quando alguém diz “estou campeando algo” significa estou procurando. Escolhemos, então, esta palavra como uma forma de fazer campo. Campeando — procurando — pesquisando. Se entendo campear como pesquisar, cabe dizer que pesquisar é busca. Entretanto, começamos colocando, num primeiro momento, o que entendemos por pesquisar. As respostas às questões que nos colocamos partem da concepção de construção do conhecimento que se baseia, entre outras leituras, em Maturana e Varela, dois bio-neurologistas chilenos que fornecem a base biológica para a construção/explicação das teorias construtivistas. A partir delas é que pretendemos expor nossas idéias.
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