De que maneira o indivíduo foi conceitualizado pelo pensamento filosófico em diferentes momentos da história?
RESPOSTA:
Na Antiguidade, a individualidade aparece como uma
forma naturalmente definida de singularidade em face
da comunidade. Na Idade Média, assim como na Antiguidade, a comunidade precede naturalmente os indivíduos que a compõem. No entanto, no caso do
medievo, a natureza, sendo criada, obedece a desígnios que não estão nela mesma, mas derivam da vontade do Criador. Por esse motivo, a vida em comunidade,
mais que preservar o bem-estar coletivo, tem de ser
obrigatoriamente regulada pelas normas estabelecidas
e reconhecidas pela vontade de Deus. Na modernidade, ocorre uma transformação importante: a individualidade é concebida e vivida no cotidiano imediato
como uma forma de existência naturalmente independente da comunidade, agora como uma sociedade no
sentido real do termo. Por esse motivo, todos os laços
que unem os indivíduos se constituem em meios de
cada um obter a felicidade; trata-se de uma necessidade
puramente exterior. Daí a importância da política como
mediadora, na busca por uma solução, dos conflitos e
antagonismos entre indivíduos que estão naturalmente
destinados a competir. Na contemporaneidade, por sua
vez, não apenas se aprofunda o autocentramento dos
indivíduos, como também a Filosofia dissolve qualquer
referência de realidade universalmente válida nas interpretações que os indivíduos constroem acerca de si e
do mundo. Isso não será feito de maneira unívoca, pois
várias correntes apresentarão reações a isso, embora a
tendência dissolutora da objetividade se mostre preponderante.
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