Dorothy Mae Stang era conhecida como Irmã Dorothy e foi uma religiosa norte-americana naturalizada brasileira. Em 1966, iniciou seu ministério no Brasil, na cidade de Coroatá, no estado do Maranhão.
Irmã Dorothy estava presente na Amazônia desde a década de 1970, junto aos trabalhadores rurais da Região do Xingu. Buscava a geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas, junto aos trabalhadores rurais da área da rodovia Transamazônica. Seu trabalho focava-se também na minimização dos conflitos fundiários na região.
Atuou ativamente nos movimentos sociais no Pará. A sua participação em projetos de desenvolvimento sustentável ultrapassou as fronteiras da pequena Vila de Sucupira, no município de Anapu (PA), a 500 quilômetros de Belém do Pará, ganhando reconhecimento nacional e internacional.
A religiosa também participava da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde a sua fundação e acompanhou a vida e a luta dos trabalhadores do campo, sobretudo na região da Transamazônica, no Pará.
Defensora de uma reforma agrária justa, Irmã Dorothy mantinha intensa agenda de diálogo com lideranças camponesas, políticas e religiosas, na busca de soluções duradouras para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na Região Amazônica.
Dentre suas inúmeras iniciativas em favor dos mais empobrecidos, Irmã Dorothy ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazônica, que corta ao meio a pequena Anapu, a Escola Brasil Grande.
Em 2004, recebeu premiação da Ordem dos Advogados do Brasil (seção Pará) pela sua luta em defesa dos direitos humanos. Em 2005, foi homenageada pelo documentário livro-DVD ‘Amazônia Revelada’.
Por seu trabalho, era constantemente ameaçada, mas nunca se deixou intimidar. Pouco antes de ser assassinada, declarou: “Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar”.
Irmã Dorothy Stang foi assassinada, com seis tiros, aos 73 anos de idade, no dia 12 de fevereiro de 2005, em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilômetros da sede do município de Anapu (PA).
O fazendeiro Vitalmiro Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do crime, foi condenado a 30 anos de prisão.
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