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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Questão de História - PUC-RIO 1999/2 - A partir do final da Guerra do Paraguai (1870) aumentou de modo significativo o número de imigrantes europeus

PUC-RIO 1999/2 - A partir do final da Guerra do Paraguai (1870) aumentou de modo significativo o número de imigrantes europeus, em especial italianos, chegados ao Brasil.




1.1 Servindo-se também dos dados da tabela abaixo, apresente uma (1) razão para a saída dos imigrantes italianos de sua terra de origem e uma (1) razão para a sua vinda para o Brasil

a) Razão de saída da Itália:
b) Razão de vinda para o Brasil:

1.2 No decorrer do século XIX, a utilização do trabalhador imigrante europeu no Brasil ocorreu sob duas formas principais: o sistema de parceria, utilizado inicialmente pelo Senador Vergueiro em sua fazenda em Ibicaba, e a imigração subvencionada. Caracterize duas (2) diferenças entre essas formas:

RESPOSTAS:
1.1 - 
A) Ao se completar no início dos anos setenta do século passado, o processo de unificação da Itália tendeu a subordinar os interesses do Sul agrário aos do Norte industrializado, do que resultou de imediato a desorganização das formas tradicionais da vida econômica do Sul e, como decorrência, a expulsão dos camponeses de suas terras.
B) A tabela indica que os imigrantes dirigiram-se preferencialmente para São Paulo – "il Paese della fazenda" -, por onde se expandiam os cafezais pela férteis terras do Oeste Novo. A propaganda feita pelas companhias encarregadas de recrutar trabalhadores na Europa punha em destaque as possibilidades abertas pela lavoura cafeeira para os que pretendiam iniciar uma "nova vida". O fato de as despesas da vinda para o Brasil terem passado a ser financiadas pelo governo contribuía para a aquela opção, sobretudo no momento em que países como os EUA, que tradicionalmente eram grandes receptores de mão-de-obra de origem europeia, começavam a impor restrições à entrada dos mesmos.

1.2 - 
  • No sistema de parceria, o imigrante era responsável pelas despesas de viagem e instalação no país; sob a imigração subvencionada, aquelas despesas cabiam ao governo, do que resultava o fato de que os imigrantes chegavam às fazendas de café sem dívidas, o que lhe permitia viver mais intensamente a representação de ser um "trabalhador livre". 
  • No sistema de parceria a mão-de-obra imigrante era vista como um suplemento ao trabalho escravo, do que resultava que o ritmo e a organização do trabalho eram ditados pela lógica da escravidão. O trabalhador percebia por seu trabalho a diferença entre o rendimentos dos pés de café de que cuidava e as despesas que realizara na fazenda, do que resultava com frequência o seu endividamento e a impossibilidade de mudar de propriedade e de patrão, ou seja, de se auto-representar como um trabalhador livre. No sistema de imigração subvencionada, o colono recebia uma dupla remuneração: uma parte fixa e outra variável, proporcional aos pés-de-café de que cuidava juntamente com sua família. Esta parte variável constituía-se em incentivo para o aumento de sua produtividade, abrindo-lhe ainda a possibilidade de acúmulo de um pequeno pecúlio. Ao lado disso, podia dispor como desejasse, inclusive vendendo, dos gêneros de subsistência que cultivava nas terras entre os cafezais.

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