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Questão de Geografia - FUVEST 2017 - As origens da oposição dos britânicos à União Europeia (UE), que estão na justificativa do Brexit,

FUVEST 2017 - As origens da oposição dos britânicos à União Europeia (UE), que estão na justificativa do Brexit, remontam ao fato de que, historicamente, eles nunca abraçaram uma identidade europeia. O Brexit representa um duro golpe ao projeto de integração europeu cujas origens datam do pós Segunda Guerra Mundial. BBC Brasil, junho de 2016. Adaptado. 
a) Aponte e explique o contexto geopolítico relacionado à origem do projeto de integração europeia. 
b) Aponte um motivo de ordem econômica e outro de ordem social relacionados ao interesse dos britânicos na saída da UE.

RESPOSTA:
a) O projeto de integração europeia contemporâneo tem sua origem nos esforços para a reconstrução do continente após a Segunda Guerra Mundial. Naquele contexto, a disputa pela hegemonia geopolítica sobre o continente norteava os esforços político-econômicos dos Estados Unidos e da União Soviética, envolvidos na Guerra Fria. A Europa não ficaria alheia a este conflito, muito pelo contrário, o continente europeu se constitui ria – ao longo das décadas que se seguiram ao conflito mundial – no principal palco deste confronto. De um lado, os Estados Unidos tinham interesse em manter o controle sobre a porção ocidental do continente. Em 1948, a assinatura do Tratado de Bruxelas deu origem à Aliança Atlântica, e assegurou a permanência de expressivo corpo militar norte-americano no continente, em várias bases militares. Naquele mesmo ano, os Estados Unidos – por meio do Plano Marshall –, deram início a um processo de transferência de recursos materiais e técnicos para seus aliados ocidentais europeus, constituindo elemento essencial para a reconstrução de suas economias. Do lado oriental, a União Soviética, por meio do CAME – Conselho de Assistência Econômica Mútua, de 1947, e do Pacto de Varsóvia, de 1955 –, sob a justificativa de auxiliar seus aliados pós Segunda Guerra, também estendiam seus domínios sobre o continente. No caso dos países da Europa Ocidental, a ajuda financeira-econômica e a proteção militar dos Estados Unidos eram imprescindíveis, no entanto, este aporte – sobretudo material – teria um preço, qual seja, a subordinação cada vez maior aos interesses de Washington. Visando impedir a dominação dos Estados Unidos – sem prescindir de seu auxílio material –, os países europeus optaram por um processo de integração para salvaguardar seus interesses. Em 1951, fora firmado o Tratado de Paris, que criara a CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço – entre os países que integram o BENELUX, a França, a Itália e a então Alemanha Ocidental. Com essa iniciativa, produtos siderúrgicos – carvão, ferro e aço – circulariam entre os países membros com uma privilegiada carga tributária, o que otimizou as trocas intraeuropeias em detrimento da hegemonia comercial estadunidense. O êxito dessa iniciativa levou os países europeus ocidentais a outras, mais arrojadas e mais amplas, com vistas à integração, destacando-se o Tratado de Roma, de 1957 – que criou o Mercado Comum Europeu –, o Tratado de Maastricht, de 1991 – que estabeleceu a União Europeia – e o Tratado de Amsterdã, de 1998, que estabeleceu a moeda única – o euro. 

b) A saída do Reino Unido da União Europeia tem como determinante econômico a falta de um acordo satisfatório aos interesses de Londres, acerca do auxílio às economias falidas do bloco, sobretudo os PIIGS – Portugal, Irlanda (Eire), Itália, Grécia e Espanha. Acreditava-se que as economias mais robustas do continente, entre as quais se insere o Reino Unido, seriam oneradas com o custo da crise em países considerados pouco responsáveis quanto aos gastos públicos e à transparência na gestão de suas economias. A motivação de ordem social pode ser atribuída ao fato de o Reino Unido não concordar com a obrigação de assimilar imigrantes que afluem para a Europa, principalmente da África e do Oriente Médio – especificamente da Síria. Londres deseja ter autonomia em relação à questão da imigração e a política da União Europeia é considerada extremamente permissiva.

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