UNICAMP 2022 - A sociedade é uma benção, mas o governo, mesmo em seu melhor estado, é apenas um mal necessário. No seu pior estado, é um mal intolerável, pois quando sofremos ou ficamos expostos, por causa de um governo, às mesmas desgraças que poderíamos esperar em um país sem governo, nossa calamidade pesa ainda mais ao considerarmos que somos nós que fornecemos os meios pelos quais sofremos. Há algo de muito ridículo na composição da monarquia; primeiro ela exclui um homem dos meios de informação, mas lhe permite agir em casos que requerem capacidade superior de julgamento. A posição de um rei o aparta do mundo; no entanto, a atividade de um rei exige que ele conheça perfeitamente o mundo. Com isso, as diferentes partes, opondo-se de forma antinatural e destruindo uma à outra, provam que essa figura é absurda e inútil. (Adaptado de Thomas Paine, Senso comum e os direitos do homem. L&PM Pocket. Edição do Kindle – posição 32 a 138.)
O trecho acima foi retirado do panfleto O Senso comum e
Os direitos do homem, publicado de forma anônima, em
1776. Com autoria assumida por Thomas Paine, a obra
causou grande reação pública.
A partir do texto e das
informações fornecidas, é correto dizer que o autor
a) apresenta a Monarquia como um mal necessário e a
figura do rei absolutista como absurda e inútil, contudo
inquestionável. Paine tornou-se o principal nome
contrário à Revolução Americana.
b) estabelece uma relação direta entre a sociedade e o
governo, abrindo espaço para debates acerca do mau
governo. O panfleto escrito por Paine tornou-se uma
base teórica para a Revolução Americana.
c) demonstra como regimes autoritários favorecem os
meios de informação, para que os homens exerçam
suas capacidades de julgamento. Paine usou jornais
para combater a Revolução Americana.
d) considera que sociedades com e sem governos têm os
mesmos benefícios, desenvolvendo-se de formas
semelhantes. Paine desencorajou o engajamento dos
colonos ingleses na Revolução Americana.
RESPOSTA:
Letra B.
O inglês Thomas Paine (1737-1809) teve participação
ativa nas Revoluções Americana e Francesa, na
condição de teórico e defensor do liberalismo. O
excerto reproduzido na questão mostra sua oposição
ao regime monárquico, reconhecendo que este
apresentava uma grave contradição: na monarquia, a
sociedade entregava ao rei os poderes de governo,
mesmo que o soberano não estivesse qualificado para a função; mas, simultaneamente, não dispunha de
meios para controlar o poder real.
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