UNICAMP 2022 - Não parece ser obra do acaso a preservação da unidade territorial do Império do Brasil, quando comparada à fragmentação política experimentada pelos antigos vicereinos hispano-americanos, entre 1810 e 1825. Em Lisboa, no âmbito da Sociedade Real Marítima e Militar (1798- 1807), foram preparadas memórias históricas, corográficas e roteiros hidrográficos redigidos pelos engenheiros militares e navais. Esta documentação serviu à diplomacia do Império brasileiro nos tribunais internacionais; mas também, muniu, internamente, a organização das expedições de conquista territorial, levadas ao cabo pelas elites regionais antes e após a Independência.
(Adaptado de Iris Kantor, Mapas em trânsito: projeções cartográficas e processo de emancipação política do Brasil (1779-1822). Araucaria. Ver. Iberoamericana de Filos., Polít. y Humanidades. 2010, 12, n. 24. p. 110.)
Considerando o excerto acima e seus estudos, pode-se afirmar que
a) o processo de fragmentação política da América hispânica durante o período da independência foi similar ao processo histórico da independência no Brasil.
b) na Sociedade Real Marítima e Militar, os estudos dos engenheiros militares e navais eram documentos públicos amplamente divulgados em livros didáticos da época. c) a documentação da Sociedade Real Marítima e Militar foi usada, no Brasil, na fundação do Estado e no reconhecimento territorial da nação. d) as elites regionais, formadas em Direito, atuaram na formação do território brasileiro, pouco dialogando com os estudos de engenharia militar.
RESPOSTA:
Letra C.
Ao analisarem o território do Brasil Colônia no século XVIII, os estudos elaborados pela Sociedade Real Marítima e Militar se debruçaram sobre uma região que passava por uma crescente integração territorial (seja pelas atividades que contribuíram à interiorização da colonização, como a mineração, ou mesmo pelo Tratado de Madri, de 1750). Sendo assim, no século XIX, uma vez consolidada a independência do Brasil (1822), as autoridades do recém-fundado Estado nacional se valeram também das publicações da Sociedade Real Marítima e Militar de Lisboa, que já haviam previamente reconhecido a extensão territorial ampliada do Brasil. Tratava-se de uma estratégia para assegurar a legitimidade da soberania brasileira sobre os territórios da nova nação.
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