UNICAMP 2022 - Durante muito tempo – e ainda hoje – despejou-se um discurso moralizante sobre os índios. Considerando os Aimorés, não se trata apenas de uma tribo nem de um mesmo grupo etnolinguístico; trata-se, antes, de uma denominação genérica que podia ser aplicada a vários grupos, em geral Tapuias. Neste rol de Tapuias, incluíam-se os que viriam a ser chamados de Botocudos durante o século XIX e Krenak no século XX. Há uma carência de fontes escritas em relação a esses Aimorés. O nome foi a marca forte que os registros históricos deixaram sobre esses grupos indígenas. Essas nomeações não eram assumidas por eles, sendo uma identidade atribuída pelos adversários.
(Adaptado de Marco Morel, A Saga dos Botocudos. Guerra, imagens e resistência indígena. São Paulo: HUCITEC, 2018, p. 44-45.)
De acordo com a leitura do texto e seus conhecimentos, responda às questões.
a) Identifique e explique a crítica feita pelo autor do texto ao processo de construção da identidade Aimoré.
b) Explique a construção das identidades atribuídas pelo romantismo brasileiro aos indígenas no século XIX.
RESPOSTA:
A) O texto da questão critica a denominação genérica atribuída aos indígenas que foram denominados de Aimorés. Segundo o próprio texto, tal denominação também poderia ser atribuída aos Tapuias (chamados de Botocudos no XIX e Krenak no XX). Ainda segundo o texto, o nome Aimoré nunca foi assumido pelos próprios indígenas, sendo na realidade uma identidade atribuída pelos adversários (sobretudo os colonizadores).
B) Uma das principais características do romantismo é o nacionalismo e a consequente busca de heróis nacionais. Na Europa os heróis nacionais foram os cavaleiros medievais. Já no Brasil, “como não houve Idade Média”, os índios foram considerados os heróis. Desta forma, o índio foi descrito pelo romantismo como um forte guerreiro, bondoso e inocente (o bom selvagem) e que deu a sua vida para a construção do Brasil, sendo assim um elemento determinante para a constituição de nossa identidade nacional.
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