UNICAMP 2019 - Desde a publicação do livro Casa-grande e senzala, em 1933, até o início da década de 1960, Gilberto
Freyre gozou de um prestígio que poucos autores alcançaram em toda a história das letras brasileiras. A
“questão racial” se constituiu em um dos capítulos essenciais da intervenção do autor, contribuindo na
maneira como o país pensou a sua diversidade, que o sociólogo chamou de “democracia étnica e social”.
(Adaptado de Alberto Luiz Schneider, Iberismo e luso-tropicalismo na obra de Gilberto Freyre. Revista de História da
historiografia, v.1, n.1, dez. 2012, p. 75-93.)
a) Identifique o pressuposto da tese da democracia racial e explique por que ela tem sido questionada no
Brasil atual.
b) Considerando o contexto internacional entre 1960 e 1990, identifique e descreva um movimento social
cujas reivindicações políticas centraram-se em questões raciais.
RESPOSTA:
a) O pressuposto da democracia racial é a convivência harmoniosa entre brancos, negros e indígenas na
sociedade brasileira, pautada pela ideia de mestiçagem e de um convívio cotidiano para além das relações
de força e violência pressupostas pela escravidão. Essa tese possibilita a negação da existência do racismo
na sociedade brasileira. Ela tem sido questionada nos dias de hoje por denúncias de sucessivos exemplos
de discriminação racial e por dados que revelam, por exemplo, a maior concentração de riqueza e acesso a
bens e serviços entre elites brancas.
b) ) No período citado, o principal movimento social
que formulou reivindicações políticas originadas de
diferenças étnicas foi a luta do povo sul-africano
contra a política de apartheid imposta pelo governo
de minoria branca. Nessa luta reivindicatória,
destacou-se a liderança de Nelson Mandela.
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