“Esta divisão do trabalho, da qual derivam tantas vantagens, não foi originariamente provocada pelo gênio humano, prevendo com intencionalidade a riqueza que ela viria a proporcionar. Foi consequência necessária, se bem que lenta e gradual, de uma determinada tendência da natureza humana que tem como objetivo uma utilidade menos extensiva: a tendência para negociar e trocar uma coisa por outra.”
SMITH, Adam, “Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”. Adam Smith/Ricardo. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril1978, p. 13.
a) Aponte e explique um aspecto presente no texto que permita identificar a corrente econômica à qual Adam Smith estava vinculado.
b) Aponte duas características do contexto histórico associadas a esse pensamento.
RESPOSTA:
a) Adam Smith é considerado um dos expoentes do pensamento liberal na economia. Dentre as características dessa corrente presente no texto, destaca-se a defesa da liberdade de comércio, a troca e a circulação de produtos que propiciariam o desenvolvimento ou a “riqueza das nações”, como o pensador nomeia sua obra citada. Em uma economia liberal, cada região e seus indivíduos produziriam aquilo que melhor se adaptaria a suas condições, habilidades e interesses, especializando-se, e trocariam seus produtos com as regiões onde houvesse demanda por seus produtos, proporcionando os maiores lucros individuais, bem como a satisfação dos interesses coletivos. A essa relação entre procura, oferta e produção, Adam Smith dava o nome de “mão invisível do mercado”, para ele uma lei natural da economia a ser satisfeita. Também seria possível citar, por parte do pensador, a defesa da organização do trabalho a partir do princípio da especialização e da racionalização da produção com o intuito de incrementar a produção e os lucros. Para Adam Smith, era o trabalho a fonte da riqueza e sua otimização, uma preocupação importante.
b) Quanto ao contexto histórico do pensamento econômico liberal, destacam-se: as consequências do desenvolvimento do sistema capitalista e o sucesso mercantil do Reino Unido no século XVIII com acesso a mercados globais; o desenvolvimento das indústrias no processo de Revolução Industrial; a crescente influência da classe burguesa, bem como de sua mentalidade e de seus valores; o controle político do Estado e do parlamento por ricos comerciantes e industriais; os avanços científicos em diversas áreas e a influência do liberalismo político de pensadores como John Locke.
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