UFF 1996 - “Anchieta aprende o tupi e faz cantar e rezar nessa língua os anjos e santos do catolicismo...Inventa um imaginário estranho sincrético, nem só católico, nem puramente tupi-guarani, quando forja figuras míticas como karaibebé, literalmente profetas que voam, nos quais o nativo identificava talvez os anunciadores da Terra sem Mal...” (BOSI, Alfredo, Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 31.)
Das considerações acima se podem extrair aspectos essenciais da catequese jesuítica no Brasil. Assinale a opção que melhor sintetiza a ideia do trecho citado:
(A) Os missionários foram implacáveis na catequese dos índios, não cedendo um milímetro no tocante a crenças, dogmas e liturgia católicos.
(B) A catequese jesuítica no Brasil abandonou completamente o ideal missionário, vergando-se na prática às crenças indígenas.
(C) Anchieta não fazia mais do que troçar dos índios, fingindo que acreditava nos pajés quando, no fundo, queria propagar o catolicismo.
(D) A catequese jesuítica, pressionada entre o propósito evangelizador e o abismo entre o catolicismo e a cultura indígena, optou por uma linguagem catequética híbrida, católica no conteúdo e tupi na forma, do que resultou um catolicismo estruturalmente sincrético.
(E) Os jesuítas traíram completamente os ideais proselitistas da Contra-Reforma, disseminando um catolicismo falsificado, não só no Brasil como em outras partes do império português, razão pela qual seriam perseguidos pelo Marquês de Pombal no século XVIII.
RESPOSTA:
Letra D.
Nenhum comentário:
Postar um comentário