UNICAMP 2020 - O surgimento das primeiras universidades, nos séculos XII e XIII, marca um momento capital da história do Ocidente medieval. Em relação à época anterior, esse momento comportou elementos de continuidade e de ruptura. Os primeiros devem ser buscados na localização urbana das universidades, no conteúdo dos ensinamentos, no papel social dos homens de saber. Já os elementos de ruptura foram inicialmente de ordem institucional. No âmbito das instituições educativas, este sistema era novo e original. As comunidades autônomas dos mestres e dos estudantes eram protegidas pelas mais altas autoridades leigas e religiosas daquele tempo, permitindo tanto progressos no domínio dos métodos intelectuais e em sua difusão como uma inserção mais eficiente das pessoas de saber na sociedade da época.
(Adaptado de J. Verger, Cultura, ensino e sociedade no ocidente nos séculos XII e XIII. Bauru: EDUSC, 2001, p.189-190.) Considerando o texto e seus conhecimentos sobre o período medieval, assinale a alternativa correta.
a) A Igreja Católica apoiava a estruturação das universidades medievais, que representavam o avanço das ciências e a superação de dogmas e das teorias teocêntricas.
b) A organização institucional diferencia as universidades medievais das corporações de ofícios, visto que seu método de estudo estava calcado na escolástica, caracterizando o atraso do mundo medieval.
c) Uma ruptura trazida pelas universidades medievais foi o início da atuação dos copistas nas bibliotecas, que copiavam sistematicamente a produção de autores latinos críticos aos dogmas religiosos.
d) A institucionalização das universidades medievais era um dado novo no período; essas instituições se caracterizavam pelo apoio das autoridades de dentro e de fora da Igreja, e pela maior autonomia e inserção social de seus membros.
RESPOSTA:
Letra D.
Para além das transformações econômicas e sociais da baixada Idade Média (séc. XI a XV), a cultura apresentou um grande dinamismo, desenvolvendo novas formas de mentalidades, sociabilidades e representações da realidade. Nesse universo de saberes medievais em desenvolvimento, as universidades, a partir do séc. XII, passaram a se institucionalizar como centro de inovação e criação de saberes baseados na racionalidade e na observação da natureza. Apoiadas por autoridades eclesiásticas e leigos, desenvolveram uma progressiva autonomia a partir de um conhecimento que se libertava do monopólio da Igreja em direção a uma perspectiva mais crítica e científica, prenunciando o humanismo da Idade Moderna.
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