UNICAMP 2019 - A crise levaria o último governo da ditadura, chefiado pelo
general João Figueiredo (1979-85), a tomar medidas
drásticas. O objetivo inicial era deter a depreciação da
moeda nacional, incentivar as exportações e fazer frente
ao aumento do deficit em conta corrente. Assim, a moeda
foi desvalorizada em 30% no final de 1979. A medida
acentuou a desaceleração econômica, o descontrole
inflacionário e o desarranjo nas contas públicas. Em 1980,
a inflação batia a simbólica marca de 100% ao ano e em
1981 o país entrava em uma recessão.
(Adaptado de Gilberto Marangoni, Anos 1980, década perdida ou ganha?
Revista Desafios do Desenvolvimento, São Paulo, Ano 9, Edição 72, 2012.)
A partir do texto acima e de seus conhecimentos sobre a
Nova República no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) A concentração de renda gerada pelo milagre
econômico, as bolhas especulativas no mercado
financeiro brasileiro, as flutuações no preço do petróleo
e a alta internacional dos juros ao longo da década de
1970 foram elementos decisivos para a superação da
crise econômica dos anos de 1980.
b) No Brasil dos anos de 1980, a desaceleração
econômica, o descontrole inflacionário e o desarranjo
nas contas públicas foram acompanhados pelo
silenciamento dos movimentos pelas Diretas Já e dos
direitos civis, sendo essa década conhecida como a
“década perdida”.
c) A crise econômica que se instalou no Brasil a partir de
meados dos anos de 1970 gerou pressão sobre o
governo militar do General Figueiredo, que, em
resposta, aprovou a Lei da Anistia e a Lei Orgânica
dos Partidos, incentivou o movimento grevista e
garantiu a realização de eleições de forma lenta,
gradual e segura.
d) A chamada década perdida no Brasil foi marcada por
grave crise econômica, pela transição para o regime
democrático, pela gradual normalização das
instituições políticas próprias da democracia, pelo
fortalecimento dos movimentos sociais e civis e pela
efervescência cultural.
RESPOSTA:
Letra D.
Deu-se o nome de “década perdida” ao decênio
iniciado em 1980, cobrindo os governos presidenciais
de João Figueiredo e José Sarney. A denominação
destaca a crise econômico-financeira e a hiperinflação
que afligiram o País, levando ao descontrole das
contas públicas e ao enfraquecimento do regime
autoritário vigente desde 1964. Esse quadro levou a
uma progressiva abertura política, com a eclosão de
movimentos da sociedade civil (“Diretas Já”) e de
cunho social (reorganização do movimento sindical e
das reivindicações de reforma no campo). Houve também uma importante inovação na produção
cultural, com críticas a problemas políticos e sociais
do momento. Pressionado por essas circunstâncias, o
governo militar cedeu e o País pôde passar por uma
transição política cujo desfecho seria o
restabelecimento da democracia: Lei da Anistia
(1979), volta do pluripartidarismo (1979), eleições
diretas para governador (1982), nova Constituição
(1988) e primeira eleição presidencial direta em quase
três décadas (1989).
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