FUVEST 2016 - O papel da imprensa, como agente histórico, foi decisivo para a independência na medida em que significou e ampliou espaços de liberdade de expressão e de debate político, que formaram e interferiram no quadro da separação de Portugal e de início da edificação da ordem nacional. A palavra impressa no próprio território do Brasil era então uma novidade que circulava e ajudava a delinear identidades culturais e políticas e constituiu-se em significativo mecanismo de interferência, com suas singularidades e interligada a outras dimensões daquela sociedade que aliava permanências e mutações.
Marco Morel, Independência no papel: a imprensa periódica. I. Jancsó (org). Independência: história e historiografia. Adaptado.
a) Explique por que a imprensa pode ser considerada “uma novidade” no Brasil à época da independência.
b) O texto se refere a “outras dimensões daquela sociedade que aliava permanências e mutações”. Dê dois exemplos dessas dimensões, relacionando-as com o “início da edificação da ordem nacional” no Brasil da época da independência.
RESPOSTA:
a) Porque a imprensa somente foi introduzida no Brasil com a vinda da Família Real, quando o príncipe D. João criou a Imprensa Régia e fundou a Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal a circular no País. À época da Independência, a existência de periódicos contribuiu para dinamizar o debate político que levaria à emancipação do Brasil.
b) Dimensões relacionadas com permanências à época da Independência: manutenção do escravismo; preservação da economia agroexportadora; e continuidade do predomínio político, econômico e social da aristocracia fundiária. Dimensões relacionadas com mutações à época da Independência: Abertura dos Portos, inserindo a economia brasileira na órbita do capitalismo britânico; criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, pondo fim ao estatuto colonial brasileiro; e resistência à pressão recolonizadora das Cortes de Lisboa. Esse conjunto de permanências e mutações resultaria na consolidação da ordem nacional monárquico-aristocrático-latifundiário-escravista que caracterizaria a identidade do Brasil ao longo da maior parte do século XIX.
Nenhum comentário:
Postar um comentário