UECE 2023/2 - “Na maioria dos países em desenvolvimento, o curso seguido pelo nacionalismo, a nação e o Estado-Nação tem sido diferente em comparação com os países europeus. Muitos desses países em desenvolvimento foram colonizados por nações europeias e conquistaram suas independências em algum ponto no século XX. Em muitos, as fronteiras entre as administrações coloniais eram decididas de forma arbitrária nas metrópoles europeias que, por vezes, não levavam em conta as divisões econômicas, culturais e étnicas existentes entre a população local. As potências colonizadoras subjugaram reinos e agrupamentos tribais na África, na Índia e em outras partes da Ásia, estabelecendo seus governos coloniais ou protetorados. E a maioria dessas áreas e continentes continham na época das colonizações um mosaico étnico e de grupos divergentes e opositores considerável que não foi resolvido a contento com a independência dessas nações. Com a formação desses Estados-nações o desafio foi e ainda é, particularmente no continente africano, criar uma unidade nacional diante das diferenças políticas que se cristalizaram com as diferenças étnicas.”
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6ª ed. Porto Alegre-RS: Penso, 2012. p. 735. Texto adaptado.
Nesse sentido, é correto afirmar que
A) a União Europeia congrega majoritariamente nações em desenvolvimento que têm muitos conflitos étniconacionais.
B) o continente asiático atualmente é o que mais tem sofrido com as lutas étnicas para a formação dos Estados-nações.
C) muitos Estados pós-coloniais da África são ameaçados por rivalidades étnicas internas que dificultam a união nacional.
D) as ideias nacionalistas não conseguiram contribuir para a conquista da independência política dessas nações.
RESPOSTA:
Letra C.
A questão exige apenas uma leitura bem contextualizada da formação dos países no cenário contemporâneo. É preciso lembrar que após a 2ª Guerra Mundial dois fenômenos foram essenciais para a construção/debate do Estado-nação: a formação de blocos econômicos e os processos de independência da África e da Ásia. No contexto histórico dos Estados africanos, é preciso relembrar os efeitos nocivos do Imperialismo do século XIX: o agrupamento forçado de grupos étnicos rivais em um mesmo território, a não-utilização das fronteiras culturais existentes, o processo de exploração da mão de obra e dos recursos naturais. Soma-se a este cenário, o enredo da Guerra Fria que aumentou o ódio e armou ainda mais as diversas etnias rivais, fragmentando os diversos povos africanos.
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