UNESP 2022 -
Texto 1
A ideia do panóptico coloca no centro alguém, um olho, um olhar, um princípio de vigilância que poderá de certo modo fazer sua soberania agir sobre todos os indivíduos [situados] no interior dessa máquina de poder. Nessa medida, podemos dizer que o panóptico é o mais antigo sonho do mais antigo soberano: que nenhum dos meus súditos escape e que nenhum dos gestos de nenhum dos meus súditos me seja desconhecido.
(Michel Foucault. Segurança, território, população, 2008. Adaptado.)
Texto 2
Em 2013 as revelações de Edward Snowden, exfuncionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, deixaram a noção de transparência democrática sob suspeita. Snowden revelou que a inteligência estadunidense realizava vigilância em massa de seus aliados e adversários políticos. A espionagem ocorreu logrando acesso legal ou forçado aos servidores de boa parte das maiores empresas de internet.
(Davi Lago. “O panóptico digital: por que devemos suspeitar da palavra ‘transparência’?”. https://estadodaarte.estadao.com.br, 29.08.2019. Adaptado.)
O fenômeno retratado nos excertos implica, diretamente,
a) o reconhecimento da liberdade individual.
b) o aperfeiçoamento da interação social.
c) a diversificação do conhecimento popular.
d) a ampliação de autoridade estatal.
e) a valorização da responsabilidade coletiva.
RESPOSTA:
Letra D.
O texto 1 menciona o tema do panóptico em Foucault,
descrevendo a ideia do controle exercido pelo
biopoder nas sociedades contemporâneas. Já o texto
2, sobre a revelação de Snowden de que o governo dos
EUA espiona aliados e adversários políticos, mostra
uma flagrante quebra de privacidade. O comando da
questão nos faz pensar sobre o tema comum entre
ambos, na ideia de controle pelos setores do poder,
numa relação desde a ação direta nos centros de
observância prisional para Foucault, quanto no
ciberespaço para Snowden.
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