UECE 2023/2 - “Alguns fenômenos estéticos contemporâneos ostentam, por um lado, traços de mercadorias culturais, já que não apresentam a sofisticação formal de obras de arte propriamente ditas e são, pelo menos em parte, veiculados pelos meios de comunicação típicos da indústria cultural, tais como televisão, rádio, discos, filmes etc. Por outro lado, esses fenômenos não se encaixam totalmente na rubrica de mercadorias culturais, pois apresentam conteúdos críticos ao capitalismo tardio e, principalmente, por se vincularem a práticas que honestamente se entendem como transformadoras da sociedade tal como ela é.”
DUARTE, Rodrigo. Sobre o constructo estético-social. Revista Sofia, XI, n. 17 e 18 (2007).
Nessa passagem de um artigo em que discute sobre o RAP brasileiro, o filósofo Rodrigo Duarte, apoiando-se em Theodor Adorno e Max Horkheimer, compreende como principal característica dos produtos da indústria cultural
A) serem produtos mercantis.
B) realizarem a forma arte.
C) terem conteúdos críticos.
D) serem objetos de propaganda.
RESPOSTA:
Letra A.
Theodor Adorno e Max Horkheimer, membros da Escola de Frankfurt, criticaram o que chamaram de "indústria cultural". Segundo eles, a cultura se tornou um produto de consumo em massa, um bem como qualquer outro na economia capitalista. Por esse motivo, os produtos culturais, como filmes, música, televisão, etc., são fabricados em larga escala para venda e consumo, assim como qualquer outra mercadoria. Dentro desse contexto, a opçào (A) é a mais apropriada, porque a principal característica que Adorno e Horkheimer atribuem aos produtos da indústria cultural é o seu caráter mercantil. Eles são feitos para venda e consumo, não para expressar ideias artísticas únicas ou originais.
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