Se, como afirma Espinosa, os afetos são propriedades naturais do ser humano, como poderíamos controlar o amor, o ódio, a cólera e a inveja?
RESPOSTA:
Assim como, no trecho, Espinosa destaca que a filosofia deve se esforçar para entender os afetos e suas
causas, também o indivíduo precisa, em um esforço,
distinguir entre afetos e desejos passivos e afetos e
desejos ativos. Essa é a condição para o controle dos
afetos, como visto no tópico anterior. Para isso é preciso distinguir entre afetos e desejos nascidos da
tristeza, que enfraquece nosso ser e nos coloca sob
o poder de outros, e afetos e desejos nascidos da alegria, que fortalece nosso ser e nos faz senhores de
nós mesmos. Os afetos e desejos passivos alegres
nos levam a afetos e desejos ativos – assim, por
exemplo, o amor é alegre e por isso um amor paixão
pode se tornar um amor ação (como na amizade, na
generosidade, na gratidão e na felicidade do encontro com um outro que experimenta a mesma alegria
que nós). Ao contrário, o ódio e a inveja são paixões
tristes e nunca se tornarão ações, mas aumentarão
as paixões tristes (o ódio e a inveja levam a paixões
mais tristes, como a vingança, o orgulho e a crueldade). As paixões e ações alegres são favoráveis à ética;
as tristes, desfavoráveis a ela.
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