Segundo Benjamin, como as obras de arte perderam a aura? Dê um exemplo de obra de arte aurática e contraponha-o a uma obra que perdeu sua aura, mostrando como isso ocorreu.
RESPOSTA:
A perda da aura significa a destruição da autenticidade da obra, que ocorre por meio da reprodução
em série daquilo que antes era único e irrepetível. A
questão não está no fato da reprodução, e sim na
nova modalidade de reproduzir: a reprodução técnica, que permite a existência do objeto artístico em
série e que, em certos casos, como na fotografia, no disco e no cinema, torna impossível distinguir original e cópia, isto é, desfazendo as próprias ideias de
original e cópia. Sendo assim, trata-se de um fenômeno que se iniciou com a invenção dos primeiros
dispositivos de reprodutibilidade, como a prensa de
Gutenberg, e se acentuou no século XX.
Guernica, pintura feita pelo artista Pablo Picasso em
1937, é um exemplo de obra de arte aurática: possui
uma existência única e irrepetível e, por mais que
haja reproduções perfeitas dela, a aura não está presente nessas, pois lhes falta o caráter de autenticidade: são apenas cópias de um trabalho único, executado em um dado momento histórico. Já no cinema
ou nos discos não vemos essa distinção entre original e cópia, portanto não podemos nos referir a eles
como obras auráticas. Trata-se de objetos artísticos
desde o início produzidos em série que, portanto,
nunca possuíram uma existência única.
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