UEA 2014 - Leia o trecho de Iracema, de José de Alencar.
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d’alma que da ferida.
O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da mágoa que causara.
(www.objdigital.bn.br)
O romance trata das consequências do encontro entre Iracema e Martim. Com o romance, José de Alencar tem a intenção de
a) mostrar que o povo indígena, símbolo da nação brasileira, era culturalmente superior ao colonizador europeu.
b) inventar um mito fundador para o Brasil, pela interação do povo indígena e do povo branco europeu. c) descrever o interior brasileiro, com seus diversos habitantes, em particular os sertanejos, os fazendeiros e os jesuítas.
d) imitar os romances europeus que narram a destruição da vida de um homem gentil por uma mulher fatal.
e) documentar, com rigor científico, o encontro entre populações que formaram o Brasil: indígenas, portugueses e africanos.
RESPOSTA:
Letra B.
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