Lista de Exercícios sobre Iracema, de José de Alencar (03)
1 - UNEMAT 2009/1 - A propósito do romance Iracema, de José de Alencar, pode-se afirmar.
a) No capítulo que abre o romance, Martim está levando Moacir – seu filho com Iracema – para longe da terra natal.
b) Simbolicamente, através da história de amor entre o português Moacir e a índia Iracema, Alencar discute o processo de formação do brasileiro.
c) Paralelamente à história de amor entre Martim e Iracema, Alencar aborda a temática da invasão holandesa e da fundação da cidade de Olinda.
d) A mitificação da índia Iracema não tem nenhum compromisso com o contexto do Romantismo.
e) Ao partir para a Europa com o filho, Martim realiza o grande sonho de retornar à sua terra com o fruto do seu amor tropical.
2 - UNEMAT 2010/1 - No primeiro capítulo de Iracema, de José de Alencar, a descrição da protagonista se faz através da comparação com elementos da natureza.
Numere a coluna 2 de acordo com a coluna 1, identificando as referências à natureza que correspondem às características da personagem.
COLUNA 1
1-Cor dos cabelos
2-Doçura do sorriso
3-Perfume do hálito
4-Agilidade
5-Voz
COLUNA 2
( ) favo de jati
( ) baunilha
( ) asas da graúna
( ) sabiá da mata
( ) ema selvagem
Assinale a alternativa correta.
a) 1, 2, 3, 4, 5
b) 2, 1, 3, 4, 5
c) 3, 2, 5, 4, 2
d) 3, 1, 2, 5, 4
e) 2, 3, 1, 5, 4
3 - UCS 2011 - Assinale a alternativa correta em relação à obra Iracema, de José de Alencar.
a) É um exemplo de romance histórico, que tem como característica principal a idealização da mulher.
b) O nacionalismo é revelado, principalmente, pela linguagem irônica que permeia a obra.
c) O romance narra o encontro do homem europeu com o índio, simbolizando o nascimento do Estado de Pernambuco.
d) A natureza, em franca harmonia com a personagem principal, sugere a pureza de caráter de Iracema.
e) Martim, Iracema e Moacir, filho do casal, no final, partem juntos para construir um mundo novo.
4 - UNIMONTES 2018 - Para responder à questão, considere a obra Iracema, de José de Alencar, e especialmente, o fragmento abaixo:
“O dia enegreceu; era noite já.
O pajé tornara à cabana; sopesando de novo a grossa laje, fechou com ela a boca do antro. Caubi chegara também da grande taba, onde com seus irmãos guerreiros se recolhera depois que bateram a floresta, em busca do inimigo pitiguara.
No meio da cabana, entre as redes armadas em quadro, estendeu Iracema a esteira da carnaúba, e sobre ela serviu os restos da caça, e a provisão de vinhos da última lua. Só o guerreiro tabajara achou sabor na ceia, porque o fel do coração que a tristeza espreme não amargava seu lábio.
O pajé bebia no cachimbo o fumo sagrado de Tupã que lhe enchia as arcas do peito; o estrangeiro respirava ar às golfadas para refrescar-lhe o sangue efervescente; a virgem destilava sua alma como o mel de um favo, nos crebros soluços que lhe estalavam entre os lábios trêmulos.”
Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf. Acesso em: 4 out. 2018.
Todas as afirmativas abaixo sobre a obra Iracema, de José de Alencar, são verdadeiras, EXCETO
a) Essa prosa romântica indianista contribui para a construção de uma metáfora da transfiguração étnica da história da nação brasileira.
b) A personagem-título, anagrama de América, representa a tensão experimentada em uma nação mestiça.
c) O lirismo da composição alencariana não apaga o presságio de uma certa marginalização feminina.
d) Trata-se de uma adequada abordagem da representação do índio na literatura brasileira contemporânea.
5 - UEA 2018 - Leia o trecho do romance Iracema, de José de Alencar, para responder à questão.
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto.
Iracema saiu do banho: o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste.
A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda, e as tintas de que matiza o algodão.
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d’alma que da ferida.
O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da mágoa que causara.
A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.
(Iracema, 2006.)
O romance Iracema, que se inicia com o encontro entre Iracema e Martim, configura
a) a descrição dos fatos históricos, como eles realmente aconteceram, de modo a documentar a formação do povo brasileiro.
b) um elogio a uma suposta superioridade da civilização europeia sobre a ingenuidade rústica do indígena americano.
c) um mito de fundação de uma nova raça mestiça, fruto da união do índio americano e do branco europeu.
d) uma tese segundo a qual brancos e índios deveriam se manter em comunidades separadas a fim de preservar sua pureza étnica.
e) uma perspectiva sombria para o futuro da nação que surgia, decorrente da aproximação entre o branco europeu e o índio americano.
GABARITO
01 - B
02 - E
03 - D
04 - D
05 - C
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