UFVJM 2021 - No trecho abaixo, Djamila Ribeiro descreve situações vividas em sua infância que foram marcantes na construção de sua personalidade e autoestima:
Na maior parte da minha infância e adolescência, não tinha consciência de mim. Não sabia por que sentia vergonha de levantar a mão quando a professora fazia uma pergunta já supondo que eu não saberia a resposta. Porque eu ficava isolada na hora do recreio. Porque os meninos diziam na minha cara que não queriam formar par com a “neguinha” na festa junina. Eu me sentia estranha e inadequada, e, na maioria das vezes, fazia as coisas no automático, me esforçando para não ser notada. [...] Aprendi a jogar xadrez aos seis anos [...] Aos oito, fiquei em terceiro lugar no torneio da cidade. Lembro que senti vergonha durante a premiação, com todas aquelas pessoas me olhando. Meu nome saiu no maior jornal da cidade, e meu pai o mostrava orgulhoso a todos que iam a nossa casa. Mas todo dia eu tinha que ouvir piadas envolvendo meu cabelo e a cor da minha pele. [...] A repórter Monique Evelle tem uma frase que me marcou muito: “Nunca fui tímida, fui silenciada”. Quando a ouvi pela primeira vez, entendi perfeitamente o que me aconteceu durante anos.
Fonte: RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
Assinale a alternativa que apresente a prática discriminatória evidente na citação acima e que ainda existe de forma institucionalizada no Brasil:
a) Racismo.
b) Autoritarismo.
c) Multiculturalismo.
d) Pensamento positivo.
RESPOSTA:
Letra A.
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