ENEM 2011 - Em meio às turbulências vividas na primeira metade dos anos 1960, tinha-se a impressão de que as tendências de esquerda estavam se fortalecendo na área cultural. O Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE) encenava peças de teatro que faziam agitação e propaganda em favor da luta pelas reformas de base e satirizavam o “imperialismo” e seus “aliados internos”. KONDER, L. História das ideias socialistas no Brasil. São Paulo: Expressão Popular, 2003. No início da década de 1960, enquanto vários setores da esquerda brasileira consideravam que o CPC da UNE era uma importante forma de conscientização das classes trabalhadoras, os setores conservadores e de direita (políticos vinculados à União Democrática Nacional – UDN –, Igreja Católica, grandes empresários etc.) entendiam que esta organização
a) constituía mais uma ameaça para a democracia brasileira, ao difundir a ideologia comunista.
b) contribuía com a valorização da genuína cultura nacional, ao encenar peças de cunho popular.
c) realizava uma tarefa que deveria ser exclusiva do Estado, ao pretender educar o povo por meio da cultura.
d) prestava um serviço importante à sociedade brasileira, ao incentivar a participação política dos mais pobres.
e) diminuía a força dos operários urbanos, ao substituir os sindicatos como instituição de pressão política sobre o governo.
RESPOSTA:
Letra A.
Na década de 1960 vivia-se uma conjuntura de plena Guerra Fria em que o mundo estava polarizado entre o capitalismo e comunismo. Além disso, a América Latina havia acabado de assistir a Revolução Cubana que tinha transformado um país do continente em socialista. A associação do CPC e da UNE a pensamentos marxistas fez com que as elites se tornassem temerosas de que essas manifestações culturais se transformassem em elementos de subversão comunista que poderiam vir a influenciar o resto da população.
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