UNIMONTES 2018 - Para responder à questão, considere a obra Iracema, de José de Alencar, e especialmente, o fragmento abaixo:
“O dia enegreceu; era noite já.
O pajé tornara à cabana; sopesando de novo a grossa laje, fechou com ela a boca do antro. Caubi chegara também da grande taba, onde com seus irmãos guerreiros se recolhera depois que bateram a floresta, em busca do inimigo pitiguara.
No meio da cabana, entre as redes armadas em quadro, estendeu Iracema a esteira da carnaúba, e sobre ela serviu os restos da caça, e a provisão de vinhos da última lua. Só o guerreiro tabajara achou sabor na ceia, porque o fel do coração que a tristeza espreme não amargava seu lábio.
O pajé bebia no cachimbo o fumo sagrado de Tupã que lhe enchia as arcas do peito; o estrangeiro respirava ar às golfadas para refrescar-lhe o sangue efervescente; a virgem destilava sua alma como o mel de um favo, nos crebros soluços que lhe estalavam entre os lábios trêmulos.”
Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf. Acesso em: 4 out. 2018.
Todas as afirmativas abaixo sobre a obra Iracema, de José de Alencar, são verdadeiras, EXCETO
a) Essa prosa romântica indianista contribui para a construção de uma metáfora da transfiguração étnica da história da nação brasileira.
b) A personagem-título, anagrama de América, representa a tensão experimentada em uma nação mestiça.
c) O lirismo da composição alencariana não apaga o presságio de uma certa marginalização feminina.
d) Trata-se de uma adequada abordagem da representação do índio na literatura brasileira contemporânea.
RESPOSTA:
Letra D.
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