Por que Aristóteles introduz a ideia do possível para explicar a liberdade? Quando somos livres, segundo Aristóteles?
RESPOSTA:
Aristóteles foi o primeiro filósofo que distinguiu entre necessário, contingente e possível. Necessário é o
que existe e opera universalmente sempre da mesma maneira e não pode ser diferente do que é nem
operar de maneira diferente da que opera (é o caso
da natureza, com suas leis). Contingente é o acaso, o
que pode ou não acontecer sem que tenhamos
como prever se ocorrerá ou não. Aristóteles elabora
sua ética a partir de uma pergunta: o que está e o
que não está em nosso poder? Para ele, o necessário
e o contingente não estão em nosso poder, diferentemente do possível. O possível, explica ele, é aquilo
que, para acontecer, depende de uma escolha e de
uma decisão humana. Em outras palavras, o possível
existe somente para seres racionais e dotados de
vontade livre. Por isso o espaço da ética e da política,
ou seja, das ações humanas, é o espaço do possível.
A liberdade, portanto, é a capacidade de deliberar
racionalmente entre duas alternativas contrárias
igualmente possíveis e escolher voluntariamente
uma delas, sem ser forçado ou coagido por nada e
por ninguém. A escolha é ética quando é incondicionada, isto é, se realiza tendo como base a liberdade
da vontade e como finalidade o bem e a virtude.
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