UEMA 2015 - Na obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, Carolina Maria de Jesus retrata, em uma dimensão sociológica e literária, suas impressões sobre o cotidiano dos moradores de uma favela. Para responder à questão, leia a seguir dois excertos, transcritos integralmente, da referida obra.
Texto I
20 DE MAIO
(...)
Quando cheguei do palacio que é a cidade os meus filhos vieram dizer-me que havia encontrado macarrão no lixo. E a comida era pouca, eu fiz um pouco do macarrão com feijão. E o meu filho João José disse-me:
– Pois é. A senhora disse-me que não ia mais comer as coisas do lixo.
Foi a primeira vez que vi a minha palavra falhar.
(...)
Texto II
30 DE MAIO
(...)
Chegaram novas pessoas para a favela. Estão esfarrapadas, andar curvado e os olhos fitos no solo como se pensasse na sua desdita por residir num lugar sem atração. Um lugar que não se pode plantar uma flor para aspirar o seu perfume, para ouvir o zumbido das abelhas ou o colibri acariciando-a com seu frágil biquinho. O unico perfume que exala na favela é a lama podre, os excrementos e a pinga.
(...)
Fonte: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: Diário de uma favelada. 9. ed. São Paulo: Ática, 2007.
A noção de contexto e de repertório social sugerida pela narradora-personagem revela o(a)
a) resistência de moradores ao novo ambiente.
b) visão de contraste entre o lugar ideal e o real.
c) impacto dos novos moradores a ambiente infértil.
d) embate entre pessoas que residem em ambientes distintos.
e) ambição de pessoas que residem em lugares insalubres.
RESPOSTA:
Letra B.
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