UNICAMP 2023 - Conheço um povo sem poligamia: o povo macua. Este povo deixou as suas raízes e apoligamou-se por influência da religião. Islamizou-se. (...) Conheço um povo de tradição poligâmica: o meu, do sul do meu país. Inspirado no papa, nos padres e nos santos, disse não à poligamia. Cristianizou-se. Jurou deixar os costumes bárbaros de casar com muitas mulheres para tornar-se monógamo ou celibatário. (...) Um dia dizem não aos costumes, sim ao cristianismo e à lei. No momento seguinte, dizem não onde disseram sim, ou sim onde disseram não.
(CHIZIANE, Paulina. Niketche. Uma história de poligamia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 92.)
Baseando-se no excerto e na leitura da obra, é correto afirmar que
a) a organização familiar é fruto da vida religiosa dos povos, cabendo assim a monogamia aos povos cristãos e a poligamia aos povos islâmicos.
b) os costumes culturais no modo de organizar os arranjos familiares são colocados em xeque por novas estruturas de poder, as quais transmitem outros valores.
c) a monogamia aparece como evolução natural aos costumes supostamente bárbaros de os homens se casarem com muitas mulheres em determinadas culturas africanas.
d) o povo macua tornou-se monogâmico depois de abraçar a fé cristã trazida pelo papa e padres, o que pode ser considerado um aprimoramento social.
RESPOSTA:
Letra B.
Rami relata que, em Moçambique, tanto a poligamia
de influência islâmica, quanto a monogamia
proveniente do Cristianismo, de disseminação
europeia, convivem nesse país. A constituição original
da família, portanto, alterna-se a partir dos costumes
culturais, religiosos e de poder.
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