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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Rompimento Sino-Soviético (1960)

Mao Tsé-Tung era um dos líderes comunistas que se opunham às reformas propostas por Khrushchev. O líder chinês temia que um processo parecido ocorresse em seu país e, por isso, começou a alegar que Khrushchev estava traindo os ideais socialistas. Vale ressaltar, ainda, que, desde que assumiu o poder em 1949, Mao procurava viabilizar um programa econômico chamado Grande Salto Adiante. O plano, declaradamente inspirado na política stalinista, previa a coletivização forçada da terra e a industrialização acelerada do país para que este pudesse liderar o bloco socialista. Como os planos de Mao Tsé-Tung não prosperaram e a liberalização de Khrushchev colocava a hegemonia do líder chinês em risco, este anunciou, em 1960, o rompimento das relações diplomáticas entre a China e a URSS, episódio conhecido como Rompimento Sino-Soviético.

Inicialmente, a cisão foi mais prejudicial para os chineses, afinal, a União Soviética retirou seus técnicos e toda ajuda que havia sido concedida aos orientais. Além disso, ao contrário do que desejava Mao Tsé-Tung, Moscou continuou mantendo sua esfera de influência sobre os países do bloco socialista. Um dos únicos países vinculados à esfera soviética que se posicionou abertamente ao lado da China foi a Albânia, que, na verdade, não tinha um peso político importante no mundo socialista.

Percebendo o enfraquecimento dos comunistas em nível global, os Estados Unidos se aproveitaram de uma ausência da União Soviética em uma das reuniões da ONU e, em 1971, substituíram a Ilha de Formosa pela China para ocupar uma vaga de membro permanente do Conselho de Segurança da instituição. A clara provocação aos soviéticos passou a alimentar ainda mais as divergências entre os comunistas e foi fundamental para o resultado final da Guerra Fria.

Internacionalmente, o Rompimento Sino-Soviético também acarretou diversas repercussões. No Brasil, por exemplo, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) se fragmentou, dando origem ao Partido Comunista do Brasil (PC do B), de tendência maoísta.

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