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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Escândalo Irã-Contras

Entre 1986 e 1987, um novo escândalo colocou sob os holofotes da mídia a Presidência dos Estados Unidos. O então governante do país era Ronald Reagan, um ex-ator que havia denunciado vários colegas de profissão na época do macartismo. Diante da grande rejeição ao seu comando, Reagan foi acusado pelos jornais New York Times e Washington Post de negociar armas com o Irã em troca da libertação de reféns estadunidenses que se encontravam em poder de terroristas islâmicos. Ora, tendo em vista que, naquele contexto, os Estados Unidos apoiavam o Iraque em uma guerra contra o Irã, aquela situação soou como uma grande contradição para a opinião pública estadunidense.

As denúncias ganharam um vulto ainda maior quando os jornais apontaram também para uma suposta lavagem do dinheiro oriundo da venda das armas. Ainda de acordo com o plano apresentado, posteriormente, esse dinheiro acumulado seria utilizado para financiar os Contras, um grupo guerrilheiro que atuava na Nicarágua em oposição ao governo sandinista, que, por sua tendência socialista, era prejudicial aos interesses estadunidenses na América Central.

Após ganhar uma grande repercussão nacional e mundial, o escândalo Irã-Contras caminhava para um novo processo de impeachment, quando Oliver North, assessor do chefe da CIA, assumiu toda a responsabilidade pelo caso, isentando o presidente. Assim, North acabou condenado a três anos de prisão domiciliar e a pagar uma multa. É interessante constatar que, após ser condenado, North montou uma empresa de segurança particular, que posteriormente veio a ganhar contratos com pessoas ligadas à administração de Reagan. Ora, dada a clara evidência de que o agente da CIA foi beneficiado pela sua ação em inocentar o presidente, alguns anos mais tarde, no livro Outra América, José Arbex Jr. afirmou categoricamente que, diante do escândalo Irã-Contras, “a Casa Branca venceu, a democracia perdeu”.

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