Do final do século XX até os dias de hoje estamos passando por mais uma forma de reestruturação produtiva. A Quarta Revolução Industrial, também conhecida como a Indústria 4.0. A Indústria 4.0 se caracteriza por utilizar Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e da robótica para criar redes com um mínimo de intervenção humana.
Do ponto de vista das engenharias, ela usa sistemas digitais integrados para desenho, fabricação, montagens e planejamento de produtos e redes que, aparentemente, prescindem da intervenção humana. A Indústria 4.0 representa também a introdução das tecnologias da informação em antigas indústrias, reconfigurando as relações de trabalho pela imposição da automatização de máquinas, robôs e sistemas de organização logísticos.
Na prática, não é a presença de robôs e da microeletrônica que fundamenta a Indústria 4.0, mas a capacidade de redução drástica da intervenção humana. A inteligência artificial produz algoritmos capazes de codificar novas combinações e alternativas produtivas que possibilitam que máquinas “tomem decisões” em uma velocidade impensável para um ser humano. Além disso, a internet das coisas permite que dispositivos eletrônicos do dia a dia sejam conectados à internet. Em uma indústria, por exemplo, essa tecnologia permite que máquinas e robôs tenham uma integração mais rápida e eficaz, gerando relatórios em tempo real que podem ser codificados em programas de gestão e controle na nuvem de armazenamento de dados.
Todas as fases do desenvolvimento industrial são reestruturações da produção para reproduzir as estruturas que dão sustentação ao capitalismo. A necessidade de sempre incrementar a produção, no sentido de que é preciso criar mais riquezas e lucros, impõe a necessidade de substituição de trabalho humano por máquinas, robôs, ferramentas virtuais, programas de gerenciamento, entre outros dispositivos de redução dos custos de produção.
Alguns economistas preveem que a implantação e o desenvolvimento da Indústria 4.0 vão suprimir milhões de postos de trabalho e afetar frontalmente o desenho do mercado mundial de trabalho. Atualmente, esse tipo de produção está concentrado em alguns lugares no mundo e é uma forma de extração de mais trabalho, na medida em que a velocidade imposta e o controle gerencial algorítmico intensificam a produção.
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