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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Povo brasileiro lamenta retirada de médicos cubanos

Brasília, 15 nov (Prensa Latina) Indignado pela autoritária e deformada postura ideológica de seu futuro presidente, o ultradireitista Jair Bolsonaro, o povo brasileiro lamenta hoje a saída dos profissionais cubanos do Programa Mais Médicos do Brasil.



'Ainda não o temos como presidente (Bolsonaro) e já desprotege e deve a este povo oito mil médicos', declarou à Prensa Latina o arquiteto Manoel Rocha, em alusão à retirada dessa quantidade de profissionais caribenhos pelas desdenhosas e ofensivas declarações do eleito governante.

Cuba determinou tirar seus profissionais do Programa Mais Médicos porque Bolsonaro, 'com referências diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos, declarou e reiterou que modificará termos e condições do Programa Mais Médicos, desrespeitando a Organização Pan-Americana de Saúde e o acordo desta entidade com Cuba'.

Em uma nota, divulgada ontem, o Ministério de Saúde da ilha aponta que o político de extrema-direita 'questionou a preparação de nossos médicos e condicionou sua permanência no programa à revalidação do título e como única via para a contratação individual'.

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Rocha, de 47 anos, lamenta que por 'estupidez de um ex-militar que chegou ao poder, mas pelo visto, não quer seus compatriotas, vamos perder a oportunidade de cuidar deste povo, que em sua maioria não pode pagar uma consulta médica'.

Para ninguém é um segredo, reflete o urbanista oriundo do Rio Grande do Sul, que 'os médicos cubanos trabalham em zonas inóspitas e de difícil acesso, onde os brasileiros não querem ir, e quando eles partirem se dispararão, para mau, os índices de saúde'.

Nessa mesma linha, o especialista em saúde pública e professor aposentado Flávio Goulart afirmou a um diário que o Brasil não tem condições de repor os médicos que se perderão com a saída de Cuba do programa.

O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, estima que a saída dos profissionais cubanos pode levar a uma desassistência da população atendida por eles, pois os caribenhos são mais da metade dos profissionais participantes do programa.

Segundo Junqueira, 24 milhões de brasileiros vivem nas áreas onde os cubanos trabalham, principalmente em lugares de difícil acesso, como reservas indígenas.

Alexandre Padilha, então ministro de Saúde no Governo Dilma Rousseff (2011-2016), quando o programa foi implementado, lamentou tal situação.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Padilha afirma que este é 'um dia triste para a saúde pública e para a política exterior do Brasil'.

Destaca que é o resultado de 'reiteradas agressões' do presidente eleito. A saúde pública e o povo mais pobre perdem muito hoje. Isto é o que ocorre quando se põe o espírito da guerra e os interesses particulares acima das necessidades de nosso povo.

'Dia triste para a saúde pública provocado por uma ação deficiente e conflitiva do atual presidente eleito de nosso país', pontuou

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