O maior deserto de clima quente do mundo está ficando maior. O Saara já cobre uma vasta área de 9.200.000 km² - uma área quase tão grande quanto os Estados Unidos. As bordas do deserto são definidas pela chuva.
Quando Natalie Thomas e Sumant Nigam, cientistas atmosféricos e oceânicos da Universidade de Maryland analisaram registros de 2013 a 1920, descobriram que essas fronteiras para o Saara haviam se deslocado para o norte e para o sul, tornando a região inteira 10% maior .
A mudança, que deverá reduzir a capacidade de alguns países de cultivar alimentos, não parece justa. “Moralmente, como lidamos com o fato de que os países em desenvolvimento estão pagando o preço?”, diz Thomas. Um estudo na década de 1990 mostrou que o limite de onde as plantas poderiam crescer na borda sul seca do Saara havia se deslocado para quase 130 quilômetros ao sul nos 10 anos entre 1980 e 1990.
Vídeo: Desde 1902, o Deserto do Saara cresceu 10%, avançando até 800 quilômetros ao norte durante os meses de inverno em alguns pontos. FONTE: THOMAS e NIGAM, JOURNAL OF CLIMATE, 2018. GRÁFICO DE KATIE PEEK.
Na maior parte do deserto do Saara a mudança é da ordem de dezenas de quilômetros durante o período do estudo, mas em outros pontos é muito mais dramática: a Líbia passou de quase não ser deserto em 1920, para deserto em 2013. O Lago Chade, que fica no extremo sul do Saara, encolheu drasticamente, em parte devido à redução das chuvas no Sahel, a região seca logo ao sul de o Saaara.
Natalie Thomas e Sumant Nigam calculam que cerca de dois terços da mudança podem ser explicados por ciclos climáticos naturais, como a Oscilação Multidecadal Atlântica e a Oscilação Decadal do Pacífico, que ajudam a determinar as chuvas. Mas o restante deles, segundo eles, está ligado à mudança climática.
*Texto traduzido e adaptado por Gabriel. O texto original é da Yale E360, revista online da Universidade de Yale.
Fonte: E360.
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