FUVEST 2002 - Como se sabe, Eça de Queirós concebeu o livro O primo Basílio como um romance de crítica da sociedade portuguesa, cujas “falsas bases” ele considerava um “dever atacar”. A crítica que ele aí dirige a essa sociedade incide mais diretamente sobre
a) o plano da economia, cuja estagnação estava na base da desordem social.
b) os problemas de ordem cultural, como os que se verificavam na educação e na literatura.
c) a excessiva dependência de Portugal em relação às colônias, responsável pelo parasitismo da burguesia metropolitana.
d) a extrema sofisticação da burguesia de Lisboa, cujo luxo e requinte conduziam à decadência dos costumes.
e) os grupos aristocráticos, remanescentes da monarquia, que continuavam a exercer sua influência corruptora em pleno regime republicano.
RESPOSTA:
Letra B.
O primo Basílio representa o momento da ficção
queirosiana voltado para o “inquérito da sociedade
portuguesa”, dissecada pelo método realista. A educação burguesa romântica e sentimental, a ociosidade
e a ”intoxicação” pela literatura folhetinesca são alvos
privilegiados pelo autor. A formação do caráter da mulher lisboeta fazia dela um “ornamento” na família e na
sociedade. A literatura folhetinesca, as novelas passionais e as de complicação sentimental estimulavam
a imaginação feminina com uma concepção de vida
amorosa cheia de fantasia, inconseqüente e moralmente equivocada.
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