A região Nordeste possui paisagens naturais muito diferentes, dando origem a áreas com características econômicas e sociais diversificadas. Essa diversidade natural determinou, então, um processo diferenciado de ocupação humana e de desenvolvimento econômico.
• Meio-Norte: compreende uma área de transição que abrange o estado do Maranhão e a porção oeste do estado do Piauí. Como o próprio nome indica, é uma área que possui muitas características da região Norte, mas também do Sertão semiárido, caracterizando-se, por isso, como uma área de transição. A Mata dos Cocais é uma vegetação característica da região, em que se pode encontrar a palmeira-babaçu, da qual é extraído o óleo utilizado na fabricação de doces, cosméticos, margarinas, sabões e lubrificantes. Nessa área, também pode ser encontrada a carnaúba, da qual tudo se aproveita, denominada por esse motivo a “árvore da providência”. A região é marcada pelas altas temperaturas médias, que superam os 27 ºC. Essa faixa possui clima equatorial em sua porção oeste e semiárido a leste, como demonstrado no mapa anterior. A região é cortada pelo Rio Parnaíba, que possui 1 716 km de extensão e marca a divisa dos estados do Maranhão e do Piauí.
• Sertão: área de domínio do clima semiárido. Nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, o Sertão chega até o litoral. Mais ao sul, o sertão alcança o norte de Minas Gerais, no Sudeste. É caracterizado pela ocorrência de chuvas irregulares e escassas, sendo constantes os períodos de estiagem, o que prejudica, muitas vezes, a agricultura de subsistência na região. A vegetação típica dessa sub-região é a caatinga. Os solos são rasos e pedregosos, e as atividades agrícolas sofrem grande limitação. Nas partes mais úmidas, existem bosques de palmeiras. O Sertão apresenta muitos rios temporários, e o Rio São Francisco, que drena parte da região, constitui a única fonte perene de água para as populações que habitam as suas margens. Nele, existem várias represas e usinas hidrelétricas, como a de Sobradinho, em Juazeiro, estado da Bahia, e a de Paulo Afonso, na divisa dos estados da Bahia e Pernambuco. A pecuária extensiva e o cultivo de algodão em grandes propriedades de terra com baixa produtividade são as bases da economia do Sertão nordestino.
• Agreste: localizado no alto do Planalto da Borborema, constitui uma área de transição entre a Zona da Mata, região úmida e cheia de brejos, e o Sertão semiárido. O planalto estende-se do sul da Bahia até o Rio Grande do Norte e constitui um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao Sertão. As terras mais úmidas (Zona da Mata) estão do lado leste desse planalto, e as mais secas do lado oeste, ou seja, voltadas para o Sertão. No Agreste, os terrenos mais férteis são ocupados por minifúndios, onde predominam as culturas de subsistência e a pecuária leiteira. O maior mercado consumidor do Nordeste, a Zona da Mata, é abastecida por produtos desses minifundiários. No Agreste, localizam-se cidades importantes como Caruaru e Campina Grande.
• Zona da Mata: é a área mais urbanizada e povoada e a que concentra o maior número de indústrias entre as sub-regiões nordestinas. Localiza-se ao leste, entre o Planalto da Borborema e a costa litorânea e estende-se do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, em uma faixa litorânea de até 200 km de largura.
Na Zona da Mata, as chuvas são abundantes. Possui clima tropical úmido, com chuvas mais frequentes na época do outono e do inverno, exceto no sul do estado da Bahia, onde se distribuem uniformemente por todo o ano. Devido às suas praias e ao seu clima quente, atrai muitos turistas de outras regiões do Brasil e do exterior. O solo dessa área é fértil e a vegetação natural é a Mata Atlântica, que desde o início da colonização do país está praticamente extinta e substituída por lavouras de cana-de-açúcar.
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