Fundado por Sonni Ali Ber, O Grande, no contexto do declínio do reino de Mali em torno do século XV, esse império se estendia da costa do Atlântico aos territórios entre a Bacia do Rio Níger e o Lago Chade. Sua capital política e militar ficava na cidade de Gao.
Sonni Ali Ber foi responsável pela conquista das cidades
de Tombuctu (1468) e Djenne (1473), o que estimulou o
monarca a traçar mapas de seu extenso império. A expansão
empreendida pelos sucessores de Ali Ber garantiu a extensão
da área de domínio Songhai por mais de dois mil quilômetros,
de Teghazza ao país dos Mossi (norte a sul), de Agades a
Tekrur (leste a oeste).
A estrutura política do império girava em torno do
imperador, responsável pelo controle de uma numerosa Corte.
Por tradição, todos que se aproximavam do líder supremo
deveriam cobrir a cabeça de pó. Um cuspe do imperador não
poderia cair no chão, sendo recolhido na manga de seda de
qualquer um de seus setecentos acompanhantes.
A economia se orientava pelo trabalho escravo. Calcula-se
que uma terra com duzentos escravos fosse capaz de
produzir, aproximadamente, 250 toneladas de arroz por ano.
O ouro e o sal eram comumente utilizados como referência
monetária, mas a principal moeda era o cauris, conchas
de moluscos utilizadas como moeda da África à China até
meados do século XIX. Os núcleos urbanos eram numerosos,
servindo de importantes centros religiosos e de estudo,
sendo a educação intensa nas áreas de domínio islâmico.
Calcula-se que a Universidade de Sankore abrigava 25 mil
estudantes já no século XII.
Em torno do século XVI, o império de Songhai começou
a sofrer a opressão dos Estados muçulmanos, como o reino
de Marrocos, que buscava as minas de sal e de ouro em
regiões vizinhas. O avanço europeu pela costa africana em
busca de escravos e de riquezas contribuiu para a decadência
da região.
Além dos reinos de Gana, Mali e Songhai, muitos outros
impérios se desenvolveram na África. A riqueza destes
transcende as limitadas concepções ocidentais do continente,
possibilitando a apreensão de ricos elementos sociológicos
ainda não valorizados.
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