Acompanhando uma tendência europeia, os movimentos de esquerda na Espanha vinham crescendo desde o início do século XX. Assim, em 1923, tentando conter a esquerda, o rei Afonso XIII apoiou uma ditadura militar liderada pelo general Miguel Primo de Rivera. O governo do ditador, no entanto, era instável e, com a crise econômica provocada pela Quebra da Bolsa de Nova Iorque, Primo de Rivera renunciou e fugiu do país em 1930.
Nas eleições para uma Assembleia Constituinte em 1931, a esquerda obteve uma vitória enorme sobre seus adversários, ficando com 315 das 466 cadeiras da Assembleia. Diante das ameaças de radicalização, o rei abdicou e um governo de maioria socialista deu início a um programa de reforma agrária que não avançou. Em 1933, a direita esboçou uma reação e conquistou a maioria parlamentar, mas, três anos depois, a esquerda se uniu na Frente Popular e voltou a vencer as eleições gerais, formando um governo cuja meta principal era a efetivação da reforma agrária.
Os grupos conservadores do país se uniram contra o governo e, no dia 17 de julho de 1936, as tropas espanholas sediadas no Marrocos, lideradas pelo general Francisco Franco, voltaram para o continente europeu e desencadearam um movimento que visava à deposição da esquerda. A Guerra Civil Espanhola se prolongou por três anos, chegando parte da historiografia a considerá-la o marco inicial da Segunda Guerra, pois tomou dimensões internacionais. O governo de coalizão, por exemplo, recebeu ajuda de Brigadas Internacionais voluntárias e um tímido apoio soviético. Já o general Franco, por sua vez, recebeu forte auxílio dos fascistas italianos e alemães, temerosos do avanço da esquerda.
Um fato de grande repercussão ocorrido durante a guerra foi o ataque à cidade de Guernica, no dia 26 de abril de 1937, quando a localidade foi arrasada pela aviação da Alemanha. O pintor espanhol Pablo Picasso representou a destruição da cidade em uma obra-prima do movimento cubista, o mural de Guernica.
Em 1939, os fascistas enfim conquistaram Madri e implantaram uma ditadura conhecida como franquismo ou falangismo, devido ao nome do partido fascista espanhol, Partido da Falange. A neutralidade de algumas potências durante o conflito, como Inglaterra e França, defensoras de uma política de apaziguamento, e mesmo da União Soviética, que não apoiou explicitamente o governo de esquerda espanhol, favoreceu o avanço do movimento fascista europeu.
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