Leia o texto a seguir e comente os novos desafios enfrentados pelo trabalhador com o advento do mundo digital.
“[…] de um lado deve existir a disponibilidade perpétua para o labor, facilitada pela expansão do trabalho on-line e dos ‘aplicativos’, que tornam invisíveis as grandes corporações globais que comandam o mundo financeiro e dos negócios. De outro, expande-se a praga da precariedade total, que surrupia ainda mais os direitos vigentes. […] exemplo mais do que emblemático: trabalhadores e trabalhadoras com seus automóveis, isto é, com seus instrumentos de trabalho, arcam com suas despesas de seguridade, com os gastos de manutenção dos veículos, de alimentação, limpeza etc., enquanto o ‘aplicativo’ – na verdade, uma empresa privada global de assalariamento disfarçado sob a forma de trabalho desregulamentado – apropria-se do mais valor gerado pelo serviço dos motoristas, sem preocupações com deveres trabalhistas historicamente conquistados pela classe trabalhadora.”
ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018. p. 34.
RESPOSTA:
No texto citado, o sociólogo Ricardo Antunes discute
um problema enfrentado pela expansão dos trabalhos
on-line e dos aplicativos: a perda, por parte desses
trabalhadores, de direitos trabalhistas historicamente
conquistados. Segundo Antunes, mesmo que esses
trabalhadores possuam seus próprios instrumentos de
trabalho e se iludam com uma suposta autonomia empreendedora, estão a serviço de uma empresa privada
que explora sua mão de obra. Em resposta a esse novo
desafio, começam a surgir discussões sobre a regulamentação feita pelo Estado para esse tipo de trabalho,
na tentativa de assegurar algum direito trabalhista aos
trabalhadores de serviços na era digital.
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