FUVEST 1998 - É correto afirmar que, em Morte e vida severina,
a) a alternância das falas de ricos e de pobres, em contraste, imprime à dinâmica geral do poema o ritmo da luta de classes.
b) a visão do mar aberto, quando Severino finalmente chega ao Recife, representa para o retirante a primeira afirmação da vida contra a morte.
c) o caráter de afirmação da vida, apesar de toda a miséria, comprova-se pela ausência da idéia de suicídio.
d) as falas finais do retirante, após o nascimento de seu filho, configuram o momento afirmativo, por excelência, do poema.
e) a viagem do retirante, que atravessa ambientes menos e mais hostis, mostra-lhe que a miséria é a mesma, apesar dessas variações do meio físico.
RESPOSTA:
Letra E.
O Capibaribe é o guia que conduz o retirante do sertão
ao mar, atravessando a caatinga semi-árida, o Agreste e
a Zona da Mata.
Em todo esse percurso, a morte é o signo constante
que preside e nega a vida: morre-se “de velhice antes
dos trinta, / de emboscada antes dos vinte, / de fome
um pouco por dia”. No poema dramático cabralino, em
inúmeras cenas, a morte é presenciada pelo retirante
ou é relatada a ele: os carregadores do defunto, morto
“de bala”; a sentinela (velório) do “Finado Severino”; o
diálogo com a rezadeira sobre os “ofícios da morte”; o
funeral do lavrador, na Zona da Mata, e a conversa dos
coveiros, já no Recife, são algumas dessas cenas em
que se muda a paisagem, mas a miséria persiste, sugerindo ao retirante o “saltar fora da ponte e da vida”.
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