Questão 01 - FUVEST 1998 - É correto afirmar que, em Morte e vida severina,
a) a alternância das falas de ricos e de pobres, em contraste, imprime à dinâmica geral do poema o ritmo da luta de classes.
b) a visão do mar aberto, quando Severino finalmente chega ao Recife, representa para o retirante a primeira afirmação da vida contra a morte.
c) o caráter de afirmação da vida, apesar de toda a miséria, comprova-se pela ausência da ideia de suicídio.
d) as falas finais do retirante, após o nascimento de seu filho, configuram o momento afirmativo, por excelência, do poema.
e) a viagem do retirante, que atravessa ambientes menos e mais hostis, mostra-lhe que a miséria é a mesma, apesar dessas variações do meio físico.
Questão 02 - FUVEST 1999 - Em Morte e vida severina, no diálogo entre o retirante e a mulher na janela (a “rezadora titular”), indicam-se vários motivos pelos quais Severino não encontrará emprego no local a que chegara. Um desses motivos, de fato presente na obra citada, encontra-se em:
a) Ao homem rústico falta competência para enfrentar o meio agreste e desenvolver técnicas necessárias para fazê-lo.
b) Os interesses da modernização financeira e industrial tornam ainda mais difícil para o homem rústico a obtenção de emprego.
c) Por ser desprovido de cultura religiosa e de vínculos com o Catolicismo, o sertanejo marginaliza-se ao chegar à Zona da Mata.
d) A grande fragilidade física a que chegou o retirante torna-o inapto para o trabalho pesado exigido na região.
e) Tendo experiência apenas na criação de gado, o sertanejo encontra-se deslocado em meio à cultura da cana-de-açúcar.
Questão 03 - FUVEST 2001 - Decerto a gente daqui
jamais envelhece aos trinta
nem sabe da morte em vida,
vida em morte, severina;
(João Cabral de Melo Neto, Morte e vida severina)
Neste excerto, a personagem do “retirante” exprime uma concepção da “morte e vida severina”, ideia central da obra, que aparece em seu próprio título. Tal como foi expressa no excerto, essa concepção só NÃO encontra correspondência em:
a) “morre gente que nem vivia”.
b) “meu próprio enterro eu seguia”.
c) “o enterro espera na porta: o morto ainda está com vida”.
d) “vêm é seguindo seu próprio enterro”.
e) “essa foi morte morrida ou foi matada?”
Questão 04 - UNICENTRO 2007/1 - Em relação à peça Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, todas as afirmativas abaixo são válidas, EXCETO
A) O fato em Morte e Vida Severina que comprova o subtítulo “auto de Natal” do poema-peça é o nascimento de um menino.
B) Em Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto apresenta uma atitude de resignação e conformismo ante as desgraças e desesperos dos muitos Severinos.
C) O êxodo do sertão em busca do litoral não é uma solução para o retirante, pois na cidade grande encontra sempre a mesma morte severina, como revelam os dois coveiros.
D) Na cidade grande, quando não encontra uma morte severina, tem que levar uma vida severina, vivendo no meio da lama, comendo os siris que apanha em mocambos infectos.
E) A problemática apresentada em Morte e Vida Severina é basicamente de caráter social e envolve a caótica e degradante situação do homem nordestino, vitimado pelas secas, pela fome e pela miséria.
Questão 05 - UFRGS 1998 - Sobre Morte e Vida Severina, de João cabral de Melo Neto, é correto afirmar que
A) narra as agruras por que passa uma família nordestina composta por um vaqueiro despossuído, sua mulher e dois meninos, acompanhados por uma cadela.
B) expõe as dificuldades por que passa o nordestino despossuído que migra do árido sertão, passa pelo agreste e chega aos alagados de Recife.
C) expõe a miséria e a insalubridade da vida nos morros de Salvador ao narrar a experiência de um sertanejo que se adapta com dificuldades ao hostil ambiente urbano.
D)narra a experiência de um nordestino que, para sobreviver no sertão dominado pelo coronelismo e pela arbitrariedade, se converte em romeiro e pregador da palavra divina.
E) expõe os dilemas do nordestino pobre que, oprimido pelo chefe político do povoado, oscila entre tornar-se cangaceiro ou migrar para a cidade grande.
Questão 06 - UFRGS 1999 - Assinale a alternativa incorreta em relação a Morte e Vida Severina.
A) Morte e Vida Severina apresenta-se como um auto de natal piedoso e ingênuo, pretendendo tão-somente ampliar o círculo das canções de devoção católica.
B) O auto expõe o drama do retirante nordestino, tema também focalizado por outras narrativas brasileiras, como Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e A Hora da Estrela, de Clarice Lispector.
C) Além do retirante Severino e de José, mestre carpina, também atuam como protagonistas uma mulher (rezadora titular), cantadores, ciganas, vizinhos, amigos e um recém-nascido.
D)Severino vai em busca do litoral e encontra em cada estação a morte, que se apresenta sob diferentes formas.
E) A seca, a fome, a carência e a velhice precoce antecipam a morte, cujo impacto é atenuado, inesperadamente, pelo nascimento de uma criança.
Questão 07 - UFPR 2020 - Em Morte e vida severina, Severino é um retirante que sai do interior com a intenção de chegar ao litoral, à cidade do Recife. Quando atinge a Zona da Mata, última região antes da chegada ao Recife, diz ele:
– Nunca esperei muita coisa,
digo a Vossas Senhorias.
O que me fez retirar
não foi a grande cobiça;
o que apenas busquei
foi defender minha vida
da tal velhice que chega
antes de se inteirar trinta;
se na serra vivi vinte,
se alcancei lá tal medida,
o que pensei, retirando,
foi estendê-la um pouco ainda.
Mas não senti diferença
entre o Agreste e a Caatinga,
e entre a Caatinga e aqui a Mata
a diferença é a mais mínima.
Está apenas em que a terra
é por aqui mais macia;
está apenas no pavio,
ou melhor, na lamparina:
pois é igual o querosene
que em toda parte ilumina,
e quer nesta terra gorda
quer na serra, de caliça,
a vida arde sempre
com a mesma chama mortiça.
[…]
Sim, o melhor é apressar
o fim dessa ladainha,
fim do rosário de nomes
que a linha do rio enfia;
é chegar logo ao Recife,
derradeira ave-maria
do rosário, derradeira
invocação da ladainha,
Recife, onde o rio some
e esta minha viagem se finda.
(MELLO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 186-187.)
Considerando o trecho acima e a leitura integral do auto de João Cabral de Melo Neto, assinale a alternativa correta.
a) O auto de João Cabral foi concluído em 1955, tempo em que ainda se iluminavam as casas com lamparinas, e, nessa situação, a percepção que Severino tem dos lugares que conhece é prejudicada pelas limitações da época e por sua própria ignorância.
b) A comparação de Recife com a “derradeira ave-maria/ do rosário”, assim como as várias rezas que Severino testemunha ao longo da viagem, mostra a presença constante da religiosidade como um fator de atraso na vida dos nordestinos.
c) Ao final, fica claro para o leitor que a vida no Recife também seria semelhante à das regiões menos desenvolvidas da Caatinga, do Agreste e da Zona da Mata, porque a pobreza não é causada pelas condições naturais, mas por uma estrutura social excludente.
d) O empenho social de João Cabral de Melo Neto é o de sugerir aos retirantes que não saiam de sua terra, visto que, sem preparo, eles enfrentam dificuldades enormes no Recife, valendo mais a pena procurar desenvolver sua própria região.
e) Ao chegar ao Recife, Severino ouve uma longa conversa entre dois coveiros e, percebendo que sua viagem havia sido inútil, entende a conversa como uma sugestão e se suicida, atirando-se no rio Capibaribe.
Questão 08 - UEL-PR - No poema Morte e vida severina, podem-se reconhecer as seguintes características da poesia de João Cabral de Melo Neto:
a) sátira aos coronéis do Nordeste e versos inflamados.
b) experimentalismo concretista e temática urbana.
c) memorialismo nostálgico e estilo oral.
d) personagens da seca e linguagem disciplinada.
e) descrição da paisagem e intenso subjetivismo.
Questão 09 - FUVEST-SP - É correto afirmar que no poema dramático Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto:
a) a sucessão de frustrações vividas por Severino faz dele um exemplo típico de herói moderno, cuja tragicidade se expressa na rejeição à cultura a que pertence.
b) a cena inicial e a final dialogam de modo a indicar que, no retorno à terra de origem, o retirante estará munido das convicções religiosas que adquiriu com o mestre carpina.
c) o destino que as ciganas preveem para o recém-nascido é o mesmo que Severino já cumprira ao longo de sua vida, marcada pela seca, pela falta de trabalho e pela retirada.
d) o poeta buscou exprimir um aspecto da vida nordestina no estilo dos autos medievais, valendo-se da retórica e da moralidade religiosa que os caracterizavam.
e) o "auto de natal" acaba por definir-se não exatamente num sentido religioso, mas enquanto reconhecimento da força afirmativa e renovadora que está na própria natureza.
Questão 10 - UM-SP - Este "auto de natal pernambucano, longo poema equilibrado entre rigor formal e temática, conta o roteiro de um homem do Agreste que vai em demanda do litoral e topa em cada parada com a morte, presença anônima e coletiva, até que no último pouso lhe chega a nova do nascimento de um menino, signo de que algo resiste à constante negação da existência" (Alfredo Bosi, História concisa da literatura brasileira, p.523); trata-se de:
a) Pai João.
b) Evocação do Recife.
c) Brasil-menino.
d) Morte e vida severina.
Questão 11 - UFMG - Sobre o adjetivo severina, da expressão Morte e vida severina que intitula a peça de João Cabral de Melo Neto, todas as afirmativas estão certas, exceto:
a) Refere-se aos migrantes nordestinos que, revoltados, lutam contra o sistema latifundiário que oprime o camponês.
b) Pode ser sinônimo de vida árida, estéril, carente de bens materiais e de afetividade.
c) Designa a vida e a morte dos retirantes que a seca escorraça do sertão e o latifúndio escorraça da terra. d) Qualifica a existência negada, a vida daqueles seres marginalizados determinada pela morte.
e) Dá nome à vida de homens anônimos, que se repetem física e espiritualmente, sem condições concretas de mudança.
Questão 12 - CESMAC 2019/2 - “O meu nome é Severino,/ não tenho outro da pia,/ Como há muitos Severinos,/ que é santo de romaria,/ deram então de me chamar/ Severino de Maria; como há muitos Severinos/ com mães chamadas Maria/ fiquei sendo o da Maria/ do finado Zacarias.” Estes versos iniciais de Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, apresentam o narrador e principal protagonista do poema cabralino.
Sobre este poema, podemos afirmar:
A) Apesar de ser analfabeto, Severino é, do ponto de vista financeiro, uma pessoa bem sucedida na vida.
B) Não tendo sobrenome, Severino se faz conhecer por meio da filiação materna e paterna.
C) Severino é um antigo cangaceiro do bando de Lampião errando pelo Nordeste.
D) O personagem de Severino se destaca pelo egoísmo e pelo desprezo que tem pelas outras pessoas.
E) Severino evoca a sua filiação materna e paterna por ser ela descendente da nobreza.
Questão 13 - UFPR 2023 - Assinale a alternativa correta a respeito de Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto.
a) Severino constata a presença reiterada da morte em seu percurso e afirma: “só a morte deparei / e às vezes até festiva”; a festa a que ele se refere comemorava o Dia de Finados, também conhecido como Dia dos Mortos.
b) Chegando à Zona da Mata, Severino se anima ao perceber que os rios que correm naquela região não se interrompem, o que torna a terra mais fértil, porém em seguida ele se depara com mais um enterro.
c) Após escutar uma conversa entre dois coveiros que trabalham em cemitérios de Recife, Severino compreende que só a morte pode igualar as pessoas, pois, a partir do momento em que os corpos são enterrados, as diferenças sociais deixam de existir.
d) O auto se encerra com uma fala em que, antevendo que seu filho recém-nascido teria uma vida tão difícil quanto a do retirante que ele conhecera um pouco antes, Seu José pergunta se não seria melhor para Severino desistir de viver.
e) As referências ao tamanho pequeno das covas nos cemitérios do interior, como por exemplo em “Esta cova em que estás / com palmos medida”, relacionam-se ao tamanho dos próprios versos de Morte e vida severina, que têm sempre a mesma medida.
GABARITO
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