Na década de 1960, no contexto de uma sociedade consumista, crescente industrialização e aumento da degradação ambiental, começaram a surgir movimentos ambientalistas e uma pressão mundial sobre gover- nos, para a criação de legislação ambiental rigorosa e maior fiscalização, e sobre as empresas, para a adoção de métodos de produção que minimizassem os impactos ambientais.
Atualmente, em muitos países, entre eles o Brasil, existem leis que obrigam as indústrias a diminuírem os impactos de suas atividades no ambiente, devendo realizar ações, como colocar filtros para a retenção de contaminantes atmosféricos; tratar a água antes de ser despejada na rede de esgotos ou em rios; dar destino adequado ao resíduo industrial; entre outras.
No final do século XX, além de ações obrigatórias por lei, muitas indústrias potencialmente poluidoras, preocupadas com sua imagem, passaram a adotar práticas sustentáveis, como o uso de matérias-primas recicladas, de fontes de energia renovável, além de obterem certificação ambiental, ou seja, um certificado garantindo que a empresa atendia à legislação ambiental e controlava os impactos de sua atividade.
Essa certificação ambiental é concedida quando a empresa atende a normas definidas por organizações internacionais. A International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normatização), a ISO, federação mundial das organizações nacionais de normatização sediada em Genebra (Suíça), na década de 1990 lançou a série ISO 14000, composta de normas que orientam as empresas na gestão e mitigação dos impactos ambientais e adequação de seus processos às políticas ambientais do país, visando à melhoria contínua em toda sua cadeia produtiva.
A certificação ambiental tem se tornado um parâmetro de análise por parte dos consumidores, que podem utilizar como referência o histórico de impacto ambiental dos produtos oferecidos e a responsabilidade socioambiental da empresa. O selo verde, fornecido pela ISO 14 000, certifica que a empresa reduziu ou eliminou o desperdício de matéria-prima e não apresentou impacto ambiental no processo produtivo.
Além de gestão dos impactos das atividades industriais, outras alternativas têm sido desenvolvidas atualmente com a finalidade de promover o desenvolvimento sustentável, como a economia solidária e o comércio justo.
Na economia solidária, a forma de produção, distribuição e consumo de bens ou serviços é horizontal, isto é, não há ganhos em nenhuma parte da cadeia produtiva e os lucros não são priorizados. Os trabalhadores se organizam em cooperativas e a posse dos meios de produção é coletiva. Por meio de princípios de autogestão, cooperação e uma relação direta entre a produção e as necessidades da comunidade local, busca-se maior equilíbrio entre as demandas da sociedade e o ambiente.
O comércio justo (fair trade), movimento criado no continente europeu, durante a década de 1960, tem o objetivo de promover transformações na cadeia produtiva, ao eliminar as etapas intermediárias entre produtores e consumidores.
Essa iniciativa prioriza relações empregatícias justas, garantindo condições de trabalho e salários adequados e os direitos previstos aos trabalhadores. O foco do comércio justo está no empoderamento dos pequenos e médios produtores e no trabalho artesanal, e exige menos dos recursos naturais.
Por fim, algumas cidades ao redor do mundo têm adotado práticas capazes de transformar localmente as relações de consumo. As hortas urbanas, por exemplo, encurtam as distâncias entre os locais de pro- dução e consumo e promovem melhorias na qualidade ambiental das cidades, na medida em que ampliam as áreas verdes. Movimentos como o vegetarianismo e o veganismo têm crescido, contribuindo para a dimi- nuição dos impactos ambientais provocados pela atividade pecuária.
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