Lutero sempre havia se mostrado angustiado com a presença do mal e do pecado no mundo terreno. Para ele, o pecado original era marca indelével da vida do homem e não havia possibilidade de redenção para o homem apenas pelas boas obras. Indigno, o homem só poderia alcançar salvação pela fé. Suas preocupações também foram fruto do desenvolvimento do individualismo. A partir dessa perspectiva, a relação direta com Deus e a consequente abolição da hierarquia eclesiástica foram defendidas por Lutero. A defesa da tradução da Bíblia e do culto também foram reflexos do individualismo no campo religioso.
Em 1530, após a grande disseminação das ideias de Lutero, o imperador Carlos V convocou a Dieta de Augsburgo. Nela, foram expostos os principais pontos da doutrina luterana. A Confissão de Augsburgo, escrita com a ajuda de Felipe Melanchton, foi publicada em 1531 e continha as bases do luteranismo que, naquele momento, já se apresentavam sólidas. Os principais pontos da doutrina luterana são:
• salvação pela fé;
• sacerdócio universal e a consequente abolição da
hierarquia eclesiástica;
• tradução e livre interpretação da Bíblia;
• condenação do culto aos santos, às imagens,
e às relíquias;
• condenação do celibato clerical;
• existência de apenas dois sacramentos, aqueles
citados na Bíblia: batismo e eucaristia;
• negação da transubstanciação, ou seja,
a transformação do pão e do vinho no corpo e sangue
de Cristo durante a eucaristia;
• negação da infalibilidade papal.
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