3. Releia o trecho da carta de Caminha e ANALISE quais os estranhamentos entre os dois povos durante o encontro.
RESPOSTA:
O encontro gerou um estranhamento entre as duas partes. Um dos portugueses – Pero Vaz de
Caminha – ficou responsável por relatar o que haviam encontrado. Escreveu uma carta com as
seguintes informações:
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam
arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram. Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa.
[...]
A feição deles é serem pardos, de maneira avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas;
e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados
e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador.
[...]
Águas são muitas; infindas. E de tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela
tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que
será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
(CAMINHA, 1500)
Os indígenas também tiveram um estranhamento com os portugueses. Quando ofereceram vinho e
mostraram uma galinha aos indígenas, eles ficaram espantados, pois não conheciam. As roupas dos
portugueses também eram bastante diferentes para eles.
O encontro inicial foi agradável para os portugueses, mas como não há registro escrito dos indígenas,
não podemos dizer o mesmo do outro lado. O fato é que perceberam que a nova terra era rica em elementos naturais e que deveriam catequizar os índios como forma de “salvá-los”.
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