4 - Leia o trecho a seguir. “Por fim, ao analisarmos as primeiras impressões dos europeus diante dos nativos ao longo do Quinhentos e início do Seiscentos, é notável que elas passaram por consideráveis transformações, uma vez que na primeira década da colonização Caminha e Vespúcio viram homens e mulheres em Vera Cruz. Em sequência, o escambo povoou a terra de brasileiros e os engenhos distinguiram o gentio indócil do índio e do negro da terra que trabalhavam. Já os franceses, que não conseguiram se estabelecer no território, viram selvagens. Assim, depois de pontuar e problematizar todas essas questões, podemos considerar que, acerca das primeiras impressões sobre a natureza do Brasil, houve uma alternância nos relatos daqueles que estavam a serviço das coroas portuguesa e francesa, pois em todos os documentos analisados, seus autores por vezes exaltaram suas prodigalidades da mesma maneira que ressaltaram seus perigos e imperfeições. E esses mesmos documentos indicam que, tanto portugueses quanto franceses, assim como alguns viajantes de outros reinos, como Pigafetta e Staden, concederam aos habitantes da costa brasileira características nobres ao mesmo tempo que se referiam a eles de modo depreciativo e infame”.
Disponível em: http://books.scielo.org/id/yp857/pdf/portugal-9788579836299-05.pdf. Acesso em: 24 mar. 2021.
Como o autor do texto estabelece a mudança de visão sobre o(a) nativo(a) da América?
Resposta: A mudança de visão ocorre com o passar do tempo "pós-descobrimento" e principalmente pela variedade de impressões, como vimos no texto, que retrata a visão inicial dos portugueses e espanhóis contrastando com a visão dos franceses. Reparemos que ora os indígenas são retratados possuindo ao mesmo tempo características "nobres' e ao mesmo tempo, "selvagens". Assim, a mudança de visão varia de acordo com a narrativa de quem conta.
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