4 - Leia o texto abaixo, de autoria da historiadora Maria Lígia Prado, e responda a questão que segue: “ Liberdade, no entanto, não é um conceito entendido de forma única; tem significados diversos, apropriados também de formas particulares pelos diversos segmentos da sociedade. Para um representante da classe dominante venezuelana, Simón Bolívar, liberdade era sinônimo de rompimento com a Espanha para a formação de fulgurantes nações livres que seriam exemplo para o resto do universo. Mas, principalmente, nações livres para comerciar com todos os países, livres para produzir, única possibilidade, segundo essa visão, do desabrochar do Novo Mundo. Já para Dessalines, o líder da revolução escrava do Haiti, (...) a liberdade, antes de tudo, queria dizer o fim da escravidão, mas carregava um conteúdo radical de ódio aos opressores franceses.(...) Para outros dominados e oprimidos, como os índios mexicanos, a liberdade passava distante da Espanha e muito próxima da questão da terra. Na década de 1810, os líderes da rebelião camponesa mexicana, (...) Hidalgo e Morelos, clamavam por terra para os deserdados. ” PRADO, Maria Lígia. A formação das nações latino-americanas. São Paulo: Atual; Campinas: Editora da UNICAMP, 1986. p. 12-15.
Que fatores, nos processos de independência da América Espanhola, foram determinantes para que o conceito de liberdade não fosse entendido de uma forma única ?
Resposta: De acordo com o texto, o conceito de liberdade varia de acordo com os variados setores da sociedade. Ao falar das elites, personificado por Simón Bolívar, a liberdade em relação a Espanha representava o livre-comércio, a quebra do pacto colonial. Para Dessalines, líder escravo da independência do Haiti, a independência representou o fim da escravidão, e no caso, das classes camponesas, representava pelos padres mexicanos Hidalgos e Morellos, a liberdade é representada por terra para quem não possuía.
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