FUVEST 2001 - Teu romantismo bebo, ó minha lua,
A teus raios divinos me abandono,
Torno-me vaporoso … e só de ver-te
Eu sinto os lábios meus se abrir de sono.
(Álvares de Azevedo, “Luar de verão”, Lira dos vinte anos)
Neste excerto, o eu-lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas revela, de imediato, desinteresse e tédio. Essa atitude do eu-lírico manifesta a
a) ironia romântica.
b) tendência romântica ao misticismo.
c) melancolia romântica.
d) aversão dos românticos à natureza.
e) fuga romântica para o sonho.
RESPOSTA:
Letra A.
A contrapartida dos exageros sentimentais é
exatamente a postura irônica; o “eu“ satírico que
debocha do “eu” sentimental. O enunciado põe em
relevo a “antinomia” central de Álvares de Azevedo,
expressa à saciedade na oposição entre as posturas
dominantes na 1ª e 2ª partes de suas Liras dos Vinte
Anos, que marca também a sua evolução como artista,
em busca de uma forma menos desgastada de lirismo.
No excerto, o último verso “Eu sinto os lábios meus se
abrir de sono” rompe com a idealização apresentada
no 1º verso.
A natureza, alvo de idealização romântica, é ironizada e
só causa tédio.
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