FGV-SP 2018 - Era a manhã ensolarada do dia 1º de maio de 1980, e as pessoas que haviam chegado ao centro de São Bernardo para a comemoração da data se depararam com a cidade ocupada por 8000 policiais armados, com ordens de impedir qualquer concentração. É que aquele Dia do Trabalhador ocorria quando uma greve dos metalúrgicos da região alcançava já um mês de duração e levara o chefe do Serviço Nacional de Informação a prometer que dobraria a república de São Bernardo. O que poderia ter permanecido em dissídio salarial tornara-se um enfrentamento político que polarizava a sociedade. Movidos pela solidariedade à greve, formaram-se comitês de apoio em fábricas e bairros da Grande São Paulo. Pastorais da Igreja, parlamentares da oposição, Ordem dos Advogados, sindicatos, artistas, estudantes, jornalistas, professores assumiram a greve do ABC como expressão da luta democrática em curso.
(Eder Sader. Quando novos personagens entraram em cena, 1988. Adaptado)
Em relação ao evento apresentado, é correto afirmar que
a) a ação dos sindicatos dos trabalhadores industriais da Grande São Paulo, especialmente na região do ABC, sob a hegemonia do ilegal Partido Comunista Brasileiro, garantiu uma excepcional articulação entre os movimentos sociais, como o de moradia, e o denominado sindicalismo classista.
b) o ponto central de articulação e unidade das organizações sindicais, políticas e do movimento popular do estado de São Paulo foi à luta contra as modificações na CLT, pretendidas pelo Ministério do Trabalho, com a anuência da FIESP e de outras confederações e federações patronais.
c) o sindicalismo brasileiro sofreu um decisivo impulso a partir das greves de boias-frias, em 1978, ocorridas no interior do estado São Paulo, fazendo com que a organização dos sindicatos de trabalhadores da indústria se voltassem para a luta pela recuperação das perdas salariais ocorridas desde 1964.
d) as movimentações operárias da região do ABC paulista foram organizadas por dirigentes do chamado novo sindicalismo, que buscava a autonomia sindical frente ao Estado e criticava o sindicalismo dos dirigentes pelegos, cuja ação se baseava em práticas assistencialistas.
e) a reorganização dos movimentos de trabalhadores no Brasil, depois de uma década sem greves e manifestações de ruas, decorreu da ação dos trabalhadores da administração pública, especialmente da saúde e da educação, que perderam o direito à sindicalização durante a Ditadura Militar.
RESPOSTA:
Letra D.
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