Questão 01 - UFRGS 2003 - Considere o enunciado abaixo e as três propostas para completá-lo.
Em O Primo Basílio, romance de 1878, Eça de Queiroz ataca a família lisboeta, como declara em carta a Teófilo Braga, “a família lisboeta, produto do namoro, reunião desagradável de egoísmos que se contradizem, e mais tarde ou mais cedo centro de bambochata*”. Para isso, ele cria tipos sociais de grande dimensão, como
I - Juliana, que, embora personagem secundária, concentra a causa dramática do conflito central da obra, com seu temperamento hipócrita e oportunista.
II - Basílio, que exteriormente é belo, rico, amigo dos nobres, amante incorrigível, e interiormente aproveitador, imoral, cínico e volúvel.
III - o Conselheiro Acácio, que, tão evidente em sua hipocrisia e ostentação, motivou a criação de um adjetivo denotando futilidade: “É acaciano!”
*Patuscada; orgia; extravagância.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
Questão 02 - FUVEST 1998 - Primo Basílio pertence à fase dita realista de seu autor, Eça de Queirós. É reconhecido, também, como um romance de tese – tipo de narrativa em que se demonstra uma idéia, em geral com intenção crítica e reformadora. Tendo em vista essas determinações gerais, é correto afirmar que, nesse romance,
a) o foco expressivo se concentra na interioridade subjetiva das personagens, que se dão a conhecer por suas ideias e sentimentos, e não por suas falas ou ações.
b) as personagens se afastam de caracterizações típicas, tornando-se psicologicamente mais complexas e individualizadas.
c) a preferência é dada à narração direta, evitando-se recursos como a ironia, o suspense, o refinamento estilístico de períodos e frases.
d) o interesse pelas relações entre o homem e o meio amplia o espaço e as funções das descrições, tornadas mais minuciosas e significativas.
e) a narração de ações, a criação de enredos e as reflexões do narrador são amplamente substituídas pelo debate ideológico-moral entre Jorge e o Conselheiro Acácio.
Questão 03 - FUVEST 2002 - Como se sabe, Eça de Queirós concebeu o livro O primo Basílio como um romance de crítica da sociedade portuguesa, cujas “falsas bases” ele considerava um “dever atacar”. A crítica que ele aí dirige a essa sociedade incide mais diretamente sobre
a) o plano da economia, cuja estagnação estava na base da desordem social.
b) os problemas de ordem cultural, como os que se verificavam na educação e na literatura.
c) a excessiva dependência de Portugal em relação às colônias, responsável pelo parasitismo da burguesia metropolitana.
d) a extrema sofisticação da burguesia de Lisboa, cujo luxo e requinte conduziam à decadência dos costumes.
e) os grupos aristocráticos, remanescentes da monarquia, que continuavam a exercer sua influência corruptora em pleno regime republicano.
Questão 04 - UNICENTRO 2004 - Cerrou os olhos. O movimento muito lançado do coupé, o calor, a presença dele, o contacto da sua mão, do seu joelho, amoleciam-na. Sentia um desejo a alargar-se dentro do peito.
— Em que vais tu a pensar? — perguntou-lhe ele baixo, muito terno.
Luísa fez-se vermelha. Tinha medo de falar, de lhe dizer...
Basílio tomou-lhe a mão devagarinho, com respeito, com cuidado, como uma coisa preciosa e santa; e beijou-lha de leve, com a servilidade de um negro e a unção de um devoto. Aquela carícia tão humilde, tão tocante, quebrou-a; os seus nervos distenderam-se; deixou-se cair para o canto do coupé, rompeu a chorar...
QUEIRÓS, Eça de. O primo Basílio. 16. ed. São Paulo: Ática, 1994. p. 113.
O texto, no todo da obra, permite afirmar:
A) Basílio mostra-se, na relação com Luísa, constante e fiel.
B) Luísa enxerga a vida sob uma perspectiva negativista.
C) O narrador, através de Basílio, enaltece os valores românticos.
D) O personagem masculino revela-se um homem dissimulado e voltado para os próprios interesses.
E) A figura feminina, embora vivencie momentos de fragilidade interior, conduz, com racionalismo, o seu relacionamento amoroso, o que a identifica como realista.
Questão 05 - FUVEST 1994 - Ao criticar "O Primo Basílio", Machado de Assis afirmou: "(...) a Luísa é um caráter negativo, e no meio da ação ideada pelo autor, é antes um títere que uma pessoa moral." Títere é um boneco mecânico, acionado por cordéis controlados por um manipulador. Nesse sentido, as personagens que, principalmente, manipulam Luísa, determinando-lhe o modo de agir, são:
a) Basílio e Juliana.
b) Jorge e Justina.
c) Jorge, Conselheiro Acácio e Juliana.
d) Basílio, Leopoldina e Conselheiro Acácio.
e) Jorge e Leopoldina.
GABARITO
01 - E
02 - D
03 - B
04 - D
05 - A
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